Vidroplano
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As expectativas e a realidade

24/01/2017 - 12h50

Alexandre_pestana_EditorialO mês de janeiro denota sempre o início de um novo ciclo, quando naturalmente avaliamos cenários e definimos tendências. Como mostra nossa reportagem de capa, as expectativas não são de recuperação do nível de atividade em nosso setor. Com os indicadores macroeconômicos instáveis e intimamente ligados às definições do Congresso Nacional, acredito que tenhamos um 2017 com desempenho muito próximo ao do ano passado. Portanto, o desafio é atravessarmos mais um período de estagnação e ainda assim mantermos nossas empresas saudáveis.

Atingir esse objetivo requer muito trabalho e decisões assertivas, a partir de tudo que já aprendemos com essa crise prolongada e, obviamente, sem repetirmos os erros já cometidos. Infelizmente, não é tão óbvio assim. Boas estratégias e as tais decisões assertivas requerem o mínimo de estabilidade e previsibilidade para trabalhar — algo muito raro no setor vidreiro ultimamente.

Afinal, enquanto tivermos promoções que vão e voltam, comunicados ao mercado que não são honrados por seus autores e completa distorção do papel de cada operador dessa cadeia produtiva, o que está difícil certamente será piorado.

Janeiro mal começou e já nos deparamos com propostas de venda de matéria-prima envolvendo uma simples troca de nota fiscal na porta da usina de base — uma operação ilegal e inadmissível. Num momento de crise e de baixo consumo, concentrar grandes volumes em poucos clientes é solução imediatista, com sérios danos ao nosso segmento. A irresponsabilidade e a ansiedade por resultados de curto prazo fizeram do vidro uma moeda especulativa, cuja consequência é a total destruição de valor da cadeia.

O momento não é favorável para a maior parte do empresariado brasileiro. Dinamismo, boa gestão, reposicionamento de produtos e boas negociações são essenciais para a sobrevivência de nossas empresas, mas nossa competência precisa estar aliada à responsabilidade de agentes estratégicos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui



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