Vidroplano
Vidroplano

Beneficiamento moderno = produção eficaz

17/03/2017 - 17h29

Sabe aquela tecnologia que você já ouviu falar, mas ainda não instalou em sua empresa? Ela pode ser uma importante aliada para fazer seu beneficiamento mais eficiente, além de garantir que seu vidro tenha valor agregado — duas condições básicas para uma processadora se manter competitiva nos tempos atuais. Por isso, nesta reportagem de O Vidroplano, conheça algumas tecnologias já disponíveis no Brasil que podem te ajudar no dia a dia e saiba quais os benefícios de cada uma.

CONTROLE DO PROCESSO
system control room

- Sistemas de supervisão e qualidade: controle eficiente
O que é?
Softwares e aparelhos especializados no gerenciamento da produção de uma processadora. Existem vários tipos diferentes disponíveis no mercado, incluindo aqueles que permitem customização.
Vantagens
Alguns incluem módulos administrativos e financeiros. Outros focam na qualidade do vidro, checando fatores como:
– dimensional das peças;
– empenamento;
– ondulação devido a marcas dos rolos de têmpera;
– anisotropia — fenômeno físico no qual a superfície do vidro aparenta ter manchas semelhantes a um arco-íris.

Claro que essas soluções não descartam a existência de um setor de qualidade nas empresas.

Soluções disponíveis

sistema_keraglassSupervision Intelligent 
Fabricante: Keraglass
Características técnicas: Sistema de controle para fornos de têmpera. Tem o objetivo de “levar” o operador para dentro do equipamento, oferecendo diagnósticos para problemas. Um modelo já está presente no Brasil.
– possui controle de aquecimento dinâmico;
scanner para detecção da temperatura do vidro;
– faz monitoramento de consumo.

sistema_glastoniLook (foto 2)
Fabricante: Glaston
Características técnicas: Sistema integrado online de qualidade do vidro, seja em cargas completas ou peças individuais, incluindo onda de rolete (empenamento das bordas) e anisotropia. No Brasil, são três sistemas instalados, além de quatro na América do Sul.
– detecção antecipada de problemas;
– retorno imediato do vidro para o operador fazer correções rápidas;
– medição instantânea de anisotropia.

Insight
Fabricante: Glaston
Características técnicas: Linha de softwares para gerenciamento de empresas, incluindo automação das máquinas. Possui ainda um aplicativo para dispositivos móveis. Segundo a Glaston, um Insight está instalado em nosso País — e mais dois chegarão em breve.
– indicação do consumo elétrico de cargas;
– faz autocorreções em aspectos como temperatura do forno.

 

PRÉ-PROCESSAMENTO

- Movimentação de chapas com robôs: eficiência e economia
O que é?
Tecnologia dominada na Europa, é utilizada para o trabalho em processadoras em turnos com alta produtividade e grande volume de vidros com tamanhos e formas variadas.
Vantagens
– dispensam operador, diminuindo o risco de acidentes;
– diminuem o tempo de trabalho, já que o processo se torna automatizado e menos suscetível a erros humanos.

Solução disponível

bovone_robôsBovone Robotic System — BRS
Fabricante: Bovone
Características técnicas: Movimenta e rotaciona o vidro. Formado por grandes robôs, permite o carregamento de lapidadoras verticais sem operador. A tecnologia é fornecida pela italiana Comau. No Brasil, três empresas possuem o sistema instalado.
– funciona a partir de sistema de código de barras;
– os robôs também podem ser operados de forma manual.
- Automatização da entrada e saída do vidro durante furação/recorte
O que é?
Visa à otimização do processo, utilizando técnicas computadorizadas e mecânicas para garantir a padronização do trabalho.
Vantagens
– sem necessidade de operadores;
– elimina falhas e esforço físico dos funcionários;
– garante um processo mais veloz.

Solução disponível

sglassAlpha Jet 2500
Fabricante: SGlass
Características técnicas: Executa furos e recortes em chapas de vidro plano. Combina eficiente sistema a jato d’água com movimentação do vidro de forma totalmente automática.
– produtividade três vezes maior do que ferramentas;
– mesa de entrada possui esquadrejador automático;
– alta produtividade e baixo custo operacional.

 

Colchão de água: firmeza sem perder a maciez
O que é?
O colchão de água se move horizontalmente sobreposto à cabine de processamento, girando em torno da ferramenta. Fica a uma distância de cerca de 0,5 mm do vidro, fornecendo pressão suficiente para evitar vibrações durante o beneficiamento.
Vantagens
- garante melhor apoio para o vidro;
– impede marcas na peça;
– revestimentos do vidro permanecem intocados por roletes ou guias que poderiam danificá-los.

Solução disponível
lisec
KBF
Fabricante: Lisec
Características técnicas: Centro vertical de processamento de bordas. Totalmente automático, o maquinário conta com funções integradas de furação e fresa. Diferente dos centros de usinagem tradicionais, trabalha somente com ferramentas (quarenta posições, no total), sem o uso de jato d’água. A Lisec já vendeu unidades do equipamento para empresas nacionais — e até o fim deste ano estarão em funcionamento.
– faz o processamento de temperados e laminados;
– é adequado também para vidros com revestimentos, pois a superfície frontal da peça permanece intocada;
– conta com posicionamento automático das chapas.

LAMINAÇÃO

Convecção: maior produtividade e menos consumo de energia
O que é?
A técnica de convecção, que consiste em rajadas de ar quente, é usada na têmpera há tempos — e também se aplica à laminação. Atualmente, o processo de laminação mais comum no Brasil é o baseado em fornos com radiação infravermelha — a camada intermediária, seja PVB ou EVA, adere ao vidro pelo calor de lâmpadas de alta potência. Existe ainda um sistema misto, com radiação e convecção, também encontrado em empresas brasileiras. Porém, na Europa, os mais usados são fornos que usam apenas convecção (chamados de convecção plena ou total), pois possuem vários benefícios em relação à radiação.
Vantagens
– economia de energia elétrica, pois a temperatura do forno é menor do que no sistema de radiação;
– maior produtividade em comparação com fornos de radiação;
– melhor processamento de vidros especiais. O low-e, por exemplo, absorve menos radiação por conta de sua superfície, fazendo o forno trabalhar ainda mais. Com a convecção plena, esse problema não ocorre.

Soluções disponíveis

tk_laminaçãoLamijet Convection
Fabricante: TK
Características técnicas: O forno da fabricante italiana possui aquecimento por circulação de ar quente de elevada capacidade, além de sistema de resfriamento forçado. Trabalha com laminação de PVB, EVA e SentryGlas (película estrutural da Trosifol, marca da Kuraray), e possui câmara com carrinho porta-travessas.
– máxima uniformidade de temperatura;
– regulagem da temperatura com termopar conectado a termorregulador digital;
– porta lateral para otimização dos espaços.

forno_glastonProL
Fabricante: Glaston
Características técnicas: O forno usa a convecção plena, que não faz distinção entre tipos de vidro. A tecnologia permite melhor controle sobre a temperatura da câmara, fazendo a transferência de calor de forma mais precisa. Vale lembrar que a Glaston oferece o ProL-zone, um sistema de upgrade para fornos de laminação que faz a troca da câmara de aquecimento.
– trabalha com qualquer vidro, como low-e e impressos;
– segundo a empresa, possui o dobro da velocidade de produção de fornos com radiação+convecção;
– processo livre de receita: é preciso apenas definir um parâmetro para a máquina trabalhar sozinha;
– economia considerável nos custos de energia.

 

TÊMPERA

Têmpera química: vidros até dez vezes mais resistentes
O que é?
O processo de têmpera química é baseado na troca de íons. Difícil de entender? Na verdade, é mais simples do que parece:
– O vidro é imerso em um tanque, recebendo um banho de sais de potássio a temperaturas maiores que 400ºC;
– Ocorre, então, a tal troca: íons de potássio, presentes no tanque, substituem os íons de sódio que estão na superfície de nosso material.
Vantagens
Com esse processo, a resistência do vidro aumenta: uma peça temperada quimicamente é de cinco a dez vezes mais resistente mecanicamente que um temperado pelo processo térmico tradicional, quando submetida à mesma força. É indicado para produções específicas, incluindo vidros finos (usados em celulares, por exemplo), curvos e blindados. Todos os float podem passar pela têmpera química, com exceção dos revestidos ou daqueles com composição química diferente do tradicional.

Uma curiosidade: o vidro Dragontrail X, da AGC, usado na cobertura dos bancos de reserva presentes nos estádios da Copa do Mundo de futebol em 2014, aqui no Brasil, era temperado quimicamente.

Solução disponível

tk_temperaCT
Fabricante: TK
Características técnicas: A linha CT de fornos para têmpera química da empresa italiana possui quatro modelos diferentes, cada um para dimensões de chapas diferentes, com capacidade máxima de até 15 toneladas.
– trabalha com espessura mínima de 0,5 mm;
– possui câmara de pré-aquecimento e sistema automático de carregamento;
– mantém alta qualidade óptica, garantindo chapas sem distorções;
– faz a têmpera de vidros voltados para vários setores, como eletrônicos, arquitetura, construção civil, automobilístico, entre outros.

Fale com eles!
Bovone — www.bovone.com
Comau — www.comau.com
Glaston — www.glaston.net
Keraglass — www.keraglass.com
Lisec — www.lisec.com
SGlass — www.sglass.com.br
TK — www.tkitaly.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 531 (março de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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