Vidroplano
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Abravidro defende equilíbrio tributário e organização da cadeia

20/05/2017 - 13h02

Na solenidade de posse de sua diretoria-executiva para o triênio 2017-2020, realizada na última sexta-feira, 19 de maio, em São Paulo, a Abravidro aproveitou para se posicionar sobre importantes fatos que vêm prejudicando a indústria de processamento de vidro plano neste momento de crise. As demandas e também o anúncio de algumas ações foram feitas por meio dos discursos de Alexandre Pestana, que se despede da presidência da associação, e de José Domingos Seixas, novo presidente da entidade.

Em seu discurso de despedida, quando fez um balanço final de sua gestão, Pestana explicou que, em meio à crise econômica, a associação foca esforços em três pilares distintos: tributário, organização da cadeia produtiva e técnico.

Tributos
“No campo tributário”, discursou, “atingimos níveis impensáveis. Na luta pela sobrevivência, chegamos a um ponto em que estão vencendo aqueles mais dispostos a correr riscos e não os mais competentes, algo que não podemos admitir.” Para combater o problema, ele passou a Domingos Seixas a missão de dar continuidade ao pleito da Abravidro junto ao governo para a neutralidade no Imposto sobre produtos industrializados (IPI) – que consiste na transferência da carga tributária efetiva para o produto base, e não no vidro transformado, como acontece hoje.

Domingos aceitou o desafio para a conquista de um modelo fiscal que promova a isonomia tributária. Ele ainda deu mais detalhes sobre o pleito para a neutralidade do IPI. “De uma forma inédita e muito ousada, a Abravidro, em conjunto com a Abividro, criou um grupo de trabalho, apoiado por competentes assessorias jurídicas, com o objetivo de construir profundas transformações no menor prazo possível”, disse, informando que o pleito será apresentado ao governo já nas próximas semanas.

Além disso, medidas contra os conglomerados de empresas de pequeno porte (EPPs) e as indústrias travestidas de comércio devem ser tomadas em breve. “Em um momento em que perdemos todas as referências de conduta, precisamos moralizar o setor, pois a competência precisa suplantar a deslealdade”, discursou Domingos.

Organização da cadeia
Sobre a organização da cadeia vidreira, Pestana direcionou às usinas de base uma reclamação: a grande concentração de volumes de vidro sendo distribuída por poucos atacadistas. Ele disse compreender os desafios das fábricas para equalizar uma indústria contínua como a de float em um mercado com forte retração de consumo, mas ressaltou que a solução não passa por desovar os excedentes produtivos no mercado doméstico da maneira como acontece hoje. “A indústria de transformação não precisa de atravessadores. Vocês, usinas de base, sempre nos atenderam diretamente e, neste momento de crise, isso não deve mudar”, afirmou.

Domingos reforçou que o mercado vive uma nova era em que o compartilhamento e o trabalho conjunto passaram a ser essenciais. “Já foi o tempo em que cada elo da cadeia produtiva trabalhava isoladamente. Já foi o tempo em que as indústrias de base eram as poderosas ditadoras do mercado, cabendo aos processadores curvarem-se às decisões de seus fornecedores. Já foi o tempo em que os vidraceiros se achavam cidadãos de segunda classe”, lembrou. “Na dificuldade, é preciso darmos as mãos e seguirmos juntos para o desenvolvimento de nosso mercado.”

Normalização e conhecimento
Do ponto de vista técnico, Alexandre Pestana relembrou que a Abravidro desenvolveu treinamentos in company a fim de qualificar os processos das indústrias de transformação. Além disso, citou o trabalho de normalização – com destaque para a publicação da revisão da NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações e o desenvolvimento da norma de vidraceiros , além do estreitamento de relações com o Corpo de Bombeiros de todo o Brasil para a inserção das normas vidreiras nas instruções técnicas da corporação.

Por sua vez, Domingos reforçou que, ao longo de seu mandato, a regulamentação será essencial. “Daremos continuidade e intensificaremos os trabalhos de normalização e também de outros mecanismos que proporcionem a sustentabilidade do crescimento de nosso setor”, garantiu.



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