Vidroplano
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O amanhã se constrói hoje

20/10/2017 - 17h49

capa-savaëteO consultor Bernard Savaëte, da BJS Différences, é um dos maiores especialistas sobre o mercado mundial: suas palestras no GPD estão entre as mais concorridas, pois trazem panoramas globais da fabricação de float.

Bernard, no GPD 2017, você apontou expectativas para o futuro dos negócios, como foco em energia, fornos com maior produtividade e reciclagem. O setor está no caminho certo?
Eu ainda não vi o suficiente para a criação de novos fornos. A indústria é fragmentada e poucas companhias têm capacidade de gerenciar, sozinhas, projetos desse porte. Eu realmente acredito que a cooperação será necessária para inovação nessa área. Além disso, a reciclagem vai ser uma preocupação chave nos próximos anos.

Quais serão as tendências para o vidro nas próximas décadas?
– Desenvolvimento de chapas em tamanhos extragrandes;
– Maior durabilidade e resistência mecânica do material;
– Diminuição das emissões de gás carbônico levará à mudança nos leiautes das fábricas;
– Maior produção de energia com vidro (BIPV e fotovoltaicos transparentes);
– Foco no conforto (térmico, acústico, visual) dos usuários;
– Carros sem motoristas modificarão o design dos veículos, permitindo envidraçamentos complexos neles;
– Em longo prazo, todos os insulados serão produzidos com ao menos um revestimento low-e;
– Tecnologia eletrocrômica será mais acessível.

Como será o crescimento da indústria mundial?
Até 2030, a população mundial deve chegar a 8,5 bilhões. Atualmente, a média é existir uma linha de float a cada 15 milhões de habitantes. Isso significa que precisaremos de quatro e cinco novas linhas por ano para servir a nova população. Fábricas terão de ser construídas principalmente em regiões como África, América do Sul e Sudeste Asiático.

 

O que pensa o setor vidreiro nacional?

capa-seixas“Como afirmo desde o momento em que assumi a presidência da entidade, o foco principal da Abravidro é unir todos os elos da cadeia vidreira, das usinas de base aos vidraceiros, passando por processadores e distribuidores. Somente assim será possível um desenvolvimento saudável do setor, visando ao crescimento de receitas e criação de novos produtos. E isso passa pelo investimento incessante em pesquisa e tecnologia. Ainda estamos bem atrás de outras regiões do mundo nesses quesitos. Se quisermos estar preparados para o futuro, que chega quando menos esperamos, num piscar de olhos, isso se mostra fundamental.”
José Domingos Seixas, presidente da Abravidro

 

capa-matta“A Cebrace enxerga uma crescente demanda pelo vidro de valor agregado. Estamos investindo na educação do mercado, principalmente na difusão de informações para o consumidor final. Para cada tipo de região e para cada obra, há um produto que pode ser mais funcional em estética e desempenho. Por isso, estamos sempre em contato com profissionais do setor com o objetivo de identificar as principais questões construtivas e arquitetônicas, pontos de partida para a criação de novas soluções.”
Pedro Matta, gerente de Marketing da Cebrace
capa-sivieri“A Guardian está sempre atenta ao mercado de arquitetura e construção em âmbito global, o qual traz, cada vez mais, projetos minimalistas e arrojados. Entre as tendências, destacamos o conforto térmico e acústico, edifícios sustentáveis com estética diferenciada e eficiência energética. As pesquisas realizadas por nós estão alinhadas às necessidades dos clientes e influenciadores. Nesse sentido, a empresa ouve as demandas do mercado para desenvolver novos produtos e soluções.”
Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian
capa-zanatta“O vidro no Brasil ainda é um produto com consumo per capita baixo, se comparado com economias mais fortes. Contudo, com o avanço do conhecimento junto a públicos especificadores, e com uma maior versatilidade nas formas oferecidas pelo vidro texturizado, o produto passará a ser mais utilizado como um elemento de arte, não apenas no essencial, mas para todo tipo de solução decorativa.”
Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass

 

 

capa-minerbo“ É um material extremamente prático e versátil. Existe uma tendência para a ampliação do uso de vidro de modo a privilegiar a iluminação natural e a sensação de amplitude e integração entre ambientes. Os vidros impressos vêm ganhando força principalmente em espaços onde se busca a privacidade aliada ao design. Por isso, acreditamos que novas texturas e desenhos serão parte do futuro, permitindo que migrem de aplicações no interior das construções para o exterior em grandes fachadas comerciais.”
Sérgio Minerbo, presidente da União Brasileira de Vidros (UBV)
capa-viviane“O Brasil vem evoluindo em relação ao uso do vidro, mas ainda tem muito a crescer. O consumo per capita é bem baixo em relação ao mercado externo, por exemplo. Uma grande tendência será a maior utilização dos produtos de controle solar. Existe uma série de estudos de eficiência energética em andamento e não temos dúvidas de que o material fará, cada vez mais, parte do cotidiano das pessoas.”

Viviane Moscoso, gerente de Produto da Vivix

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 538 (outubro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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