22/11/2016 - 11h19

A multinacional vidreira Guardian, com sede nos Estados Unidos, foi integralmente adquirida pela Koch Industries, segundo maior conglomerado privado norte-americano. O anúncio foi feito em comunicado emitido ao mercado pelas empresas na tarde de ontem, 21 de novembro.

No fim de 2012, a Koch já tinha comprado 44% das ações da Guardian e assumiu a presidência do conselho gestor da companhia, por meio do CEO Ron Vaupel. Agora, o grupo obteve o percentual restante das ações. A compra se deu pela KGIC Merger Corporation, subsidiária da Koch, e deve ser concluída, após aprovação dos órgãos reguladores, no primeiro trimestre de 2017. Os valores envolvidos no negócio não foram revelados.

“A Guardian tem orgulhosamente servido clientes por 84 anos e nós nos beneficiamos muito da robusta orientação e infraestrutura da Koch desde seu investimento inicial, em 2012”, disse o presidente e CEO Vaupel. “Estamos empolgados em continuar trabalhando juntos para criar valor para nossos clientes e para a sociedade”.

O que muda no Brasil
Para nós, brasileiros, fica a expectativa quanto às mudanças que devem acontecer na empresa em solo nacional. Desde 2012, quando a Koch entrou no negócio, as alterações são constantes no braço brasileiro da usina. Recentemente, sua equipe comercial foi renovada e o então presidente, Eduardo Borri, substituído interinamente por Renato Poty.

Na feira Glasstec, na Alemanha, indagado por nossa reportagem sobre o assunto, Kevin Baird, presidente e CEO da divisão de vidros da Guardian, fez questão de ressaltar a importância da empresa no Brasil para os negócios da companhia, mas reconheceu que, com a recessão enfrentada pelo País, houve queda nas vendas, criando a necessidade de algumas mudanças no negócio.  “Estamos em um processo de escolha de um novo gestor, mas temos uma equipe forte e a segurança de que as alterações que estamos fazendo permitirão superar os desafios atuais do mercado e retomar o crescimento”, avaliou Baird na ocasião.

Procurada pela nossa reportagem para comentar sobre as consequências da compra em sua operação no Brasil, a Guardian não quis se pronunciar.

Guardian
A companhia tem sede em Auburn Hills, Michigan, e conta com 17 mil funcionários. Tem sob seu controle as empresas Guardian (usina vidreira de float), SRG Global (que fabrica peças plásticas automotivas) e Guardian Building Products (distribuidora de produtos de construção). Está no Brasil desde 1998, atuando na produção de vidros planos com plantas em Porto Real (RJ) e Tatuí (SP). Tem a segunda maior capacidade instalada na produção de float no País, com 1.430 toneladas de vidro por dia, mas tem o lugar ameaçado pela AGC, que constrói uma nova planta em Guaratinguetá (SP).

Koch Industries
Tem receita estimada em até US$ 100 bilhões, de acordo com a revista Forbes. Com sede em Wichita, Kansas, possui um grupo diversificado de empresas de produtos químicos, biocombustíveis, fertilizantes, polímeros, fibras, equipamentos e tecnologias para o controle de processos, componentes eletrônicos, negociação de commodities, energia, pecuária, entre outros. Desde 2003, investiu cerca de US$ 80 bilhões em aquisições e outras despesas de capital. Com presença em mais de 60 países, emprega mais de 100 mil pessoas — cerca de 60 mil só nos Estados Unidos.  É marcada pela postura conservadora e é uma grande doadora do Partido Republicano nos Estados Unidos, mas relutou em apoiar a campanha do presidente eleito Donald Trump.