20/09/2016 - 18h45

Começou nesta terça-feira, 20 de setembro, mais uma edição da Glasstec, principal feira vidreira do mundo. O evento acontece até sexta-feira próxima, em Düsseldorf, Alemanha. A mostra é parada obrigatória para quem quer estar por dentro das últimas tendências do setor: é lá que as empresas mais influentes do vidro costumam lançar seus produtos e apresentar tecnologias que, em pouco tempo, serão usadas em larga escala por vidreiros de todo o planeta.

Por isso mesmo, alguns brasileiros (nesta edição poucos, se comparado aos últimos anos), lançam mão de alguns dias para dar um pulo até a Europa em busca de novidades. Mas, se você não pode ir, não quer dizer que não vai saber de nada do que está acontecendo por lá. Celina Araújo, editora da revista O Vidroplano, da Abravidro, está percorrendo cada um dos pavilhões para trazer informações.

Nesta terça, ela andou pelos pavilhões 16 e 17, onde estão concentradas muitas empresas que trabalham com o processamento de vidros. Confira os destaques:

Gianluca Ceriani e Ieda Kardos (Bottero do Brasil)

A 548 LAM, mesa de corte automática para laminados, é um dos principais lançamentos da Bottero na Glasstec 2016. “Um dos diferenciais dela é a resistência de apenas 300 mm para esquentar o PVB durante o processo, o que garante preço de reposição bem mais barato para essa peça e velocidade de trabalho muito maior”, apontou Gianluca Ceriani, que há cerca de um mês assumiu o cargo de diretor da empresa no Brasil. A máquina tem ainda um sistema de separação do vidro diferenciado, patente exclusiva da Bottero. Ceriani também destacou a nova lapidadora retilínea copo 101FX, com mudanças na capacidade de peso carregado na máquina, no sistema de transporte do vidro e no painel de controle.

Ezio Cabib (Bottero do Brasil)

Ezio Cabib, que completa quarenta anos de atuação no segmento vidreiro e sessenta de vida, está em uma nova fase de sua carreira. Até então diretor da Bottero do Brasil, ele planejava diminuir as atividades: agora, ele ficará entre a Itália e o Brasil atuando como consultor da Bottero, responsável pelo atendimento a alguns clientes brasileiros.

O maior destaque da Bovone na Glasstec são os grandes robôs automáticos para a movimentação e rotação das chapas de vidro, que permitem o carregamento de lapidadoras verticais sem a necessidade de um operador. A empresa informa que o equipamento gira peças de diferentes medidas, indo deste 50 cm por 50 cm até 3,60 m por 2,20 cm.

Pedro Weihermann (CMS)

A CMS apresentou o novo centro de usinagem modelo Speed: ele conta com duas cabeças (uma, com quatro eixos, e outra, com três), o que permite trabalhar duas peças de vidro simultaneamente nas atividades de incisão, escritura (possibilitando a colocação do nome da processadora no vidro, por exemplo) e bisotê. Pode ser usada tanto para vidros cedidos ao setor moveleiro como também para a construção civil.  Pedro Weihermann, gerente-comercial da CMS, comentou falou ainda das furadeiras verticais Vertec e Profile, com comando numérico computadorizado. “A Vertec é própria para furos e recortes para engenharia, como na colocação de dobradiças e puxadores”, explica, “enquanto a Profile pode recortar, furar e lapidar uma peça inteira, para usos como portas de boxes ou tampos de mesa.”

Manuel Ramos Quiroga (Tecglass) e Pablo Soifer (Fenzi South America)

A Fenzi está em festa: comemora os 75 anos de fundação da empresa e os 25 anos da Fenzi South America, filial sul-americana. Em seu estande, são mostradas as soluções em impressão digital para vidros da espanhola Tecglass, companhia de quem a Fenzi possui participação. A empresa aposta que vidros coloridos e impressos serão tendência cada vez maior na arquitetura, já que a tecnologia para isso cresceu muito nos últimos anos. O espaçador para insulado Multitech também está presente. O produto garante menor coeficiente de transmissão térmica em comparação a espaçadores de alumínio ou Chromatech (mistura de aço e plástico). Ele está disponível em cores diferentes. Os produtos da Fenzi são vendidos no Brasil pela Gusmão Representações.

Wagner Hubmann (Forvet)

O lançamento da Forvet é o Combiflex, equipamento que reúne diversas funcionalidades diferentes: lapidadora com dois cabeçotes, furadeira com jato d’água, lavadora e sistema de carga e descarga automático — tudo isso funcionando de forma automática e com sistema de código de barras. Por ocupar apenas 36 m², é ideal para espaços pequenos. Com esse maquinário, o objetivo da empresa é atender clientes com produção de tamanho médio. As furadeiras Francesca (com jato d’água) e Chiara também está no espaço.

Paolo DeBorzzati (Fratelli Pezza) e Wagner Hubmann (Vetro Máquinas)

Dois novos equipamentos automáticos para marcação com jato de areia em vidro temperado estão no estande da Fratelli Pezza. Um deles opera na vertical, enquanto o outro, na horizontal. Ambos podem ser utilizados manualmente, via touchscreen, botões ou pedais. Mais um destaque: a cabina de jateamento automática Mistral. O produto pode trabalhar em até cinquenta áreas de jateamento na mesma peça, além de fazer efeitos de sombreamento. A companhia é representada em terras brasileiras pela Vetro Máquinas.

Cintia Miguel e Eliana Cesario (Glass South America)

A NürnbergMesse Brasil está aproveitando a Glasstec para prospectar clientes para a próxima edição (2018) da Glass South America, a maior feira vidreira da América Latina. O local é também um importante ponto de distribuição de exemplares de O Vidroplano.

Maicol e Stefano Spezzani (Keraglass)

Para Maicol Spezanni, gerente de Vendas da Keraglass, a iPlotter — máquina para impressão digital — é uma das novidades mais importantes da empresa, além de ser uma área nova de atuação para a Keraglass. “Ela é capaz de imprimir qualquer tipo de imagem em alta definição, com velocidade elevada e o diferencial de poder fazer a pintura no vidro tanto a quente como a frio”, aponta. Por sua vez, o forno de têmpera Vision 900 traz vários diferenciais: ele permite controlar seu consumo de energia, temperar vidros baixo-emissivos e possui um sistema de visão do ciclo que reduz os erros dos operadores.

Luiz Garcia, Giorgio Martorell e Thomas Lenze (Lisec)

A linha TPA para produção de insulados da austríaca Lisec trabalha com espaçadores termoplásticos (aplicados diretamente no vidro). Com esse tipo de espaçador, não é necessário comprar perfis de várias larguras, pois a própria máquina define essa medida — até 20 mm. Segundo a empresa, é a linha mais rápida do mercado: faz vidros duplos em 22 segundos e triplos em 35 segundos, além de possuir grande precisão, com 0,05 mm de tolerância entre o pedido e a peça produzida. Vale citar ainda a nova versão do centro de usinagem vertical KBF. O equipamento faz filete, lapidação, polimento, furação e recortes. Um dos destaques é a possibilidade de produzir peças diferentes em sequência sem precisar de setup. A Lisec ainda informou o mercado a respeito da aquisição de uma fabricante de furadeiras verticais austríaca.

Cristian Zanca (Optima) e Wagner Hubmann (Vetro Máquinas)

A Optima, especializada em softwares para processamento, está lançando a versão 8.5 do Opty-Way, seu módulo de otimização de corte. Com base de dados em SQL e novo algoritmo para cálculo, pode ser conectado em mais de um computador. Outro destaque é o Defect-Opt, módulo que encontra defeitos no vidro antes do processo de corte. A empresa é representada no Brasil pela Vetro Máquinas.

Yveraldo Gusmão (Gusmão Representações), Cintia Schiatti, Angelo Schiatti e Alessandro Schiatti (Schiatti Angelo)

Bem tradicional no fornecimento de lapidadoras, a italiana Schiatti Angelo, sentindo que a Europa já superou o difícil momento econômico em que se encontrava e embalada por esse ciclo de crescimento, está trabalhando no aprimoramento de suas próprias lapidadoras, incorporando melhorias que reforcem a automação. Fruto disso, um modelo já permite que seja acoplada uma lavadora a ele. A Schiatti também está oferecendo uma furadeira vertical bem-absorvida pelo mercado norte-americano.

Domenico Tanera e Alfredo Bresciani (TK)

O foco da TK na Glasstec 2016 é divulgar os benefícios da têmpera química. Indicada para produções específicas, incluindo vidros finos, curvos e blindados, a técnica é cada vez mais usada no setor, principalmente no mercado automotivo. Segundo a empresa, o vidro temperado quimicamente possui resistência mecânica cinco vezes maior do que o temperado pelo processo térmico. O investimento no processo é menor, porém, o ciclo de produção é mais lento que o tradicional.