Vidroplano
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Um voto de confiança para o Brasil

21/03/2016 - 12h57

Este texto foi originalmente publicado na edição 519 (março de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Boquiabertos. Literalmente, essa foi a reação das dezenas de empresários que ouviram em primeira mão a AGC — líder mundial na fabricação de vidro float — anunciar, no dia 10 de março, a construção de seu segundo forno no Brasil.
Tamanha surpresa se justifica: poucos dias depois de o IBGE anunciar um PIB negativo de 3,8% em 2015 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prever novo recuo de 3,5% para 2016, a conclusão imediata é que não seria uma boa hora para se fazer investimentos.

Talvez, aguardar uma definição, tanto política como econômica, dos novos caminhos que o País deve trilhar, correto? Não foi essa a conclusão da direção do grupo japonês, conforme explicou o presidente global da Divisão Building (produtos para construção civil), Jean-François Heris, durante entrevista exclusiva para Celina Araújo, editora de O Vidroplano. Também participaram desse encontro o presidente da AGC Vidros do Brasil, Davide Cappellino, e o presidente da Abravidro, Alexandre Pestana. A entrevista na íntegra pode ser lida a partir da página 20 desta edição.

Investimento nipônico
O investimento total na nova unidade da AGC será de R$ 700 milhões, no Sudeste do Brasil (a cidade que irá recebê-lo seria anunciada três semanas depois) e terá capacidade para fabricar 850 t de vidro plano por dia. Portanto, com o início dessas operações, a empresa vai mais que dobrar a sua produção: das atuais 600 t, passará a 1.450 t diárias. A construção tem conclusão prevista para o final de 2018 e deverá gerar cerca de mil postos de trabalho. “Os empreendedores da cadeia vidreira continuam criando negócios com potencial, por isso precisamos seguir esse caminho”, explicou Heris.

O Grupo AGC acendeu seu primeiro forno no País em setembro de 2013, em Guaratinguetá (SP). A fábrica exigiu investimento de R$ 1 bilhão, tem 750 mil m² e quinhentos funcionários.

É pra valer?
No último Simpovidro, em novembro do ano passado, Cebrace e Vivix — concorrentes da AGC — reafirmaram intenção de novos investimentos na produção de float no Brasil, mas sem definição de datas (veja o quadro na página ao lado)
Nesse cenário, muitos players do nosso mercado se perguntam se o projeto da AGC irá sair do papel no prazo estabelecido. “Não estamos fazendo projetos, os acionistas já tomaram a decisão: o novo forno está financiado, decidido, até mesmo presente no site oficial do grupo. Esta mos implementando uma decisão tomada”, afirma Heris.

Com o início desse novo forno da AGC, muda o jogo no fornecimento de vidros por aqui. Enquanto a Cebrace se manterá como líder no Brasil, a empresa japonesa terá praticamente a mesma capacidade produtiva da Guardian, que opera no
País desde 1998.

A pernambucana Vivix, que já tinha assinalado intenção da segunda planta no Sudeste, assiste agora à AGC antecipar a realização desse projeto.

O novo cenário do ‘float’ no Brasil

Cebrace
Em novembro do ano passado, durante o 12º Simpovidro, a líder na fabricação de float no Brasil anunciou a construção de uma nova linha em Caçapava (SP), denominada C6, e também o aumento da capacidade do forno em Barra Velha (SC), o C4, das atuais 600 para 900 t por dia. Na ocasião, afirmaram que essas ações dependiam da recuperação do mercado e de seu índice de crescimento.

“Nossos investimentos estão mantidos e são regularmente revisados. No momento devido, eles ocorrerão de acordo com a demanda de mercado e cenário político-econômico nacional. Há espaço para trabalhar e desenvolver nosso segmento como um todo, por isso a Cebrace continua acreditando no Brasil e na oportunidade de diferenciação”.

Reinaldo Valu e Leopoldo Castiella, diretores-executivos

Guardian
A segunda maior fabricante de vidros do Brasil não fez anúncios recentes sobre ampliação na capacidade de produção de float. Segundo  sua assessoria de imprensa, a Guardian prefere não se manifestar sobre o assunto.

Vivix
No 12º Simpovidro, a única fabricante com capital 100% nacional reafirmou que o projeto de construção de sua segunda linha estava praticamente pronto e seria executado no tempo adequado.

“A nossa decisão pela segunda planta está tomada. Acreditamos na recuperação da economia e no crescimento do setor, visto que sabemos que o consumo per capita de vidros planos no Brasil ainda é muito baixo, se comparado com alguns países da Europa e Estados Unidos. Entramos nesse mercado porque acreditamos no seu potencial, caso contrário não teríamos investido mais de R$ 1 bilhão nessa que é uma das mais modernas plantas de vidros planos do mundo. Seremos prudentes na definição da data do anúncio para a segunda planta. No momento em que nossos estudos apontarem para uma demanda que comporte mais uma planta no País, divulgaremos para o setor. Garantimos que seremos ágeis na construção da nova planta, assim como fizemos em nossa primeira fábrica. Assumiremos esse compromisso com o mercado no momento certo”
Paulo Drummond, presidente

No futuro
Na tabela abaixo, apresentamos o cenário de produção de float no Brasil, já considerando o novo forno anunciado pela AGC.

AGC
No Brasil desde: 2013
Nº de fornos: 1+ 1 previsto para final de 2018
Capacidade total: 600+850 = 1.450

Cebrace
No Brasil desde: 1974
Nº de fornos: 5
Capacidade total: 3.600

Guardian
No Brasil desde: 1998
Nº de fornos: 2
Capacidade total: 1.430

Vivix
No Brasil desde: 2014
Nº de fornos: 1
Capacidade total: 900

AGC – Nova planta em números
R$ 700 milhões de investimento

850 t de vidros por dia

140% de aumento na produção no Brasil

 

Fale com eles!
AGC — www.agcbrasil.com
Cebrace — www.cebrace.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Vivix — www.vivix.com.br



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