Vidroplano
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Vamos preservar o que sobrou

20/04/2016 - 18h27

Este texto foi originalmente publicado na edição 520 (abril de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Alexandre_pestana_EditorialMês passado, falamos aqui sobre o vidro em 2019. Porém, nesta edição, retomaremos o período atual, que nos aponta desafios enormes. Além do mercado vidreiro, a Abravidro tem monitorado com atenção a performance dos segmentos da construção civil e indústria automotiva — aqueles diretamente ligados ao nosso setor.

Um indicador muito importante é o nível de atividade de produção física industrial da fabricação de vidros plano e de segurança, medido pelo IBGE. Ele reflete bem as dificuldades de hoje, com uma retração bastante abrupta no final de 2015 e início do atual ano. O número mais recente, de fevereiro de 2016, mostra uma queda de 15,2% frente ao mesmo mês do ano anterior, retrocedendo ao patamar de doze anos atrás. Em relação ao nosso auge, em 2013, o desempenho de fevereiro apresentou diminuição de 31%! Esse enfraquecimento está diretamente ligado à construção civil, que apresentou, em 2015, redução de 39% nos lançamentos comparados ao ano anterior. Se tomarmos 2011 como referência, a queda é superior a 50%.

Mesmo diante de tantas incertezas nos âmbitos político e macroeconômico, precisamos nos movimentar para fazer frente a tudo isso. E talvez estejamos indo na direção errada… Fico inconformado ao observar que, nesse momento extremamente difícil, as vendas ao consumidor estejam seguindo pelo caminho óbvio do menor preço.

Depois de tantos investimentos em tecnologia, para termos no Brasil vidros diferenciados em segurança e em performance térmica e acústica, são mínimos os esforços de cada elo de nossa cadeia produtiva para mostrar ao cliente final todo o potencial de nosso material. Pelo contrário! Há quem prefira nivelar por baixo, oferecendo nada além do produto incolor em espessuras cada vez menores, por medo de perder a venda para o concorrente com orçamento mais barato.

As quedas do mercado vidreiro foram grandes, sem dúvidas, mas temos de concentrar esforços para preservar o que ficou. O momento exige muito de cada um em suas empresas, tanto no trabalho intelectual como no braçal. É nossa obrigação explorar ao máximo cada oportunidade que surge pela frente, sem nos deixar levar pela ilusão da venda fácil com margem mínima e satisfação média de nossos clientes.



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