Vidroplano
Vidroplano

Várias mudanças nos textos de esquadrias

21/06/2016 - 11h40

O setor de esquadrias está movimentado: atualmente, várias normas específicas do produto são elaboradas ou passam por revisão. Os trabalhos são realizados dentro da Comissão de Estudo Especial de Esquadrias da ABNT (CEE-191), com reuniões mensais na sede da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal). Essa é uma tarefa em equipe, na qual o setor como um todo se envolve, sejam produtores ou consumidores. Coordeno a CEE com o grande auxílio do engenheiro Robson Campos, que representa a Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Aço (Afeaço).

É importante salientar o envolvimento e o empenho do setor para fazer com que as normas brasileiras sejam mais claras e coerentes, incluindo entidades — vale citar ainda a Associação Brasileira dos Fabricantes de Perfis de PVC para Construção Civil (Afap), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e Sinduscon-SP —, fabricantes de esquadrias, vidro, perfis e componentes, consultores e laboratórios.

Não poderia deixar de agradecer também à Abravidro pela participação constante e fundamental. Afinal, não teremos uma esquadria com desempenho satisfatório ao usuário sem a utilização do vidro adequado.

A seguir, descrevo o estágio do trabalho de cada norma e as principais alterações a serem realizadas.

‘NBR 10821’, a ‘norma mãe’ das esquadrias
As cinco partes da NBR 10821 — Esquadrias externas para edificações entraram em consulta nacional no dia 14 de junho e ficarão disponíveis no site da ABNT por sessenta dias. As partes 1, 2 e 3 foram revisadas no mesmo tempo em que a comissão criou as inéditas 4 e 5.

Desde 2011, data da publicação da norma, mais de mil ensaios em esquadrias foram realizados. Essa experiência adquirida por laboratórios e fabricantes propiciou ao setor a identificação de vários pontos a serem incluídos na norma.

Dois assuntos relevantes já abordados na NBR 15575, conhecida como “norma de desempenho”, são os destaques da parte 4: desempenho acústico e desempenho térmico. Para avaliá-los, criaram-se etiquetas de desempenho semelhantes às existentes em eletrodomésticos. Com isso, o usuário pode escolher a melhor esquadria de acordo com as necessidades de seu projeto. Novamente a Abravidro colaborou, junto com a Abividro, com a sugestão para a etiqueta do desempenho térmico, uma vez que o vidro é um dos grandes responsáveis pela passagem ou não de calor pela esquadria. Aplicando vidros de controle solar, por exemplo, a esquadria pode atingir nível de desempenho “A” referente ao desempenho térmico.

A parte 5 fala sobre as condições ideais para a instalação e posterior manutenção das esquadrias.

A comissão de estudos prevê também que a norma terá mais cinco partes (de 6 a 10), ainda em elaboração. São elas:

  • Parte 6: Esquadrias internas — Requisitos e classificação, métodos de ensaios, instalação e manutenção;
  • Parte 7: Esquadrias externas — Condições específicas para fachadas cortina;
  • Parte 8: Esquadrias externas — Ensaios e métodos para fachadas em obra (in loco);
  • Parte 9: Esquadrias externas e internas — Condições de projeto e apresentação das esquadrias (inclusive banco de dados para BIM);
  • Parte 10: Critérios para o atendimento à vida útil de projeto.

 

Mudanças na instalação de guarda-corpos
A versão atual da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação, publicada em 2008, não engloba aplicações em shopping centers, aeroportos, estádios e demais locais com grande fluxo de pessoas. Por isso, a gerência técnica da ABNT nos solicitou a revisão da norma em caráter de urgência. Outros pontos também foram abordados, como a altura mínima do guarda-corpo, que voltou a ser de 1,10 m, e as condições em relação às muretas sob o item.

Os trabalhos terminaram neste mês de junho e a nova versão do texto entrará em consulta nacional em breve.

Atenção aos revestimentos metálicos
Em muitas obras, a qualidade dos elementos de revestimento metálico, como o ACM, não é levada em conta. Esses materiais devem ser submetidos às mesmas pressões de vento que as esquadrias, pois, se não estiverem bem-dimensionados e fixados corretamente, poderão ser arrancados das fachadas. Pensando nisso, revisou-se a NBR 15446 — Painéis de chapas sólidas de alumínio e painéis de material composto de alumínio utilizados em fachadas e revestimentos arquitetônicos — Requisitos e se elaborou o projeto de norma sobre Painéis metálicos, perfis e componentes para revestimento de fachada. Ambos já foram encaminhados para consulta nacional e estão em fase de correção ortográfica e editoração.

Revisão também na colagem de vidros
O mesmo grupo que trabalhou nas normas de revestimento metálico, que tem como relator o consultor Antônio Cardoso, agora revisa as de colagem estrutural de vidros: NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural e NBR 15919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla-face estrutural de espuma acrílica para construção civil.

Fabiola Rago Beltrame, coordenadora da Comissão de Estudo Especial

Fale com eles!
Abravidro — Tel. (11) 3873-9908 e cb37@abnt.org.br
ABNT — www.abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 522 (junho de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui



Newsletter

Cadastre-se aqui para receber nossas newsletters