Vidroplano
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Abravidro participa de live organizada pela Cebrace

01/06/2020 - 12h25

Na última quinta-feira (28), Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, foi convidada para conversar com Jonas Sales, coordenador de Engenharia de Aplicação da Cebrace, em uma live (transmissão ao vivo) coordenada pela usina vidreira. Os dois discutiram a importância das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para as diferentes aplicações do vidro na construção civil.

Na sua apresentação, Clélia apresentou os trabalhos desenvolvidos pelo Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), como reuniões para elaboração e revisão de normas, esclarecimento de dúvidas sobre elas, palestras para divulgação das normas em instituições de ensino e eventos promovidos pelas entidades regionais, e trabalhos junto aos Corpos de Bombeiros pelo País.

 

A principal norma
O destaque da conversa foi a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações: Clélia destacou que esse texto é mais importante para o nosso setor porque estabelece o vidro correto para aplicação em cada tipo de vão. Além disso, o documento traz fórmula para cálculos de espessura das peças, exemplos de instalações e detalhes consultivos como a definição de calços e folgas.

Em relação aos tipos de uso do vidro na posição vertical, a analista explicou que, até 1,10 m de altura sem desnível, portas, vitrines e divisórias devem levar apenas vidros de segurança, como o temperado, laminado ou aramado – ou um insulado composto por pelo menos um dos tipos citados. Acima dessa altura, pode-se usar qualquer tipo de vidro. Caso haja desnível em um dos lados do vão a ser preenchido, são permitidos apenas laminado, aramado ou insulado composto por um dos dois tipos anteriores.

Para aplicações horizontais, como em claraboias e coberturas, também podem ser usados apenas o laminado de segurança, aramado ou insulado que leve uma peça laminada ou aramada na sua face voltada para o interior do ambiente: assim, caso um objeto caia sobre o sistema, quem estiver embaixo do vidro estará protegido tanto do corpo que causou sua quebra como dos cacos.

 

Segurança em primeiro lugar
Voltando às aplicações verticais do vidro, Sales abordou os guarda-corpos. Nesse caso, segundo Clélia, o vidro temperado não pode ser usado; embora seja considerado um vidro de segurança, se vier a se quebrar, ele deixaria o vão livre e desprotegido. Por isso, apenas laminados e aramados podem ser aplicados – caso sua aplicação seja por meio de ferragens como botões ou torres, o laminado deve ser composto de peças temperadas.

Há uma norma voltada especificamente para esse tipo de sistema, a NBR 14718 — Esquadrias – Guarda-corpos para edificação – Requisitos, procedimentos e métodos de ensaio, revisada no ano passado. A ABNT considerou que era necessário ampliar o escopo da norma e considerar não só espaços residenciais e comerciais, mas também áreas com grande circulação de pessoas, como shopping centers, aeroportos e estádios esportivos.

Entre as mudanças, a altura mínima do guarda-corpos passou de 1 para 1,10 m. Além disso, não basta o uso do vidro laminado: ele precisa ser aprovado no ensaio de resistência para classe 1 (a mais resistente das três contempladas). Por fim, buscou-se deixar o texto sobre as especificações para os ensaios mais claro e objetivo, sem margem para interpretação.

 

Proteção na hora do banho
Boxes de banheiro também foram abordados na live. A norma para esse sistema é a NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança: ela permite o uso de vidros laminados ou temperados, com classe 1 ou 2 de segurança, sendo que o temperado pode ser aplicado com ou sem película de segurança.

O documento técnico traz também requisitos de segurança na aplicação do boxe e os ensaios para ele, como o de ciclagem (repetição de abertura e fechamento) e de corpo mole (que simula a queda de um corpo sobre a superfície do boxe para verificar a resistência do sistema como um todo).

Um ponto enfatizado na conversa foi que essa norma estabelece que a manutenção preventiva do boxe seja feita a cada doze meses, de forma a garantir uma vida útil mais longa e segura. Clélia apontou que, no site da campanha De Olho no Boxe, da Abravidro, tanto os vidraceiros como os consumidores finais podem ter acesso às informações necessárias sobre o sistema.

 

Mantendo à vista sem deixar de lado a segurança
Outra norma comentada foi a de fechamentos de sacada, a NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas — Requisitos e métodos de ensaio. De acordo com o texto, para essa aplicação podem ser utilizados vidros temperados ou laminados. A norma também traz os detalhes de fixação e ancoragem das peças para que elas suportem os esforços a que estarão submetidas.

Um caso especial é o de envidraçamento de sacada instalado sobre guarda-corpos: para isso, além das exigências normais da NBR 16259, também é necessário avaliar se o guarda-corpos pode receber o envidraçamento por cima dele, sendo que esse sistema deverá atender as duas normas. Além disso, o instalador do envidraçamento torna-se responsável também por problemas do guarda-corpos: quando um espectador da live perguntou se o instalador seria responsável por um envidraçamento sobre guarda-corpos fora de normas, como alguns encontrados em obras anteriores à publicação da NBR 14718, a representante da Abravidro foi taxativa, respondeu que sim e aconselhou a não fazer a instalação nesse caso.

Ao final, Clélia e Sales tiraram dúvidas das pessoas que acompanhavam a transmissão, comentando sobre vidros resistentes ao fogo e mostrando ao vivo as diferenças entre um laminado e um insulado, entre outras informações. Houve ainda tempo para recomendar a ferramenta online disponível no site da Cebrace para o cálculo de espessura para vidros, bem como a tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro, da Abravidro.



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