Vidroplano
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Indústria sente o baque e construção quer seguir na ativa

01/04/2020 - 18h26

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na segunda-feira (30 de março), revela que 92% das empresas consultadas — 734 companhias de pequeno, médio e grande porte — estão sofrendo impactos negativos por conta da pandemia da Covid-19.

Desse total, 40% correspondem a negócios muito afetados. Os principais problemas citados são a queda na demanda, a dificuldade em conseguir insumos/matérias-primas e a redução da oferta de capital de giro por parte do sistema financeiro.

Os dados negativos vão ao encontro das percepções captadas pela última pesquisa da Abravidro, feita entre os dias 25 e 30 de março, junto a empresas de todos os elos da cadeia vidreira. Das consultadas, 56% responderam que estavam sem nenhum tipo de operação por conta de determinações de autoridades ou iniciativa própria; 81% demonstraram estar de acordo com a quarentena como forma de conter o avanço do vírus, mas revelaram que terão de aderir a medidas emergenciais do governo para suportar o momento.

E os efeitos são (e serão) sentidos no mundo todo. Na Europa, o índice industrial medido pela consultoria IHS Markit chegou a 44,5 pontos em março. É o pior resultado desde 2012, época da grave crise do euro. A Alemanha, maior economia desse continente, teve a pior queda desde 2009, quando o planeta ainda vivia os efeitos da crise econômica de 2008. A China, epicentro da pandemia, teve sua previsão de crescimento na economia de 2,5% no primeiro trimestre transformada em queda de 9%, segundo estudo do banco Goldman Sachs.

Construção civil
Importante ressaltar o esforço do setor de construção civil, maior consumidor de vidros planos, para manter as atividades. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor segue operando, mas seguindo as recomendações das autoridades de saúde.

Alguns Estados, como Ceará e Pernambuco, decretaram a suspensão de todas as atividades, inclusive as da construção. Nas localidades em que houve interrupção ou diminuição dos trabalhos, foram concedidas férias individuais ou coletivas. Também estão sendo utilizados instrumentos previstos na legislação para a manutenção do emprego, como home office, para as tarefas em que isso é possível.

No Distrito Federal, o setor não parou. Em Minas Gerais, o governo estadual incluiu o segmento na lista daqueles que podem ser mantidos em funcionamento. Na tarde desta quarta-feira, as atividades do setor (obras e lojas) foi liberada em Santa Catarina. Algumas capitais, como Campo Grande e Teresina, também já buscaram flexibilizar o funcionamento de canteiros de obras e lojas de materiais de construção.

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) solicitou ao governo federal, há alguns dias, a inclusão do comércio de materiais de construção como atividade essencial. Com isso, as lojas de varejo não precisariam fechar devido à necessidade de isolamento social. Até o momento, ainda não houve uma resposta a esse pedido, mas Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraíba, além do Distrito Federal e Santa Catarina (citados acima), já permitiram a abertura das lojas.

Setor automotivo
Embora a quarentena tenha se iniciado somente na segunda quinzena do mês, a queda de vendas de veículos novos foi impactada ao ponto de transformar março deste ano no pior março desde 2006: naquele ano, foram 148 mil carros e comerciais leves vendidos; agora, apenas 155.771. O setor automotivo é o segundo maior consumidor de vidros planos.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Antonio Filosa, presidente para a América Latina da FCA Fiat Chrysler, estimou que o mercado de carros novos deve registrar um tombo de 40% neste ano em relação a 2019.

Para ele, mesmo que a pandemia da Covid-19 seja controlada a partir do segundo semestre, muitos pequenos empreendedores e mesmo as famílias vão priorizar a recomposição financeira antes de decidir pela compra de um automóvel zero quilômetro.

O que dizem as associações vidreiras pelo País
Ascevi-SC informou no dia 2 de abril aos seus associados sobre uma nova portaria do Governo do Estado de Santa Catarina que entrou em vigor na data em questão, a qual permite o retorno das atividades do setor da construção civil e atividades vinculadas, incluindo a abertura de lojas de materiais de construção, vidros, espelhos, ferragens e todos os demais insumos para a cadeia produtiva. A entidade catarinense também listou todas as condições determinadas na portaria para a reabertura dos negócios, como a adoção de medidas internas relacionadas a saúde para evitar a transmissão do coronavírus e a distribuição de álcool gel 70% em pontos estratégicos do local para clientes e funcionários, entre outras regras.

No Paraná, a Adivipar-PR informa que cerca de 50% das processadoras e vidraçarias estão voltando às atividades. Segundo a associação, o governo estadual determinou a abertura parcial do comércio, com liberação para a área da construção civil em geral.

No Rio Grande do Sul, a diretoria do Sindividros-RS emitiu um comunicado ao setor reafirmando que toda a cadeia vidreira deve se atentar para as orientações dos órgãos competentes e colocar a saúde dos seus colaboradores e prestadores de serviço em primeiro lugar. Também orientou que, no que diz respeito à continuidade das operações, os empresários acompanhem e sigam as determinações publicadas nos diários oficiais do Estado e da prefeitura de cada município, além de lembrar que o cumprimento das obrigações financeiras para com os funcionários e fornecedores é condição indispensável para a manutenção do equilíbrio de todas as empresas do segmento.

Em relação a Minas Gerais, a Amvid-MG cita que o Sinvidro-MG comunicou no dia 26, às indústrias de transformação de vidros locais, a assinatura, juntamente com o Sindicato dos Vidreiros, Vidraceiros, Óticos e Ceramistas de Minas Gerais e Espírito Santo (Sindvidro-MG/ES), de um termo aditivo emergencial que altera e inclui algumas cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho 2019/2020 em função da pandemia. Os associados do sindicato mineiro receberão mais informações por WhatsApp e e-mail; os empresários das indústrias do setor (associados ou não) podem solicitar uma cópia desse documento. Para saber como obtê-la, entre em contato com o Sinvidro-MG pelos números (31) 2551-4447 ou 3282-1085.



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