Vidroplano
Vidroplano

Britânica, transparente e moderna!

20/07/2018 - 12h55

Na América do Norte e Europa, as universidades são bem parecidas umas com as outras. Geralmente, estão instaladas em prédios históricos, a maioria de estilo vitoriano (construções marcadas pela presença de torres, muitas janelas, simetria e ângulos retos). Se você não se lembra do formato desses edifícios, recorde-se de filmes que se passam nesses locais, como Uma mente brilhante, gravado em Princeton, ou A rede social, rodado em Harvard, ambas nos Estados Unidos. Porém, há poucos anos surgiu uma obra para sacudir essa mesmice: o novo campus da Sheffield Hallam University, na Inglaterra, usou a tecnologia vidreira para dar um ar de modernidade a esse tipo de projeto.

Ficha técnica
Autor do projeto: escritório Bond Bryan Architects
Local: Charles Street, Sheffield, Inglaterra
Área: 9,5 mil m²
Conclusão: 2015

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Estrutura multividro
Pode até parecer chavão dizer que determinada obra eleva o uso do vidro — afinal, existem várias desse tipo pelo mundo. Mas esse prédio merece o elogio: é quase um mostruário de várias possibilidades que nosso material oferece a arquitetos e engenheiros.

A fachada se divide em duas partes. A primeira reveste o edifício, sendo formada por insulados com propriedades térmicas especiais, para garantir o conforto necessário aos estudantes, principalmente durante o rigoroso inverno britânico.

A segunda parece um conjunto de brises (quebra-sóis), mas muito mais complexo: é uma enorme estrutura ancorada no exterior do imóvel, formada por vidros autoportantes extra clear com sistema de iluminação de LED — tudo fornecido pela Lumaglass, empresa vidreira da Escócia.

Algumas peças autoportantes são jateadas, outras permaneceram transparentes e a parte final ganhou as lâmpadas de LED. Essa junção criou um visual bastante peculiar: vista de longe, a obra parece um código de barras gigante — efeito pretendido pelos arquitetos para fazer a construção se destacar em meio ao ambiente urbano.

As luzes são controladas por um sistema de gerenciamento de bateria, que monitora o estado e a carga delas, evitando assim panes no funcionamento.

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Integração à comunidade
A construção recebe a Faculdade de Desenvolvimento e Sociedade, criada para treinar professores e pesquisar assuntos relacionados a artes, ciências sociais e educação. O campus foi idealizado com a intenção de ser um espaço para a comunidade local. Isso fica explícito quando se percebe a reordenação das vias ao redor.

A Charles Street, rua ao lado do prédio, tornou-se exclusiva para pedestres, ganhando bancos e iluminação. Quem está andando pelos arredores pode ainda atravessar o complexo a pé, passando pelo átrio com cobertura envidraçada que liga as duas partes do edifício.

Outra curiosidade que mostra a preocupação da universidade em se integrar à cidade são os conceitos de sustentabilidade aplicados ao projeto, incluindo sistemas de reaproveitamento de água e um grande jardim coberto em parte do telhado, cujo acesso se dá por dentro do edifício.

Este texto foi originalmente publicado na edição 547 (julho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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