Vidroplano
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Domo 2020 apresenta tendências no Brasil e no mundo

15/12/2020 - 10h33

A Cebrace realizou no dia 24 de novembro, em parceria com as empresas Schüco e Eastman, a 2ª edição do Domo, evento voltado para a discussão de inovações e tendências no design e na função das fachadas de projetos arquitetônicos.

A 1ª edição do Domo, em 2019, reuniu 240 convidados no Hotel Unique, em São Paulo, entre arquitetos, consultores e engenheiros. Já este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o formato do evento foi totalmente online. A curadoria ficou por conta da Architecture Hunter, uma das startups de mídia digital para arquitetura mais influentes do mundo.


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Fundamentos para o design
Iniciando as apresentações, Douglas Tolaine, diretor de Design do estúdio Perkins&Will em São Paulo, mostrou cases de fachadas elaboradas de modo a

valorizar o entorno e a conexão com a diversidade. Ressaltando o uso das formas orgânicas, sensações e vegetação como fatores de destaque, Tolaine exibiu projetos que priorizam a integração entre espaços por meio dos vidros e ainda abordou a importância de as fachadas serem pensadas em 360 graus — e não apenas por um de seus ângulos.

Um desses trabalhos é o edifício Vista Tower 1, cuja construção já teve início na capital paulista. Para explorar ao máximo a visibilidade da natureza ao seu redor, o prédio terá fachada de insulados feitos com peças extra clear – segundo ele, esses produtos vêm se tornando mais acessíveis e são muito interessantes para a integração da obra com os espaços externos.


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Arquitetura vernacular
Vinicius Andrade, sócio-fundador do escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados, afirmou que a arquitetura é um conhecimento acumulado culturalmente e parte da necessidade de se pensar o meio em que vivemos antes mesmo de apresentar as soluções. Nesse sentido, ele falou sobre uma pesquisa realizada acerca de sistemas construtivos de diferentes regiões no mundo localizadas na chamada faixa da Zona Tropical Úmida, os quais compartilham uma identidade muito clara de arquitetura vernacular – aquela que usa materiais locais e tipologias regionais, adequadas ao ambiente, como as palafitas. Andrade explicou que se trata de estruturas leves, com materiais orgânicos e baixa carga térmica, as quais permitem melhor ventilação e sombreamento.

Um exemplo apresentado foi o Instituto Moreira Salles, no qual o escritório buscou levar esse conceito para o espaço urbano. Nessa obra, as diferentes áreas são fluidas e abertas, com ventilação e sem necessidade de ar-condicionado. Além disso, sua pele de vidro com desempenho termoacústico também integra o edifício aos arredores.

 

domo3A nova China
Patrik Schumacher, diretor do Zaha Hadid Architects (ZHA), na última apresentação do evento, mostrou os principais projetos de seu escritório desenvolvidos na China, país que, segundo ele, dá mais liberdade para certos tipos de arquitetura. O ZHA foi o responsável, por exemplo, pelo novo Aeroporto Internacional de Pequim Daxing (PKX), famoso pela sua grandiosidade e formato de Fênix, ou Estrela-do-Mar, além da grande valorização da transparência em sua fachada e cobertura – a estrutura foi projetada pela própria Zaha Hadid ainda em vida e concluída três anos após seu falecimento.

Para Schumacher, o país asiático vem valorizando inovações e permitindo que sua empresa desenvolva grandes projetos. Ele considera que essa ousadia é reflexo do impressionante aumento no poder econômico local e da sua crescente urbanização.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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