Vidroplano
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Obra-prima renovada pelo vidro

24/01/2017 - 13h32

São Conrado é um dos bairros nobres da Zona Sul carioca, localizado entre sua bela orla e a icônica Pedra da Gávea, ponto turístico da cidade. Como se a beleza natural não bastasse, a região abriga o antigo Hotel Nacional, um dos marcos da arquitetura brasileira. Projetado por Oscar Niemeyer em forma cilíndrica, o prédio é todo revestido por vidro desde sua fundação, em 1972.

Hotel NacionalNo entanto, nenhum hóspede usufruía a estonteante vista proporcionada por sua fachada envidraçada desde 1995, quando o hotel fechou as portas. Foram necessários 21 anos para que, em 15 de dezembro, essa joia brasileira voltasse a hospedar — agora sob o comando do grupo hoteleiro espanhol Meliá, com o nome Hotel Gran Meliá Nacional Rio de Janeiro.

Antes disso, foi necessário que o prédio passasse por um amplo retrofit, nome que os arquitetos dão ao processo de modernização de uma obra a fim de atualizá-la. Seus vidros antigos da fachada foram trocados por vidros de controle solar da Cebrace, processados pela Disvidro. O grande desafio das empresas envolvidas era manter as características originais do projeto de Oscar Niemeyer tombado desde 1998 como patrimônio do município do Rio de Janeiro.

 

Reforma
Hotel NacionalO novo projeto do hotel tem o arquiteto Marcos Leite Bastos como autor. A construtora Orca também participou como responsável pela execução. Manter a estética visual criada por Niemeyer, incluindo a integração com o bairro, estava entre as metas do projeto.

“Esse prédio, como foi projetado, não se encaixaria em nenhum outro local do mundo. Ele é cilíndrico para que os olhos o atravessem e o vejam diante dos morros como parte da paisagem”, explicou Bastos ao jornal O Globo no fim de 2016. “Os cálculos arquitetônicos foram feitos pensando na linha do horizonte, de modo que, de qualquer parte da recepção, fosse possível ver o mar à meia-distância entre o piso e o teto. Tudo isso que o Niemeyer pensou está sendo mantido, mas estamos colocando materiais novos e modernos”, concluiu.

 

2MG_7558Escolha dos vidros
A QMD Consultoria preparou o projeto da fachada baseado em três pilares:

– Estética diferenciada;
– Proteção contra os raios solares;
– Luminosidade natural sem ofuscamento.

Para encontrar a melhor especificação que atendesse todos esses quesitos ao mesmo tempo, foram realizadas diversas simulações de desempenho energético, analisando também a economia que os vidros poderiam trazer ao empreendimento em relação ao uso de ar condicionado e conforto térmico e acústico. “Ainda fizemos inúmeros protótipos, de forma a aprovar os vidros pelo lado externo, visto que o empreendimento é um retrofit e as características visuais da fachada deveriam ser mantidas”, explica Igor Alvim, da QMD.

 

Interior envidraçadoApartamento Supreme II
Por dentro, o hotel também está recheado com o material, fornecido pela Cebrace, processado pela Disvidro e instalado pela CHB Alumínio:

– A academia e o spa possuem fechamento de laminado incolor 12 mm (300 m² no total). A mesma especificação está nos guarda-corpos da esplanada e do mirante, localizados no topo do prédio;
– Os guarda-corpos das escadas de acesso de vestiários e banheiros na área da piscina ganharam laminados incolores 10 mm;
– Na escada em caracol da piscina, foram instalados guarda-corpos com 100 m² de temperado laminado incolor 10 mm;
– Um dos bares do hotel, o Roof Top Bar, está no 33º andar. Voltado para a badalação, com música e iluminação especial, ele é cercado por vidros que desempenham a função de isolamento acústico.

 

Hotel NacionalEspecificação do vidro
Laminados de Cool Lite ST (6 mm + 5 mm de float bronze)
Fornecedor: Cebrace
Processador: Disvidro
Quantidade: 12 mil m²
Principais benefícios: redução do calor em 63% e transmissão luminosa de 25%. Isso garante menor uso de sistemas de ar condicionado e iluminação artificial.

 

Por dentro da instalação
A técnica escolhida para a instalação da fachada foi o sistema unitizado. Composto por frames (módulos) de alumínio nos quais o vidro é encaixado e colado com silicone estrutural, esse sistema é bastante versátil e possibilita a construção de fachadas planas, com ângulos e curvas, como é o caso do hotel. Outra vantagem é a rapidez com que ele pode ser instalado. Segundo Igor Alvim, diretor técnico da QMD, o sistema permite que as obras cumpram os cronogramas previstos pelas equipes de planejamento.

 

2MG_7619okCuriosidades desse clássico carioca
Único hotel de Niemeyer — Não há nenhum outro hotel no mundo com a assinatura de Oscar Niemeyer, o mais famoso arquiteto brasileiro, essencial para a consolidação da arquitetura moderna. Até por isso, quando o prédio foi leiloado pela prefeitura carioca, uma das condições impostas era a de que ele permanecesse como um hotel. A obra ainda contou com o paisagismo de Roberto Burle Marx.

Era pra ser maior — O projeto inicial previa a construção de um edifício de 55 andares. No entanto, mais tarde, optou-se por parar a obra no 34º pavimento.

Reduto da alta sociedade — De 1972 até 1995, a elite carioca frequentava assiduamente o empreendimento. O local deu lugar a festas antológicas e recebeu celebridades como a atriz e cantora norte-americana Liza Minneli e B.B. King, mais famoso guitarrista de blues da história. Também foi sede do conceituado Free Jazz Festival.

Prepare o bolso — O hotel tem 413 quartos com vista para a Praia de São Conrado, Rocinha e Pedra da Gávea. Existem diversas classificações: o preço médio de uma diária é de R$ 800.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 529 (janeiro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui



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