Vidroplano
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Inovação: ser uma empresa diferente

21/10/2020 - 10h07

Escrito por Cláudio Gama

Os próximos anos provavelmente exigirão inovações e mudanças tecnológicas tão grandes quanto as que a geração atual já testemunhou. E boa parte precisará ser realizada pelas empresas já estabelecidas. Como isso pode ser feito?

– Não é verdade que as grandes empresas monopolizam a inovação: os últimos anos foram marcados por companhias menores ou desconhecidas produzindo inovações eficazes. A Xerox não era nada mais do que um pequeno comércio de papel em 1950;

– A função empreendedora consiste em transferir os recursos existentes das áreas de menor produtividade para as áreas de maior produtividade. Não significa, portanto, criar riqueza descobrindo novos continentes, mas, sim, novos e melhores usos para os recursos existentes e os potenciais conhecidos;

– Em geral, a empresa inovadora tem sido discutida em termos de criatividade e de atitudes. Na verdade, ela precisa de políticas, práticas e estrutura. Requer, em primeiro lugar, que a gestão antecipe suas necessidades tecnológicas;

– O problema em muitas organizações incapazes de inovar e se renovar é que não conseguem se desprender do passado, daquilo que não é mais produtivo. Pelo contrário, tendem a alocar nisso seus melhores recursos;

– Por isso, é preciso que cada produto, processo e atividade sejam postos periodicamente em julgamento (talvez a cada dois ou três anos). A pergunta a ser feita: “Se já não fizéssemos isso atualmente, faríamos o mesmo a partir de agora, sabendo o que sabemos hoje?”. Se a resposta for negativa, então surge outra pergunta: “Como podemos abandonar isso e com que rapidez?”;

– A organização que, sistematicamente, se desprende do antigo não precisa se preocupar com a criatividade, pois terá um apetite tão saudável pelo novo que a principal tarefa da administração será selecionar, dentre a grande quantidade de boas ideias novas, aquelas com maior potencial de execução bem-sucedida.

Cláudio Gama é analista técnico em gestão governamental e especialista em gestão pública pela Faculdade Municipal de Palhoça (SC)

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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