Vidroplano
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Molas são aliadas para portas pivotantes de vidro

22/08/2024 - 14h08

Molas são dispositivos que agregam valor e praticidade às portas pivotantes de vidro: elas permitem controlar a velocidade de abertura e garantem seu fechamento de forma automática e suave. Hoje, o mercado conta com diversos fabricantes desse produto, e a aplicação dele já é um serviço comum para muitas vidraçarias.

O trabalho com molas é simples – mas, assim como todas as atividades realizadas pelos vidraceiros, exige atenção e cuidados tanto na escolha como na instalação para assegurar o bom funcionamento do sistema. Conheça mais sobre esses dispositivos e confira dicas para o uso deles nas páginas a seguir.

Como funcionam?
As molas para portas de vidro possuem válvulas de regulagem, as quais são usadas para controlar a velocidade de abertura e a suavidade de fechamento. “Ao acionarmos uma porta equipada com esse dispositivo, um êmbolo envolvido por uma mola é comprimido; a força da mola comprimida tentando retornar à posição inicial é que impele a porta a retornar à posição fechada”, explica Thiago Lodi Bonatto, supervisor de Desenvolvimento de Produto da Soprano.

Para permitir o controle do movimento, a câmara em que a mola está contida é preenchida com óleo hidráulico. “Para retornar, a mola precisa também forçar a passagem do óleo de um lado para o outro da câmara através de um orifício, cuja abertura é ajustada pela válvula de regulagem da velocidade – quanto maior a velocidade desejada para a mola, maior é a abertura da passagem do óleo”, aponta Bonatto.

Limites da mola
Segundo Willmerson Júnior, gerente de Marketing da WR Glass, o vidraceiro deve sempre estar atento ao peso, altura e largura da porta pivotante na hora de escolher a mola a ser instalada. “Cada mola tem medidas máximas de trabalho; caso as medidas sejam ultrapassadas, a mola ficará em estresse e poderá quebrar facilmente”, alerta.

Para garantir a escolha certa, é recomendável consultar a fabricante. A WR Glass, por exemplo, tem três modelos diferentes de molas de piso no portfólio, cada um desenvolvido para atender um tamanho e peso específicos de porta.

Principais modelos
Os dois tipos mais comuns de molas para porta são as de piso e as aéreas. Ambas desempenham a mesma função, mas têm suas particularidades:

 

Foto: Divulgação WR Glass

Foto: Divulgação WR Glass

 

Molas de piso

  • Como o nome diz, são instaladas no piso – quase sempre, é necessário recortá-lo para embuti-las;
  • São acopladas a ferragens da porta, exigindo o recorte do vidro;
  • São mais duráveis e resistentes, ideais para portas mais largas e pesadas;
  • Permitem a abertura da porta em ambas as direções;
  • Não interferem na estética.

 

Foto: Divulgação Soprano

Foto: Divulgação Soprano

 

Molas aéreas

  • São instaladas na parte superior da porta;
  • Não precisam de recorte ou furação no vidro;
  • Podem ser aplicadas em portas já instaladas;
  • Precisam de suporte metálico para sua fixação sobre o vidro;
  • Permitem a abertura somente para um dos lados.

“Diria que o uso de molas de piso é mais comum do que o das aéreas no caso das portas de vidro, embora ambas funcionem nelas”, observa Miguel Kahn, gerente de Marketing Latam da dormakaba.

Embora não seja tão comum no mercado, é possível encontrar ainda mais um tipo de molas, o de dobradiça, indicado para estruturas mais leves, como boxes de banheiro. Vale destacar ainda que não há diferença entre os corpos das molas usadas em portas de vidro e aquelas aplicadas a portas de outros materiais, como madeira e aço – segundo Thiago Bonatto, da Soprano, a diferença no caso do nosso material está na ferragem utilizada na porta para fixá-la ao eixo da mola.

Como instalar
As fontes ouvidas por O Vidroplano ensinaram o passo a passo para a instalação dos dois tipos mais comuns de molas:

 

Molas de piso

  • O primeiro passo é o recorte no piso para encaixar a caixa da mola – Willmerson Júnior, da WR Glass, alerta que o vidraceiro deve sempre estar atento à mola que será usada, pois cada uma tem um tamanho de caixa diferente;
  • Após acomodar a caixa da mola dentro do recorte no piso, o mecanismo dela deve ser colocado e ajustado para que o sistema fique o mais alinhado possível dentro da caixa, mantendo assim o funcionamento dela em excelência;
  • O passo seguinte é o encaixe da porta sobre o sistema e a regulagem de sua velocidade de abertura e fechamento;
  • Por fim, coloca-se a capa da mola de piso.

Miguel Kahn, da dormakaba, recomenda também o uso de selante para a vedação da capa ou tampa da mola: “Essa aplicação aumenta a vida útil do produto, pois o selante protege a mola contra o contato com a água ou produtos de limpeza”.

 

Molas aéreas

  • Primeiro, deve-se separar o braço articulado do corpo da mola e encaixar o suporte de fixação na folha de vidro;
  • Em seguida, segundo Bonatto, da Soprano, basta fixar o corpo e o braço articulado – montando esse último novamente – e ajustar a velocidade por meio das válvulas.

 

Reprodução/divulgação dormakaba

Imagem: Reprodução/divulgação dormakaba

 

Evitando problemas na instalação
Segundo Miguel Kahn, o erro mais comum no trabalho com molas de piso é o alinhamento da mola dentro da caixa. “A caixa também precisa estar numa superfície plana – portanto, o recorte no piso precisa ser bem-feito, eliminando qualquer imperfeição e respeitando a altura da caixa da mola”, alerta.

Outro ponto importante para o perfeito funcionamento de uma mola de piso são as ferragens. “Se elas não estiverem perfeitamente encaixadas ao eixo, a porta fará um barulho ao abrir, causado pela falha no encaixe, e o som reverberará pelo vidro. A mola de piso não estala; o que estala é o conjunto do eixo mais a ferragem”, detalha Kahn. Por esse motivo, tanto a ferragem como o eixo precisam ser de boa qualidade.

Já no caso das molas aéreas, Bonatto, da Soprano, orienta que o vidraceiro deve estar atento para que a fixação do braço e do corpo dela aos suportes na porta fique dentro do recomendado pelo gabarito de instalação. “Caso contrário, não será possível ajustar a velocidade do sistema com precisão e isso também pode levar ao desgaste prematuro do produto”, aponta.

 

Tirando outras dúvidas sobre molas

Molas para portas de vidro precisam passar por manutenção periódica?
Sim. “Além dos cuidados com a limpeza periódica para evitar o acúmulo de poeira, a mola deve ser testada e regulada periodicamente, conforme indicado no manual de cada produto, a fim de garantir o seu bom funcionamento”, orienta Thiago Bonatto, da Soprano.

Uma mola recondicionada (isto é, já usada anteriormente) tem o mesmo desempenho de um produto novo?
Não. “Elas não têm as mesmas propriedades; todos os diferenciais e o controle de regulagem são alterados, comprometendo a segurança dos usuários. Mal comparando, é como se um carro usado tivesse sua quilometragem adulterada e fosse vendido como novo”, avalia Miguel Kahn, da dormakaba. Por isso, ele recomenda que o consumidor fique atento a preços muito abaixo do praticado no mercado e, sempre que possível, exija um documento que comprove que a mola é original para não ser enganado.

Existe alguma norma no Brasil referente a molas para portas de vidro?
Ainda não. Porém, o Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248) começou, em maio deste ano, o desenvolvimento do texto-base de um projeto de norma para esses dispositivos (leia mais clicando aqui).

 

Soluções no mercado

Produtos: BTS 75 V e BTS 75 R
Fabricante: dormakaba
Tipo: de piso

Diferenciais:

  • Têm um óleo especial que garante a performance da mola em diferentes climas, seja no frio ou calor extremo;
  • Têm válvulas de regulagem com nylon especial, as quais mantêm a vazão do óleo constante, permitindo que elas não percam regulagem;
  • Possuem a função backcheck – um amortecimento que passa a agir na porta a partir de 70 graus de abertura, funcionando como uma medida de segurança, principalmente para crianças que podem abrir a porta com força e fazer o vidro se chocar contra uma parede;
  • Contam também com a função delayed action, que permite que o ciclo de fechamento seja realizado com retardo e suavidade dentro da faixa ajustável de 180 a 70 graus, facilitando o trabalho de passagem de mercadorias ou até mesmo de uma maca em caso de hospitais.

 

Produtos: A302 e A530
Fabricante: Soprano
Tipo: aéreas

Diferenciais:

  • Indicadas para portas de, aproximadamente, 0,9 x 2,1 m e peso de 45 kg;
  • Regulagem de fechamento de 90 a 15 graus e de 15 a 0 graus por válvulas independentes;
  • Braço reforçado e ajustável conforme a necessidade de instalação;
  • Utilização reversível, podendo ser instaladas em portas com abertura direita ou esquerda;
  • Funcionamento mecânico-hidráulico.

 

Produto: WR 8200
Fabricante: WR Glass
Tipo: de piso

Diferenciais:

  • Para portas de 1,1 x 2,1 m;
  • Suporta peso de até 110 kg;
  • Tem dois controles de velocidade para o fechamento, o primeiro, até os 15 graus, e, o segundo, para fechamento mais suave, para evitar batidas pesadas e grandes danos nos vidros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 620 (agosto de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Александр Беспалый/stock.adobe.com



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