Negócios feitos sob a transparência do vidro
16/12/2016 - 16h44
Nosso material tem presença (quase) obrigatória nos grandes centros comerciais brasileiros. Entenda o porquê disso e veja ‘cases’ espalhados pelo País
Não importa se você está nas populosas São Paulo ou Rio de Janeiro, nas modernas capitais do Sul ou nas ensolaradas metrópoles do Centro-Oeste, Norte ou Nordeste. Ao visitar as principais capitais do País, um elemento estará presente nos prédios comerciais: o vidro. Diante disso, tivemos um grande desafio: entender o porquê dos arquitetos lançarem mão do nosso material e apresentar cases que ilustram bem a sua aplicação. Para alcançarmos esse objetivo, elencamos os Estados com as doze maiores economias do País e entramos em contato com arquitetos dessas regiões. O resultado, você confere a seguir. Nossa amostragem revela como os empreendimentos utilizam diferentes especificações de acordo com os objetivos do projeto arquitetônico. Além disso, as condições climáticas de cada cidade são outro fator relevante. De quebra, você ainda confere uma lista com alguns dos bairros e avenidas de capitais onde mais têm arranha-céus envidraçados.
Evolução da tecnologia
A partir do fim da década de 1970, empreendimentos comerciais ao redor do mundo começaram a ganhar fachadas inteiramente envidraçadas. No Brasil, essa “febre” transparente se alastrou por nossas capitais nos anos 1980, mas as fachadas ainda contavam com grande quantidade de brises (quebra-sol) ou amplas marquises para proteger o ambiente interno da incidência direta do Sol. Na virada do século, tudo mudou. “Conseguimos ter acesso aos vidros especiais com características de melhor isolamento térmico, isolamento acústico e reflexão de calor”, explica o arquiteto Alberto Fedosow Cabral, conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS). “Isso permitiu aplicações limpas, nas quais os brises já não são mais necessários.”
O desenvolvimento dos caixilhos de alumínio também foi um fator a ajudar a disseminação do uso do vidro em fachadas. “Outro responsável foi o silicone selante, elemento que permitiu a completa vedação dos vidros, suportando altas diferenças térmicas”, lembra a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (USJT), Luciana Brasil.
“O bom uso do vidro traz uma série de vantagens”, relata o arquiteto e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Pedro Vannucchi Guerra de Souza. “A primeira é a questão da beleza, da plasticidade dos edifícios. Além disso, temos a rapidez de aplicação na obra, questão imprescindível no cronograma de um projeto, e ainda a funcionalidade, item de profunda importância para uma empresa.”
A arquiteta Iara Luiza Galvão recorda ainda que o vidro não é importante apenas na parte externa das edificações, mas também dentro dos escritórios. “Com sistemas de gestão cada vez mais integrados entre as equipes e hierarquias horizontais nas empresas, a permeabilidade visual do vidro traz a vantagem de dividir ambientes, garantindo a integração e a amplitude dos espaços”, revela.
Eficiência energética
A principal preocupação da administração de um prédio comercial está na conta de luz. Atualmente, um edifício de grande porte tem a obrigação de trabalhar com elementos de eficiência energética — ou os gastos com eletricidade serão inviáveis para a manutenção do espaço. Nesse sentido, o vidro se mostra um dos melhores aliados das obras, já que permite:
• Iluminação natural: a necessidade de luz artificial cai consideravelmente. Podem ser usadas lâmpadas menos potentes, que consomem menos energia. Luz solar também significa qualidade de vida, pois afeta positivamente o humor, o metabolismo e a qualidade do sono de quem é exposto a ela durante o dia. Com isso, a produtividade no trabalho será maior;
• Conforto térmico: os vidros de controle solar conseguem barrar a entrada dos raios UV e do calor, combinando transparência com desempenho. Assim, o uso de sistemas de ar condicionado diminui;
• Outros benefícios financeiros: o vidro garante ainda a redução do peso estrutural do prédio e dos custos de manutenção, além de maior velocidade de construção e valorização financeira do empreendimento.
Levando informação ao mercado
“Muitos profissionais prezam pelos custos e soluções fáceis dentro de sua zona de conforto”, comenta o responsável pelo Marketing da AGC, Matheus Oliveira. “O desafio é adequar a especificação correta ao orçamento e à demanda do cliente.” Ao optar por produtos comuns,compromete-se a qualidade de todo o edifício. Por isso, é importante que especificadores e os profissionais do setor conheçam o nosso material e suas características. “O trabalho de qualificação técnica, realizado pela Abravidro e demais entidades setoriais, contribui para que isso aconteça”, analisa a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade. “Cursos e palestras sobre a tecnologia vidreira, normas técnicas, diferentes tipos de vidro e suas formas de aplicação eleva o patamar de toda a cadeia produtiva e agrega valor às vendas.”
Especificação correta
A questão climática é fundamental no processo de especificação do vidro. Pelo fato da variação de temperaturas ocasionada pela grande extensão territorial, é preciso levar em conta uma análise criteriosa. Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace, explica: “Temos maior necessidade de proteção solar de acordo com a latitude e longitude avaliadas”. Quanto mais distante da linha do Equador, menos intensa é a radiação. “Nas regiões mais próximas a ela, no entanto, são necessários vidros com maior desempenho, menos permeáveis à radiação solar direta”, analisa.
Com base em um estudo climático benfeito, é possível derrubar mitos do mercado — como o que afirma que insulados são indicados para países frios. “O Brasil é um dos locais mais adequados para a utilização de vidros insulados, pois possibilitam uma série de especificações que atendem as nossas dimensões continentais”, afirma Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix. “Afinal, é muito mais caro resfriar um ambiente do que aquecê-lo”, reforça, fazendo referência aos gastos com sistemas de ar condicionado.
Um passeio pelos centros comerciais do País
Quer ver prédios envidraçados? Selecionamos as capitais dos estados com os maiores índices de Produto Interno Bruto (PIB) das cinco regiões do Brasil. Nessas capitais, verificamos onde está a maioria dos prédios comerciais envidraçados. A relação está a seguir. Quando passar por essas metrópoles, aproveite para visitar.
NORTE
BELÉM: Umarizal
MANAUS: Zona Centro-Sul
NORDESTE
FORTALEZA: Aldeota e Meireles
RECIFE: Ilha do Leite e arredores do Derby e Boa Viagem
SALVADOR: Avenida Governador Luís Viana, Avenida Anita Garibaldi e bairro Caminho das Árvores
SUDESTE
BELO HORIZONTE: Funcionários, Santo Agostinho e Savassi
RIO DE JANEIRO: Barra da Tijuca e Centro SÃO PAULO: Avenida Faria Lima, Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, Avenida Paulista e demais bairros da Zona Sul, próximos à Marginal do Rio Pinheiros
CENTRO-OESTE
BRASÍLIA: Asa Norte e Setor Bancário
GOIÂNIA: Avenida 136 e Avenida T-63
SUL
CURITIBA: Batel, Centro e Ecoville
PORTO ALEGRE: Bairros Moinhos de Vento, Rio Branco e Cristal
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