Vidroplano
Vidroplano

Prédio em chamas

21/01/2016 - 18h47

Este texto foi originalmente publicado na edição 517 (janeiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

Sem fogo, não existe vidro. O primeiro passo na produção de nosso material é a fundição de matérias-primas como areia, barrilha, dolomita, calcário e feldspato a temperaturas elevadíssimas, acima dos 1.500º C. No Museum at Prairiefire, localizado na cidade de Overland Park, Estado do Kansas, Estados Unidos, a relação entre esses dois elementos virou conceito arquitetônico: as fachadas do espaço ganharam vidros insulados com películas dicroicas, que, por refletirem a luz em diferentes feixes, reproduzem os movimentos e a mudança de cores do fogo.

Símbolo local
Uma das principais características do Centro-Oeste americano é a pradaria, uma vegetação baixa, semelhante à encontrada nos pampas gaúchos, no Sul do Brasil. Nessa região dos Estados Unidos, ocorrem, periodicamente, queimadas controladas realizadas para a manutenção das condições ideais da pradaria — essas queimadas são chamadas de prairiefire. É daí que veio a ideia para o projeto do museu, desenvolvido pelo escritório Verner Johnson. “Geralmente, edifícios são desenvolvidos para evocar a missão ou a temática do empreendimento”, comenta Jonathan Kharfen, arquiteto responsável pelo design do prédio. “Como esse museu não teria um acervo permanente ou uma temática única, o mais apropriado era fazer referência ao local em que ele está”.

Como simular o fogo?
Quem caminha pelo lado de fora da fachada envidraçada verá a estrutura mudando de cor. Durante o dia, os vidros termoendurecidos insulados, fabricados pela canadense Goldray Industries e processados pela americana PPG Industries, possuem tons vermelhos, roxos e laranjas. À noite, matizes azulados e esverdeados.

A explicação está na solução aplicada ao conjunto: películas dicroicas, produzidas pela 3M, chamadas 3M Dichroic. O item possui camadas de poliéster e acrílico que refletem a luz e a divide em diferentes feixes de cor. Assim, a cor do vidro se altera dependendo do ângulo de visão — e também do ângulo em que os raios de luz batem nas placas.

Formas naturais
Ao olhar para a construção, o padrão dos vidros da fachada parece aleatório, sem formas definidas. Mas existe um sentido por trás do desenho, segundo o arquiteto Kharfen: “A intenção é transmitir a sensação de movimento de chamas e faíscas”. Os painéis de aço inoxidável presentes na estrutura também mudam de cor conforme a posição do observador. As formas da natureza estão ainda no desenho do prédio, o qual remete às pequenas colinas encontradas na região, locais em que crescem as pradarias.

Conheça o Museum at Prairiefire
Inaugurado em 2014, o museu foi construído pelo American Museum of Natural History, de Nova York. O objetivo era oferecer à população do Centro-Oeste americano um espaço tecnológico voltado a exposições temporárias sobre história natural, termo que define o estudo de tudo o que é vivo na Terra. Os temas das mostras variam de fósseis de dinossauros e criaturas míticas à importância das águas, entre outros.

Fale com eles!
3M — www.3m.com
American Museum of Natural History — www.amnh.org
Goldray Industries — www.goldrayindustries.com
Museum at Prairiefire — museumatpf.org
PPG Industries — corporate.ppg.com
Verner Johnson — www.vernerjohnson.com



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