21/06/2018 - 13h19

Não apenas o setor vidreiro foi afetado pela greve de caminhoneiros que parou o País no fim de maio. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou esta semana o Índice de confiança do empresário industrial (Icei), pesquisa mensal que revela o ânimo dos industriais brasileiros ligados aos mais diversos setores. O documento registrou queda de 5,9 pontos com relação a maio. Trata-se do maior recuo na história da série — ela começou a ser feita em 2010.

Hoje, conforme é possível ver na tabela abaixo, o índice acumula 49,6 pontos — a CNI considera valores abaixo de 50 pontos como falta de confiança e, desde janeiro de 2017, os números eram superiores a essa marca. No mês passado, maio, foram registrados 55,5 pontos (a média histórica de confiança dos industriais é de 54,2 pontos).

A confiança dos empresários foi abalada pela interrupção dos serviços de transportes rodoviários de cargas, no final de maio, e pelas consequências das medidas tomadas para solucionar a crise. É importante registrar que a queda no otimismo foi observada em empresas de todos os portes, regiões e segmentos industriais, sendo a indústria de transformação a que demonstrou maior queda de otimismo (menos 6,1 pontos de maio para junho).

Um fato curioso é que a pesquisa também pergunta aos empresários sobre o otimismo com relação às próprias empresas. Nesse contexto, eles permanecem confiantes, com um índice de 56,6 pontos, mas pessimistas em relação às expectativas para a economia como um todo (46,6 pontos). A alta do dólar e o aumento de diversas despesas (como luz, gás e frete, por exemplo) criam uma sensação de volatilidade e insegurança.