Vidroplano
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Setor vidreiro cresce em meio à pandemia

01/06/2021 - 11h55

De um momento desesperador, por conta do fechamento inicial de todas as atividades em várias partes do País, a um cenário de otimismo com o aumento da demanda por vidros: o setor vidreiro viveu um 2020 bastante intenso em meio à pandemia. Mas, no fim, os números mostraram-se positivos. Será que podemos esperar um novo período de crescimento, ainda que a crise vivida esteja longe de terminar? Nas próximas páginas, O Vidroplano analisa os dados levantados pela edição 2021 do Panorama Abravidro, o único estudo econômico e produtivo sobre a produção vidreira nacional, feito com base nas informações fornecidas pelos processadores de todo o Brasil. Participaram da pesquisa 34 empresas, representando 19% do mercado brasileiro de vidro processado não automotivo.

Desempenho além do esperado
Os dados são recebidos, analisados, consolidados e agregados pela GPM Consultoria Econômica. Para Sérgio Goldbaum, economista da empresa, as expectativas para a economia brasileira, incluindo o setor vidreiro, para o ano passado eram muito pessimistas. “A inclusão da construção civil nas atividades essenciais, o auxílio emergencial e a taxa de juros muito baixa contribuíram para que o segmento do vidro tivesse um desempenho bem acima do que eu esperava inicialmente”, explica. “E esse desempenho é resultado tanto da performance das construções de grande porte como das pequenas reformas.”

Como a pandemia segue longe de terminar por aqui, é possível que o bom momento de 2020 permaneça em 2021? Existe um grande desafio a ser superado na construção civil: a limitação da oferta de matérias-primas. “Na última Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria, divulgada em março, mais da metade dos empresários que responderam à pesquisa esperava que a normalização da oferta de insumos se daria apenas no terceiro trimestre de 2021 ou mesmo depois”, relata Goldbaum. “No final de abril, a CNI apontou que a falta de insumos ou seu custo elevado havia se disseminado ainda mais no primeiro trimestre, acompanhada pelo recuo da confiança do empresário e de sua intenção de investir.”

Por isso mesmo, fica a esperança de que alguns fatores possam influenciar a retomada efetiva da atividade econômica, como maior velocidade do programa de vacinação, continuidade de algum programa de auxílio emergencial e condução da política monetária. “E, segundo o estudo, o otimismo com o resultado do ano está presente ainda nas expectativas para 2021: aumento no faturamento, intenção de investimentos e diminuição no grau de endividamento”, explica o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas.

A seguir, confira a análise sobre os indicadores. Os dados se referem aos vidros processados não automotivos em 2020.

A importância do estudo
No Panorama Abravidro, as empresas da cadeia de vidros planos podem encontrar os números essenciais e usá-los para definir ações ao longo do ano — e até mesmo comparar os resultados de sua empresa com o desempenho do mercado. O levantamento também permite que a Abravidro tenha uma fotografia anual dos principais indicadores do setor. Com isso, é possível fazer pleitos junto ao governo federal que atendam de forma específica nossas empresas.

 

Faturamento
– As processadoras faturaram 12% a mais do que em 2019. Ao todo, o faturamento em 2020 foi de R$ 5,2 bilhões;

– Os temperados romperam a marca dos R$ 3 bilhões;

– O único tipo de vidro com queda nesse quesito foi o da categoria “tampos etc.”, com baixa de 13,9%.

 

gráfico-certoProdução em m²

– O volume de vidros processados produzido em 2020 alcançou o maior nível desde 2015;

– Em relação a 2019, são quase 8 milhões de m² a mais de vidros processados.

 

gráfico2Qual é o processado mais consumido?
– Com mais de 35 milhões de m², os temperados permanecem no topo da lista. É o melhor resultado da história para esse produto;

Os laminados seguem uma trajetória de crescimento, chegando perto dos 7 milhões de m².

 

gráfico3Participação por produto
Temperados seguem como líderes: produto cresceu 1,3% em sua participação. Agora, somam 56,7% do total de vidros processados não automotivos;

– Após a queda em 2019, os espelhos voltaram a crescer: representam 27% do mercado, aumento de 1,3% em relação ao ano retrasado;

– Os insulados passaram a somar apenas 0,5% de todos os vidros processados. Material vinha em pequena alta desde 2018.

 

gráfico4Preço médio dos vidros (base 100 = 2009)
– Os temperados registraram a primeira queda em seu preço médio desde 2017;

– Os laminados seguem trajetória de queda em seu preço médio ano a ano e em 2020 não foi diferente: o menor preço médio da série histórica do Panorama.

 

gráfico5Mão de obra empregada
– O número de funcionários aumentou 5,2%, acompanhando a tendência de alta vista a partir de 2019. Agora, são 29.590 empregados em beneficiadoras;

– É o maior nível de funcionários desde 2015.

 

gráfico6Nossas empresas são produtivas?
– A conta para saber a produtividade é bem simples: basta dividir o total da produção pelo número de funcionários;

– Em 2020, o resultado mostra 174,6 m² de vidros processados por funcionário ao mês. Isso mostra a retomada do nível atingido em 2015 nesse indicador, o melhor de nossa série histórica, registrado no ano de melhor resultado do setor vidreiro nacional;

– O aumento em relação a 2020 é de 8,7% — recuperando a queda vista em 2019.

 

gráfico7Ociosidade
Em pleno ano de pandemia, o parque nacional trabalhou com margem de ociosidade que permitiu o crescimento do volume produzido com tranquilidade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 581 (maio de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

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