Vidroplano
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Fórum da Blindex discute a mulher no mercado de trabalho

09/03/2021 - 16h38

A Blindex realizou hoje (9) o 2º Fórum Transparência com Elas. Conduzido por Ana Fontes, presidente e fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, o evento contou com a participação de mulheres que são referência em diferentes áreas do setor vidreiro nacional.

Ao contrário de sua 1ª edição, o último evento presencial promovido pela Blindex, esse ano o fórum foi 100% online devido à pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo.

 

Do ambiente corporativo ao empreendedorismo
Na primeira parte do evento, Ana Fontes contou um pouco de sua história. Antes de se tornar empreendedora social, trabalhou numa fábrica da Volkswagen, em um ambiente predominantemente masculino. Na época, não havia discussões sobre inclusão e representatividade bem como referências femininas na empresa nas quais ela pudesse se espelhar. Em certa ocasião, ela concorreu a uma promoção de cargo, chegou à etapa final sendo considerada como a candidata mais qualificada mas, na entrevista final, não foi escolhida por ser mulher.

Tempos depois, após sair da companhia, Ana entrou na jornada do empreendedorismo e criou a RME. A rede hoje é referência internacional, contando com centenas de colaboradoras — a fundadora chegou a ser eleita pela Forbes uma das mulheres mais poderosas do Brasil. Presidente da RME, quando saiu do ambiente corporativo, Ana percebeu que havia milhões de outras mulheres como ela buscando entrar na área do empreendedorismo, indo contra a noção de que uma carreira de sucesso envolve cursar uma faculdade e conseguir trabalhar numa grande empresa.

 

Mulheres no mercado de trabalho
Segundo Ana, a independência financeira é essencial para as mulheres por diversos motivos, podendo, inclusive, ser o fator determinante para que aquelas que vivem situações de violência consigam sair delas. Hoje, de acordo com a empreendedora, metade das pequenas e médias empresas no Brasil é liderada por mulheres. Apesar disso, o mercado ainda apresenta desafios para essas empreendedoras, como acesso a crédito e oportunidades de capacitação.

A fundadora da RME também falou sobre liderança feminina – que não necessariamente é aquela exercida por uma mulher, mas sim pela que se coloca para sua equipe de forma colaborativa, agregadora, humana e focada na diminuição de desigualdades. Também apontou-se que as mulheres, mesmo sendo mais da metade da população no planeta, ainda têm muito pouca representatividade em posições de alta liderança nos ambientes corporativos, cargos políticos ou esfera jurídica. Sobre a luta por representatividade, aliás, Ana explicou que não se trata de um embate entre mulheres e homens e da visão destes como inimigos, mas sim de buscar garantir oportunidades e espaços iguais.

 

Representação feminina no setor vidreiro
Após a palestra de Ana, mulheres que trabalham em diferentes elos da cadeia vidreira nacional compartilharam experiências.

Uma das convidadas, Kilze Krauss, proprietária da processadora manauara Casa dos Espelhos, começou numa vidraçaria, trabalhando na empresa fundada por seu pai quando ela ainda tinha 16 anos de idade. Hoje, é a única mulher dona de têmpera em Manaus e única representante da Blindex no Amazonas. Para ela, é muito importante que as mulheres em cargos de liderança deem oportunidade para outras também ingressarem e crescerem nesse universo.

Amanda Calazans, coordenadora de Mercado da Cebrace, apontou a educação dada por sua mãe para que as filhas estudassem muito e fossem donas dos próprios narizes. Disse ela que nunca se identificou como “sexo frágil”, mas observou que ainda hoje existe a necessidade de desfazer essa visão sobre as mulheres em muitos homens no mercado de trabalho – nesse sentido, destacou que, na Cebrace, sempre foi ouvida e respeitada por seus superiores e colegas de trabalho.

Para Gabriela Gama, engenheira de processos da Pilkington Brasil, é essencial que, quando uma mulher fala no espaço de trabalho, o líder dê respaldo e impeça interrupções. Ela também considera importante que as mulheres possam ser respeitadas sem precisar provar a capacidade em situações nas quais os homens não sejam cobrados. Além disso, apontou que um ambiente menos machista também favorece os homens, como na percepção das necessidades que eles possam vir a ter como pais e cuidadores.



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