Conheça mais sobre vidros de segurança
02/02/2023 - 16h10
A segurança é um atributo cada vez mais valorizado nas edificações, seja contra intempéries como rajadas de vento e inundações, seja contra ações humanas, como atos de vandalismo. O vidro pode contribuir muito para conservar prédios e proteger as pessoas que ali se encontram: embora ainda haja quem pense que nosso material se quebra com facilidade, ele passou por uma série de avanços nas últimas décadas e hoje conta com soluções de alta resistência.
A seguir, O Vidroplano apresenta um pouco sobre a evolução do vidro voltado para aplicações de segurança, soluções disponíveis no mercado e seus principais públicos-alvo, além do potencial de crescimento da demanda por esses produtos.
Avanços e popularização
Tragédias não trazem apenas sofrimento: a maioria delas leva à busca de uma solução capaz de evitar que aconteçam novamente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a revista USGlass Magazine publicou em 2021 uma série especial de reportagens sobre o impacto que os ataques terroristas em 11 de setembro de 2001, em que aviões colidiram com as torres gêmeas do antigo World Trade Center e com o Pentágono, teve na evolução do vidro e na indústria de envidraçamento de segurança.
A revista aponta que muitos consideram o atentado à bomba em Oklahoma, em 1995, como o momento em que, de fato, teve início a discussão em torno da segurança e dos vidros protetores. Porém, foram os ataques de 11 de setembro que forçaram o setor de construção a enfatizar a necessidade de avaliar e aprimorar a resistência e proteção que os materiais nesse segmento podem – e precisam – oferecer.
Além do desenvolvimento de produtos mais resistentes, o uso de vidros de segurança e de envidraçamento estrutural vem sendo adotado por diferentes segmentos nos Estados Unidos: se há 20 anos essas aplicações eram encontradas principalmente em prédios governamentais, hoje já estão também em escolas, universidades, no setor privado e até mesmo em vitrines e residências. Cada vez mais instalações estão avaliando a integração antecipada desses níveis de proteção básica ainda na fase de projeto, para evitar adaptações ou limitações de uso ocupacional ao longo da vida útil do edifício.
Potencial de crescimento no Brasil
Luiz Cláudio Rezende, consultor técnico da Viminas, observa que a preocupação dos cidadãos com relação à segurança tem crescido a cada dia em nosso país. “Aumentam as notícias de ações de criminalidade, e nem sempre o poder público, ou até mesmo o setor privado, conseguem garantir 100% de segurança para as pessoas e para o patrimônio. Então, tornou-se necessário buscar soluções que dificultem ao máximo esse tipo de perigo. Nesse sentido, o vidro antivandalismo é um importante incremento na proteção”, explica.
O engenheiro Dener Barros, consultor técnico da PKO do Brasil, também considera que o Brasil tem um enorme potencial de consumo desse produto – e isso está conectado com o fato de que os clientes, cada dia mais, buscam por soluções melhores para suas construções. “Imagine, por exemplo, uma joalheria ou uma loja de celulares de última geração. Já pensou no prejuízo se alguém conseguir invadir esses espaços? Agora, imagine esse mesmo cenário, só que dessa vez com uma vitrine feita com vidro antivandalismo, que tem excelente nível de transparência e que, quando adequadamente especificado e instalado, pode suportar até 70 golpes de machado: o invasor certamente irá partir sem atingir seu objetivo depois de poucos golpes.”
Vidro antivandalismo: o que é?
Trata-se de uma variação dos vidros laminados. Anayeli Tapia, responsável pelas atividades de Marketing da Kuraray para a América Latina, explica: “Laminados podem ser especificados para atender diferentes requisitos, desde a segurança básica até vários tipos de intrusão – neste último caso, o produto é desenvolvido para dificultar que consigam atravessar o envidraçamento e atrase o tempo necessário para penetrá-lo. Esse atraso dá à polícia mais tempo para responder ao crime e pode até mesmo fazer com que o invasor desista”.
Segundo Dener Barros, da PKO, a diferença entre as peças antivandalismo e as laminadas comuns está na resistência aos impactos sofridos. “Dessa forma precisamos de uma composição que garanta resistência a impactos contínuos. Para isso, a composição adequada varia de acordo com o nível de proteção desejada e de acordo com a necessidade do projeto: a norma europeia DIN EN 356 estabelece alguns parâmetros para a especificação que levam em consideração o tipo de construção – joalheria, residência de alto padrão, museus etc. –, sendo que para cada tipo de aplicação é recomendável uma composição diferente, com mais camadas de vidros e interlayers”, orienta.
Luiz Cláudio Rezende, da Viminas, lista as duas principais variáveis para essa especificação:
- O tipo e a espessura dos vidros: “Para essa aplicação, as peças podem ser comuns ou termoendurecidas – porém, deve-se evitar o vidro temperado, porque, ao estilhaçar, ele se fragmenta por inteiro, perdendo completamente sua resistência”, alerta;
- O tipo e a espessura dos interlayers: segundo Rezende, além do PVB tradicional, a empresa também oferece a opção do SentryGlas, interlayer estrutural desenvolvida pela Kuraray, 100 vezes mais rígido em comparação com o PVB comum. Outras empresas, como a Eastman, também contam com soluções para esse segmento.
Vale destacar que o uso de peças de espessuras diferentes na composição do laminado ou multilaminado pode ajudar na dispersão do impacto sofrido, aumentando a capacidade de absorção do conjunto.
Existem classificações para vidros antivandalismo?
Sim. “De acordo com a norma europeia DIN EN 356, a depender da classificação que o vidro recebe pela sua composição, existe uma resistência a uma determinada quantidade de golpes desferidos sobre o produto”, explica Dener Barros, da PKO. Segundo ele, as maiores classificações são P6B, P7B e P8B, sendo esta última capaz de resistir a mais de 70 golpes.
Crédito da foto de abertura: james lauerman/EyeEm/stock.adobe.com
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