Embarque e desembarque ‘in vitro’
16/06/2015 - 14h42
Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos e Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza somam mais de 30 mil m² de vidro apenas em suas fachadas
Em 2014, o setor vidreiro nacional viu nosso material assumir papel de destaque em grandes obras de infraestrutura. Algumas delas foram feitas, literalmente, para turista ver: tratam-se de grandes terminais para embarque e desembarque de passageiros, seja pelo ar, seja pelo mar.
Nesta reportagem separamos dois exemplos: o Terminal de Passageiros 3 (TPS3) do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos Governador André Franco Montoro, o principal da Região Metropolitana de São Paulo — com mais de 41 mil m² de vidros instalados — e o Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza, parte integrante do Porto do Mucuripe, na capital cearense, com pele de vidro de mais de 2 mil m².
Vidro ‘aterrissa’ em Guarulhos
Ao chegar no TPS3, seja para embarcar ou desembarcar de um voo internacional (o terminal é utilizado apenas para voos desse tipo), o passageiro não tem escapatória: enxerga vidro por toda a parte. A quantidade e variedade de aplicações de nosso material na parte de dentro da obra é tamanha que diversas empresas foram chamadas para fazer a instalação das peças.
Antes mesmo de entrar no local, os visitantes já se deparam com uma fachada de 27 mil m² de vidro insulado laminado de controle solar com 32 mm de espessura, fabricado pela Cebrace e processado pela GlassecViracon (que também forneceu laminados 14 mm de controle solar para as claraboias fixas e exaustores). Instalado em módulos de 3 x 1,5 m, o material proporciona conforto térmico e acústico ao ambiente. Com projeto da Engecorps em parceria com o Grupo Typsa, a obra ficou a cargo da construtora OAS.
Ao passar pelas portas automáticas da Dorma (de laminados de 8 mm), com sistema antipânico, o visitante se depara, já na parte interior, com muitas divisórias e guarda-corpos.
Por todos os lados
Dentre as empresas que instalaram nosso material nas áreas internas do terminal, a Izzo Glass aplicou mais de 6.500 m² de vidros e espelhos, todos fornecidos pela Cebrace e processados pela Fanavid e PKO do Brasil. Dos 6.500 m², cerca de 440 são de laminado translúcido (6+6 mm) destinados apenas para o fechamento das áreas destinadas às companhias aéreas e à fachada do nível acima delas.
Segundo o engenheiro Thomas Sinnhofer Izzo, sócio-proprietário da Izzo Glass, o serviço mais complexo executado pela empresa no terminal foi a instalação das divisórias, utilizadas em espaços como as áreas de embarque e desembarque, devido às dimensões e tamanho das peças: empregaram-se, aproximadamente, 1.950 m², distribuídos entre laminados incolores (10+10 mm) e laminados temperados incolores (10+10 mm), instalados em postes de aço inox fixados em bases de ferro. A empresa instalou ainda cerca de 2.300 m² de guarda-corpos de laminados temperados incolores em quatro das dez pontes de embarque do TPS3, além de, aproximadamente, 450 m² de espelhos 4 mm — também da Cebrace — nos banheiros.
Por sua vez, a AC Lobo foi encarregada da instalação dos 2.300 m² de laminados temperados 8+8 mm, com películas brancas e incolores, que compõem as torres dos elevadores panorâmicos. A fixação foi feita por meio de bottons (botões de aço inox com prolongadores fixados em estrutura metálica). A empresa também fez a montagem de 1.200 m de guarda-corpos com vidros autoportantes laminados temperados 10+10 mm (nas passarelas) e 12+12 mm (em espaços vazios com desnível, como os próximos a escadas rolantes), bem como a fachada interna das pontes de embarque, com 4.300 m² de painéis de laminados 6+6 mm com PVB branco. Eduardo Guerreiro, arquiteto da AC Lobo, aponta que os vidros utilizados são da Cebrace e da Guardian e processados pela Multivetro e Vetrotec.
Como ver o mar
Obras envidraçadas recebem visitantes ao Brasil não só pelo ar, mas também pelo mar: o Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza, no Porto do Mucuripe, é outro espaço que priorizou a transparência e elegância de nosso material em seu projeto, elaborado pelo escritório Architectus. A obra apresenta 2.116 m² de pele de vidro laminado refletivo 8 mm, de controle solar, fabricado pela Cebrace, processado pela Laminax e instalado pela Refilar, de forma a assegurar bem-estar térmico e incidência de luz dentro do terminal.
Nosso material também se faz presente em outras áreas da obra: são 253 m² de guarda-corpos de laminados verdes (8 mm), além de temperados incolores (10 mm) nas portas automáticas, todos também fabricados pela Cebrace, processados pela Laminax e aplicados pela Refilar — no caso das portas automáticas, os sistemas de abertura foram instalados pela Encel Automático.
Aplicação em etapas
A instalação da pele de vidro foi feita com sistema do tipo Stick (em que as colunas, travessas, vidros e outras peças são instalados um a um no local da obra), da linha Cittá Due da Alcoa. “No térreo, usamos o sistema conforme o padrão, com colunas e travessas tendo função estrutural”, comenta Rivônio Cordeiro, diretor-comercial da Refilar. “Já no pavimento superior, devido à sua altura de 11 m e por não ter vigas intermediárias, optamos por uma estrutura híbrida, usando a parte estrutural de aço carbono e apenas o fechamento com vidro e alumínio, conseguindo assim vencer o vão de 11 m.”
Segundo Cordeiro, a aplicação dos vidros se deu em duas fases. A primeira, no térreo, teve início em março de 2014, de forma a garantir a pré-inauguração do espaço para a chegada do navio MSC Divina, que, em maio, veio do México com mais de 3.500 passageiros para assistir ao jogo realizado pela seleção daquele país contra a nossa, do Brasil, na Arena Castelão, em Fortaleza. A segunda fase, para instalação dos vidros no trecho superior, foi concluída no final de janeiro, aguardando apenas o término do revestimento de alumínio composto (ACM), previsto para o final de fevereiro.
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