Vidroplano
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Gustavo Arns ensina a ciência da felicidade no 15º Simpovidro

18/11/2022 - 12h00

A primeira palestra da 15ª edição do Simpovidro foi ministrada por Gustavo Arns, cofundador do Centro de Estudos de Felicidade – com sedes no Brasil, Canadá e Argentina – e presidente da Escola Brasileira de Ciências Holísticas. O tema da apresentação foi A ciência da felicidade – assunto que, como Arns bem pontuou, é imprescindível para a vida; e sim, também para os negócios.

O palestrante começou observando a importância das perguntas, pois elas capturam nossa atenção e a direciona, e todo o resto desaparece da nossa vista: isso posto, ele indagou ao público quais perguntas cada um tem feito para si mesmo a respeito do próprio negócio.

Arns comentou que hoje existe uma ciência dedicada exclusivamente ao estudo da felicidade, a qual consiste em três ramos: a psicologia positiva, a neurociência e a ciência das emoções. Ele observou que há um extenso conhecimento na área de psicologia sobre problemas como depressão e ansiedade, mas ainda pouco conhecimento sobre a felicidade.

Os ganhos da felicidade individual e coletiva
Gustavo Arns apresentou dados que mostram o quanto a felicidade traz melhorias na vida de alguém: de acordo com um estudo do psicólogo Edward Diener, da Universidade de Illinois (EUA), pessoas mais felizes são mais sociáveis, cooperativas, generosas, altruístas; são mais criativas e sua produtividade é mais alta; tendem a ter mais amigos e renda maior; possuem 50% mais anticorpos, aumentando seu sistema imunológico; têm mais clareza mental; baixo risco de desenvolver doenças vasculares, pulmonares, diabetes, hipertensão – e, com tudo isso, vivem mais tempo.

Esse cenário, infelizmente, não é tão comum no mundo: Arns apontou que estudos mostram que o número de casos de depressão, ansiedade e burnout em todo o planeta é preocupante, como uma verdadeira pandemia. Pensando nisso, governos e entidades em diferentes países têm desenvolvido políticas públicas voltadas ao tema da felicidade – como exemplo, citou a criação do Ministério da Solidão, no Reino Unido, cujo foco é o combate à depressão entre cidadãos na terceira idade.

Felicidade no trabalho
O palestrante ressaltou que, hoje, passamos muito tempo no trabalho, dedicando a ele as melhores horas, dias e anos de nossas vidas. Esse mesmo trabalho hoje tem sido fonte de doenças como as já citadas – mas, se o gestor se dedicar a promover a felicidade dentro dele, pode ser um espaço de realização onde todos são beneficiados.

Arns observou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada dólar investido no bem-estar do colaborador, estima-se um retorno de 5 dólares para a empresa em melhorias na produtividade. Trabalhadores felizes cuidam bem dos clientes da empresa, que trazem lucros para ela: nesse sentido, Arns citou um estudo de Jessica Pryce-Jones segundo o qual colaboradores felizes são 25% mais eficientes, 47% mais produtivos, 50% mais motivados, 82% mais satisfeitos, 108% mais engajados.

Ele apontou ainda a importância de uma equipe positiva dentro do ambiente de trabalho, pois ela representa um espaço de segurança psicológica, em que todos podem expressar suas ideias sem medo de ser ridicularizados ou perseguidos; isso incentiva a criatividade – individual e coletiva – e a união.

O que é felicidade?
Gustavo apresentou alguns conceitos ao longo da palestra. Segundo ele, muitos confundem a felicidade com o prazer, mas o prazer é uma sensação efêmera vinda do estímulo dos nossos receptores sensoriais, e que perde o efeito quando sua fonte se torna repetitiva ou banal. A felicidade, por sua vez, é a combinação do bem-estar físico, espiritual, relacional, emocional e intelectual, com cada um desses elementos dando suporte ao outro.

Algumas dicas dadas pelo palestrante para buscar a felicidade são a prática de exercícios físicos no começo do dia ou antes de dormir, a prática da gratidão listando pelo menos três coisas pela qual a pessoa é grata que tenham acontecido naquele dia e a importância de conseguir enxergar propósito e sentido na vida e sentir-se pertencente à sua comunidade. E, citando Dalai Lama, afirmou: quanto mais nos importamos com a felicidade do outro, maior será nossa sensação de bem-estar.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Andreia Naomi



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