Vidroplano
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Maria Augusta Orofino aborda organização inovadora no 15º Simpovidro

19/11/2022 - 18h13

O segundo dia de palestras do 15º Simpovidro teve início com a palestra de Maria Augusta Orofino, mestre em Gestão do Conhecimento e autora de diversos livros sobre gestão, incluindo a obra Liderança para inovação. A palestrante, que recebeu em 2021 o Prêmio Personalidade de RH concedido pela Associação Brasileira de Treinamento & Desenvolvimento do Paraná (ABTD-PR), abordou o tema Cultura organizacional para a inovação.

O que é preciso para inovar?
Segundo Maria Augusta, não adianta mudar as práticas, tecnologias e serviços de uma empresa se as pessoas não forem ajudadas a mudar a sua forma de pensar: ela apontou que, embora vivamos em tempos em que já se fala de metaverso, não estamos preparando as pessoas para as mudanças que isso traz. Isso é um problema, pois a inovação não vem de tecnologias, vem de gente: faz-se assim necessário dar a essas pessoas o preparo adequado ou não haverá quem possa trabalhar com essas tecnologias nas empresas. Como exemplo, citou que o Brasil hoje precisa de mais de 500 mil programadores.

A palestrante mencionou que uma cultura organizacional inovadora traz uma série de benefícios, como colaboradores mais motivados, tecnologias de apoio e aumento de produtividade. Ela também ressaltou que, tanto dentro das empresas como no mercado, é essencial sair de um ambiente de competição, em que funcionários e empresários são movidos pelo medo, para buscar um ambiente de colaboração, que gera confiança e no qual todos saem ganhando.

Habilidades necessárias
Maria Augusta listou cinco práticas importantes para alcançar esse objetivo: primeiro, é preciso fomentar o pensamento criativo que gera oportunidades, proporcionando um espaço que estimule a troca de ideias sem julgamentos. Outro item importante é confiar nas novas ideias e não ter medo de se arriscar (mas calculando esse risco para não comprometer a sustentabilidade da empresa). Ela também recomenda que o cliente final seja “trazido para dentro” do processo, isto é, que a empresa ouça o que ele tem a dizer e quais são suas necessidades – afinal, é ele que sabe o que quer.

Os dois últimos itens envolvem pensar proativamente e à frente da curva, sempre observando o que o mercado está fazendo – e o que ainda não está fazendo, mas poderia ser feito – a fim de desenvolver soluções inusitadas (como o surgimento dos smartphones e a forma como eles “destruíram” a indústria fotográfica convencional); e, por fim, praticar a criatividade encorajadora nas pessoas ao seu redor.

Agilidade e conhecimento
De acordo com a palestrante, o mercado hoje precisa de agilidade, capacidade de resposta, criatividade e resiliência. Algumas formas de atingir esse objetivo envolvem simplificar processos e reduzir etapas na produção, bem como promover ciclos de aprendizagem ágeis para administrar incertezas em ambientes complexos e em constante evolução.

Além disso, o modelo de gestão de pessoas deve ser dinâmico o suficiente de forma a conferir autonomia para que as equipes sejam capazes de identificar as próprias soluções, e incentivar o alto engajamento de todos. O uso de tecnologias de ponta suportando velocidade e flexibilidade, com reações rápidas às necessidades do negócio, também se faz necessário – bem como colaboradores devidamente treinados e capacitados para aproveitá-las da melhor forma possível.

No que diz respeito à capacitação, vale destacar que, durante as perguntas à Maria Augusta, um espectador destacou as diversas ações desenvolvidas pela Abravidro para a educação e capacitação do setor vidreiro nacional.

Os três horizontes da inovação
Maria Augusta explicou que há três estágios em que uma empresa pode se encontrar. O primeiro é o de gerenciamento dos processos, seguindo um modelo de negócio existente, com foco na inovação em processos. O segundo é o de gerenciamento da inovação, levantando novas oportunidades por meio da inovação no próprio modelo de negócio. Por fim, há o modelo de negócio disruptivo, que muda completamente o mercado.

A palestrante ressaltou ainda que, porque os sistemas de negócios são projetados para a eficiência, novas ideias tendem a ser incrementais, previsíveis e factíveis de imitação pela concorrência. Tendo isso em mente, é essencial considerar qual o diferencial que sua empresa realmente traz para seu cliente, de forma a não ficar para trás. Por fim, declarou que inovar é ter a ousadia e a competência para transformar tudo que se fez até então em algo obsoleto e ultrapassado. O foco deve ser se “autodestruir” para criar algo novo a partir daí.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Andreia Naomi



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