Vidroplano
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William Waack analisa cenário político nacional no 14º Simpovidro

09/11/2019 - 16h30

O jornalista William Waack, como ele mesmo explicou no início de sua palestra no 14º Simpovidro – a última da programação do simpósio –, trouxe reflexões abrangentes para se conseguir acompanhar o noticiário político brasileiro e suas diversas mudanças ocorridas minuto a minuto. Afinal, para se tomar decisões, disse ele, é necessário ter o mínimo de previsibilidade.


Prisão em segunda instância
Waack começou pela notícia mais recente: a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a questão da condenação após segunda instância. “Lula é tão forte quanto menos capaz Bolsonaro for para fazer o País progredir”, afirmou.


Governabilidade
Para o jornalista, as posturas que fizeram o atual presidente vencer as eleições no ano passado são as mesmas que o impedem de governar. Isso porque Jair Bolsonaro foi eleito como alguém que mudaria um sistema, segundo o imaginário coletivo, especializado em sufocar as demandas de pessoas e empresas – sistema esse que inclui elementos como política, mídia e judiciário. No entanto, seu estilo explosivo, não conciliador, vai contra as características das quais o líder da nação necessita para aprovar reformas complexas que ajudarão o Brasil a retomar o crescimento econômico. “Medem-se sistemas de governo por sua capacidade decisória”, analisou.

Subjetividade
“A política não é um quadro fechado, nítido, mas sim algo fluido, que se altera. Política sempre envolve emoção, percepções, subjetividade.”

Analisando nosso sistema
O objetivo de um partido, na teoria, seria juntar pessoas para representar pautas da sociedade. No entanto, o sistema brasileiro deturpou esse conceito: “Hoje, são grupos particulares especializados em transformar pedaços da máquina pública em prol de seus interesses”, afirmou Waack. Atualmente, existem trinta partidos no Legislativo.

Lava Jato
Para o palestrante, ao mesmo tempo em que criou uma sensação de combate firme à corrupção, a Operação Lava Jato ajudou a moldar a ideia de que a sociedade não consegue se defender sozinha de ataques contra ela. Assim, uma instância não eleita pelo povo deveria controlar a política. No entanto, ele ressaltou que não se pode criminalizar o ato de “fazer política”, pois a transformação do País passa justamente pelos agentes políticos.

Economia
Segundo Waack, a questão fiscal é o pano de fundo do cenário político. “Não há redução de impostos com o nível atual de gastos públicos”, explicou. Por isso, o governo anunciou esta semana um pacote de medidas para o enxugamento do Estado brasileiro, de forma a permitir maior mobilidade no orçamento da União.

Otimismo
Apesar de considerar a situação do Brasil bastante complexa, cuja solução depende de variáveis diferentes, o jornalista finalizou sua apresentação num tom otimista: “A aprovação da reforma da previdência mostra que, mesmo à beira de um abismo, é possível surgirem mudanças. Isso depende da pressão da sociedade como um todo.”

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