Vidroplano
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Érica Belon ensina a lidar com pessoas no 16º Simpovidro

01/11/2024 - 15h08

Com mais de trinta anos de experiência atuando diretamente na gestão de times, elaboração e execução de projetos e tomada de decisões, Érica Belon foi responsável pela terceira palestra da programação do 16º Simpovidro e, ao final de sua apresentação, recebeu uma salva de aplausos de pé da plateia. Doutora em administração, mestre em educação e pós-graduada em neurociência e comportamento, com MBA internacional em gestão empresarial, ela abordou o tema Lucro e liberdade: como sair do operacional e saltar para o estratégico, já iniciando sua fala afirmando que os insights apresentados poderão começar a ser implementados pelos empresários a partir de segunda-feira.

“Estudei neurociência para entender por que, muitas vezes, mesmo com treinamentos e boas condições, as pessoas não conseguem performar”, contou Érica. Ela explicou que as ações mirabolantes que costumamos ver na Internet de nada adiantam se a empresa não tiver bons produtos, processos e equipe.

 

Da teologia à gestão

A palestrante apresentou então os oito pilares da liderança de Cristo, fazendo uma associação entre a teologia – no caso, o processo como Jesus selecionou seus apóstolos – e a gestão de empresas. 

“Pela minha experiência, se você fizer o básico bem feito na sua empresa, já estará na frente da maioria do mercado”, afirmou Érica; ela contou que desenvolveu uma metodologia para tirar o empresário do operacional e colocá-lo no estratégico. “As pessoas acham que sair do operacional é gerenciar a empresa pelo celular, da praia. Não, é implementar processos e estruturar o negócio; a empresa é reflexo do dono”, observou, ressaltando que a empresa roda na velocidade do funcionário mais lento, e não do mais rápido.

Érica explicou que há diferença entre pensar como dono e como empresário, apontando que o segredo do sucesso está em três pilares: pessoas, processos e performance. “Ter perfil não significa ter competência. Por exemplo, alguém pode dizer que tem perfil para ser palestrante: ela fala bem, mas não tenho conteúdo. Não adianta”, observou.

 

Inteligências múltiplas

A palestrante então entrou no tópico da neurogestão – isto é, a aplicação da neurociência no ambiente de trabalho, compreendendo o cérebro humano a fim de aumentar o rendimento, resultado e gerar satisfação. Nesse sentido, ela lançou uma pergunta aos espectadores: “O que faria alguém querer trabalhar com você?”.

“O seu cliente interno, que é o colaborador, importa; você precisa mostrar para o mercado que trabalhar na sua empresa é uma boa experiência – quem está fazendo isso, ganha o jogo”, detalhou Érica, ressaltando que as pessoas definem o sucesso do seu negócio.

Ela explicou um pouco sobre o funcionamento do cérebro humano e os estados da mente – consciente, subconsciente e inconsciente –, listando também as nove inteligências compreendidas: musical, espacial, verbal, inter, intra, lógica, corpo, natural e espírito. “Inteligência significa competência, que é tudo o que você aprende na teoria. Isso não significa que você tenha performance: o que vai mudar a realidade do seu negócio é ter pessoas que tenham mentes habilidosas para saber realizar”, destacou.

Érica trouxe ainda outras explicações, como os impactos do DNA e do contexto familiar nas nossas questões emocionais, e o fato de que demoramos três anos para aprender uma nova habilidade.

 

Aprendendo a lidar com pessoas

Trazendo esses contextos para dentro das empresas, Érica explicou as diferenças entre funcionário júnior, pleno e sênior, enfatizando que o sênior deve auxiliar, analisar, planejar e decidir.

A palestrante trouxe insights valiosos sobre como fazer a gestão dos colaboradores, da análise de desempenho e geração de valor à análise de que eles podem ser demitidos, treinados ou promovidos. Ela então abordou as etapas da neurociência da contratação:

 

  1. Descrição do cargo
  2. Especificidade comportamental
  3. Análise do perfil, temperamento e caráter
  4. Análise do modelo mental
  5. Análise das respostas
  6. Manual de contratação
  7. Funcionário já contratado – o que fazer?

 

Érica alertou que os empresários só conseguirão sair do âmbito estratégico quando entenderem de pessoas. “O mundo não te deve nada, e ninguém tem obrigação de ajudar você”, ela afirmou ao final de sua palestra, antes de encerrá-la com outras afirmações: “O universo não conspira contra você; você tem a vida que merece”.

 

Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi



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