Liderança na crise é discutida por Odino Marcondes no 13º Simpovidro
10/11/2017 - 14h32
“Você se lembra de algum grande líder de países nórdicos como Dinamarca, Islândia e Suécia, ou da Holanda?” Foi com essa pergunta que o sociólogo Odino Marcondes, fundador da Marcondes Consultoria, abriu a segunda palestra do dia no 13º Simpovidro, cujo tema foi Liderança e a Crise.
Em seguida, Marcondes repetiu a mesma pergunta, mas desta vez referindo-se aos Estados Unidos, Índia e África do Sul – para esses casos, as respostas foram muito mais fáceis, com figuras como Martin Luther King, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela. Isto porque, segundo o palestrante, em países em que existe mais desigualdade social e falta confiança entre todos os atores da sociedade, a necessidade de um grande líder para organizar a sociedade é muito maior do que em nações muito bem-organizadas, com economias sólidas, onde todos têm consciência do seu papel social.
No caso do Brasil, Marcondes apontou que vivemos hoje várias crises: econômica, política, cultural, entre outras. Mas isto tem seu lado positivo: segundo ele, as crises servem para separar “os adultos das crianças”, ou seja, sobrevivem aqueles que estão mais preparados e mais maduros para enfrentar as dificuldades.
Confiança: a chave para um bom líder
A tônica da apresentação de Marcondes foi que a confiança é tudo para uma liderança de sucesso: segundo estudos feitos pelo psicólogo norte-americano Will Schutz, onde há mais instabilidade, a confiança se mostra mais fundamental.
O palestrante destacou que, quando há falta de confiança, muita negociação é necessária para chegar a uma decisão. Por outro lado, os líderes capazes de expor seus valores e estabelecer confiança com seus liderados costumam ter muito mais sucesso em sua empreitada. Desta forma, trata-se de uma qualidade muito assertiva para o êxito de todos.
Valores fundamentais na liderança
Segundo Marcondes, em pesquisa feita no Brasil, constatou-se que as pessoas têm mais necessidade de ser incluídas do que vontade de incluir os outros; querem ter maior controle do que ser controladas; e buscam ter mais abertura perante seus superiores e veteranos do que dão abertura para quem está chegando.
Assim, ele listou três grandes desafios para os líderes de hoje:
1) A autogestão ou autocontrole, ou seja, conhecer a si mesmo, saber quais são suas principais virtudes e principais fraquezas, e trabalhar para aprimorar as primeiras e superar as segundas;
2) Ter uma boa gestão técnica e de organização de sua equipe;
3) Ter uma boa gestão de cultura, isto é, fazer com que todos os seus liderados entendam quais são os valores que permeiam o trabalho.
Marcondes também falou bastante sobre a inclusão, o controle e a abertura, pontos cruciais para uma boa liderança: para ele, todo chefe tem que estar disposto a incluir sua equipe nas diversas etapas do trabalho, para que todos se sintam úteis; precisa ter controle de todos os processos, para que nada saia fora do que deve ser feito; e dar uma boa abertura para que todos conheçam aspectos importantes da sua vida e entendam sua maneira de trabalhar, além de permitir que todos possam emitir suas opiniões e propor soluções para as questões que surgem no trabalho.
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