Vidroplano
Vidroplano


Arthur Igreja no 14º Simpovidro: os mitos da transformação digital

08/11/2019 - 13h23

A primeira palestra do 14º Simpovidro, realizado no Enotel Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE), foi de Arthur Igreja. Um dos A’s da plataforma de conteúdo AAA, junto de Ricardo Amorim (do Manhattan Connection) e Allan Costa, Arthur é um renomado palestrante internacional a respeito de inovação e tecnologia. E esse foi o tema dele em sua apresentação no maior encontro do setor vidreiro na América Latina.


Revolução
Arthur desmitificou algumas questões sobre a transformação tecnológica pela qual o mundo e as empresas passam. Para ele, a principal mudança é comportamental. “A maior parte das empresas está num ponto de observação em relação a temas inovadores. A tecnologia avança rápido, mas as transformações em si são lentas. Hoje, a principal mudança está nos clientes, que exigem novos tipos de atendimento”, reflete. Segundo ele, o jeito de atuar é o que muda, não os produtos em si.


Evolução
A partir dos anos 1990, a combinação de maior processamento com o surgimento da Internet em grande escala permitiu novos modelos de negócios. O próximo passo, o 5G (quinta geração das redes móveis), trará novas formas de comunicação. No entanto, a principal variável para inovação é o timing: fazer algo cedo demais pode fazer uma empresa perder oportunidades. “Não é que startups estão surgindo e vão matar outras empresas: a evolução acaba somente com empresas que estão paradas”, comenta. Mesmo assim, é preciso ter cuidado, pois uma companhia pode fazer mudanças que não modificarão seus negócios – levando até mesmo a sua ruína.


Tecnologia e pessoas
Igreja deu um exemplo de como as mudanças não batem em nossa porta, mas, sim, acontecem sem que percebamos. Ele perguntou para a plateia quem conhece a rede social TikTok. Poucos levantaram a mão. Trata-se da principal rede entre jovens, a que mais cresce no mundo, superando outras mais famosas. “Quando nos apaixonamos por tecnologia e não entendemos as pessoas, não pode dar certo. A tecnologia não pode invadir de forma abrupta a vida das pessoas”, afirmou. Igreja acrescentou que a inovação depende do GPS: antes de tudo, você precisa entender o funcionamento de sua região, sua comunidade, sua cidade.


Consumidores
As mudanças no comportamento do consumidor são o fator que guia os negócios. Atualmente, por exemplo, a compra de automóveis se dá principalmente com a formação de famílias, diferente de antigamente, quando jovens adquiriam carros ao se tornarem maiores de idade. O cliente hoje é “monárquico”, acostumado a receber o que quer de forma fácil. “Quem encurta a trajetória do consumo está ganhando”, explicou Igreja, citando o exemplo do banco americano Capital One, que transformou agências em cafés, para chamar novos consumidores, encaixando a empresa na vida deles – não o contrário. “Cada cliente quer ser único, não existe mais segmentação.”


Olhar para si mesmo
A crise de qualquer empresa é ela mesma. A solução é mais simples do que parece: “Não crie problemas inéditos; resolva os de sempre. Foque na jornada do cliente, simplifique e use o que está disponível”. Ao mesmo tempo, apontou, é preciso também ouvir a experiência dos funcionários, das pessoas em contato com a clientela. Elas poderão a criar processos menos burocráticos e mais efetivos.



Newsletter

Cadastre-se aqui para receber nossas newsletters