Vidroplano
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Fique por dentro sobre as saunas envidraçadas

19/03/2021 - 10h42

Em fevereiro, O Vidroplano explicou detalhadamente o trabalho com piscinas de borda infinita feitas de vidro. Agora chegou a hora de abordar outra instalação não tão comum, mas que vem ganhando espaço na construção: saunas envidraçadas.

Para isso, conversamos com empresas que atuam nesse mercado e com processadoras para saber quais tipos de nosso material são recomendados para a aplicação e os detalhes de sua especificação.

 

Mil e uma vantagens
Uma das principais características das saunas é o confinamento dos usuários, isolados do mundo em um lugar totalmente fechado. Porém, isso não ocorre se a instalação for envidraçada. “Os vidros conferem maior modernidade ao projeto, tirando a sensação de claustrofobia”, explica Kefren Rocha, diretor da Sol e Ar Mundo Água, especializada em obras de áreas molhadas como piscinas e banheiras.

Existem modelos de sauna inteiramente envidraçados, enquanto outros levam o material apenas em portas ou algumas das paredes. Independentemente da configuração, a importância da integração entre os ambientes internos e externos, mesmo que apenas visualmente, não deve ser deixada de lado, segundo o consultor técnico da Viminas, Luiz Cláudio Rezende – mais conhecido no setor como Juca: “Isso favorece o relaxamento corporal, reduz a ansiedade, diminui a sensação de cansaço e promove sensação de bem-estar”.

Com o olhar voltado para o maior conforto das residências nesta época de quarentena, o que seguirá como tendência da arquitetura e decoração após superarmos a Covid-19, essa solução pode ser interessante para condomínios e casas de alto padrão. “Com a pandemia, estamos vendendo bem mais, até pelo fato de nossa sauna ser pré-moldada antes de chegar à obra”, comenta Helio Nassaralla, sócio da Ecosauna e dono da patente da estrutura comercializada pela empresa.

 

Qual vidro usar?
Apesar de essas instalações poderem receber peças temperadas, vale reforçar a importância de se avaliar cada projeto em relação aos riscos de quebra e ao tipo de uso, escolhendo assim a melhor opção para a segurança de quem vai usufruir o espaço – por isso mesmo, vidros de segurança (temperados e laminados de temperados) surgem como as melhores opções.

Outro material que pode ser aplicado é o insulado, especialmente em saunas secas – aquelas que trabalham sem vapor (as com vapor são chamadas de úmidas). “O insulado funciona como excelente isolante térmico”, afirma Vagner Martins, especificador técnico da PKO do Brasil. “Quando composto de temperados ou laminados de temperado, suportam altos índices de diferencial de temperatura entre o espaço interno e externo.” O low-e, vidro de baixa emissão, também é recomendado para conjuntos insulados.

 

O vidro temperado suporta diferenças na temperatura em torno de 200 °C. Por isso, caso seja bem instalado e especificado, ele não corre risco de quebrar por esse motivo

O vidro temperado suporta diferenças na temperatura em torno de 200 °C.
Por isso, caso seja bem instalado e especificado, ele não corre risco de quebrar por esse motivo

 

De olho nos graus
Uma dúvida que pode surgir em um potencial cliente: a sauna envidraçada pode quebrar com a diferença de temperatura encontrada dentro e fora dela? “Não precisa haver essa preocupação, pois a temperatura está longe do limite de resistência térmica do vidro”, explica Nassaralla, da Ecosauna. “Nem mesmo a incidência do Sol ou uma chuva resfriando o lado externo de uma construção a céu aberto causam problemas.” Como lembra Vagner Martins, o vidro sempre sofre tensões internas e dilatações quando exposto a temperaturas que oscilam – em casos extremos, pode causar a chamada “quebra térmica”. “Porém, o temperado suporta diferenças em torno de 200 °C, enquanto o float comum, de 50 a 60 °C.”

 

Modernidade e integração: vidros tiram a sensação de claustrofobia encontrada em saunas tradicionais

Modernidade e integração: vidros tiram a sensação de claustrofobia encontrada em saunas tradicionais

 

Atenção à instalação
Alguns pontos a serem considerados:

– Assim como em boxes de banheiro, o nivelamento da estrutura é de extrema importância. Deve-se evitar que o vidro entre em contato direto com ferragens e perfis – e a colocação de batedores em portas e partes móveis jamais deve ser esquecida;

– Em relação às dilatações das chapas, é preciso deixar o devido espaçamento nos perfis para esse fenômeno. Do contrário, a instalação estará sujeita à tal quebra térmica, algo pelo qual uma estrutura bem especificada jamais passará;

– E Juca, da Viminas, complementa: “Outro ponto relevante é uma boa vedação”, pois não pode haver troca de ar entre os ambientes interno e externo.

 

É possível evitar o embaçamento?
O vidro é um material resistente à umidade do ar, por isso não será prejudicado pelo contato com o vapor em saunas úmidas. O embaçamento das paredes nessas instalações é inevitável, embora existam soluções para garantir a integração total com o lado de fora durante a utilização. “Geralmente, usa-se um sistema com tubo de aço inox instalado no topo e que, mediante acionamento, molha o vidro de cima para baixo”, indica Kefren Rocha, da Sol e Ar Mundo Água.

Em saunas secas, o próprio insulado pode ajudar na tarefa. “Um grande fator é o preenchimento do perfil de alumínio do sistema insulado com dessecante, para absorção dos vapores de água que possam penetrar durante o tempo de vida útil do produto”, comenta Vagner Martins, da PKO. “Quando associamos vidros low-e em sua composição, potencializamos a redução da transmissão térmica por condução do conjunto, diminuindo assim o chamado “ponto de orvalho”, que causa o embaçamento nos vidros.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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