Vidroplano
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Pacto Ecológico Europeu tem ações para o setor vidreiro

20/02/2020 - 14h25

A Comissão Europeia publicou, no dia 11 de dezembro de 2019, o European Green Deal, ou Pacto Ecológico Europeu, documento que consiste em um pacote de medidas com o objetivo de tornar a Europa o primeiro continente no mundo com impacto neutro no clima até 2050 – isso inclui desde a redução ambiciosa de emissões de poluentes até o investimento na pesquisa e na inovação de ponta.

Para que essas políticas ambientais tenham êxito, o pacto ressalta que será necessária a participação de todos, desde os cidadãos até os diversos setores de produção no continente, incluindo o de vidros planos. E engana-se quem pensa que as mudanças são vistas de forma negativa por nosso setor: segundo a Glass for Europe, associação europeia de fabricantes de float, o segmento não só ficou animado com o anúncio, como já está pronto para apoiar essa causa.

Para estreitar a conversa com as autoridades europeias na implementação das medidas, a associação lançou, no dia 29 de janeiro, a publicação 2050 Flat glass in climate-neutral Europe: triggering a virtuous cycle of decarbonization (Vidros planos na Europa com impacto neutro no clima até 2050: desencadeando um ciclo virtuoso de descarbonização).

Eficiência envidraçada

Um dos pontos centrais abordados pela Glass for Europe é que, para atingir os objetivos estabelecidos pelo pacto, o continente precisará usar muito mais vidros de alto desempenho, como os insulados. Com eles, será possível reduzir a demanda por energia – a maior fonte atual das emissões de gases de efeito estufa da União Europeia (UE).

Da parte de nosso setor, a publicação reconhece a necessidade de que o float seja fabricado com a menor emissão possível de gás carbônico (CO2). Nesse sentido, a associação ressalta que as indústrias vidreiras já vêm desenvolvendo iniciativas para promover a redução, seja na aplicação de novas tecnologias no processo produtivo, no aprimoramento logístico ou mesmo no maior aproveitamento da reciclagem do material em suas fábricas. Hoje, a produção de vidros planos representa apenas 0,13% das emissões totais da EU.

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Incentivo para a sustentabilidade

A Glass for Europe sugere no documento que as ações a serem tomadas pela UE rumo à descarbonização começam com a promoção de produtos que evitem a emissão de carbono. Nesse sentido, a entidade considera que a renovação de edificações pretendida no Pacto Ecológico Europeu será essencial.

Outras sugestões são: a remoção de barreiras que dificultem a reciclagem dos resíduos de vidro; o apoio e reconhecimento de pesquisa para tecnologias e produtos limpos; a criação de condições econômicas e de infraestrutura adequadas para atrair investimentos de baixo carbono; e a diversificação das fontes de energia, como a queima de biogás.

“O vidro plano é um material não substituível que é estratégico para a descarbonização da Europa”, avalia Bertrand Cazes, secretário-geral da Glass for Europe. “É crucial que a operacionalização do Pacto Ecológico Europeu crie as condições certas para que o nosso setor maximize suas contribuições para a neutralidade climática.”

Ações previstas para os setores econômicos da UE

Para a implementação do pacto, a Comissão Europeia vai propor um quadro legislativo em termos de clima, conferindo força de lei a esse compromisso e tornando-o um motor de investimento. Algumas das principais áreas consideradas são:

ENERGIA

Números: a produção e a utilização de energia são responsáveis por mais de 75% das emissões de gases de efeito de estufa da UE. Objetivo: descarbonizar o setor da energia.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Números: 40% do consumo de energia na UE tem origem nas edificações

Objetivo: renovar os edifícios para ajudar as pessoas a baixar as contas de eletricidade e reduzir a utilização de energia.

INDÚSTRIA

Números: a indústria europeia utiliza apenas 12% de materiais reciclados

Objetivo: ajudar as empresas a inovar e a tornar-se protagonistas de primeiro plano da economia verde.

MOBILIDADE

Números: os transportes representam 25% das emissões nesses países

Objetivo: introduzir formas de transporte público e privado mais limpas, baratas e saudáveis.

Este texto foi originalmente publicado na edição 566 (fevereiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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