Vidroplano
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Balanço positivo: com mudanças e público renovado, GPD agrada aos brasileiros

26/06/2015 - 16h38

Acabou nesta sexta-feira, 26, a 15º Glass Performance Days (GPD), realizado em Tampere, Finlândia, com o apoio da Abravidro. Celina Araújo, editora de O Vidroplano e superintendente da Abravidro, participou, somando a deste ano, de cinco edições do GPD para fazer a cobertura jornalística — fomos o único órgão de imprensa vidreira nacional no evento. E o balanço, não apenas dela, Celina, mas de todos os brasileiros que foram ao evento, é muito positivo.

Celina Araujo, editora de 'O Vidroplano' e superintendente da Abravidro

Celina Araujo, editora de ‘O Vidroplano’ e superintendente da Abravidro

Um dos pontos a serem destacados foi a diversidade dos participantes, mesmo com menos congressistas do que em edições passadas — foram quinhentas pessoas. Se comparado às edições anteriores, o público se renovou bastante (boa parte, estreante no congresso) e era composto por pessoas que atuam em setores distintos da cadeia vidreira. Uma amostra clara disso foi a participação brasileira: formado por oito pessoas, o grupo tinha representantes das áreas técnica, de processamento, de maquinários, engenharia e vidraçaria (confira o depoimento deles abaixo).

Aliás, o GPD 2015, de acordo com Celina, foi o que mais apresentou mudanças de uma edição para a outra: ficou muito mais interativo — algo que destacamos já no primeiro dia da cobertura. Com uma agenda enxuta, que torna o evento mais dinâmico, a rica grade de palestras do maior congresso vidreiro do mundo acontece de maneira paralela. Neste ano, foram seis sessões nos dois dias de conferências, 25 e 26. São tantas boas opções que a tarefa de escolher a que assistir às vezes se torna até ingrata.

Embora com essas mudanças, a cerimônia de abertura, realizada no dia 24, manteve a tradição de mostrar tendências que de fato agregam aos vidreiros, com a apresentação de cases excepcionais.

O Vidroplano, que teve seus exemplares, além do Panorama Abravidro 2015, distribuídos no congresso, é uma publicação cada vez mais conhecida. Foram vários os relatos recebidos pela editora da revista de pessoas que, mesmo não conseguindo ler a publicação por não compreender a língua portuguesa, percorrem suas páginas (sejam elas impressas ou digitais) para ver o que acontece no Brasil. O Vidroplano, definitivamente, é a referência que os estrangeiros têm quando querem se informar sobre o mercado de vidros brasileiro.

Por falar em Brasil, Celina disse que, pela primeira vez em uma edição do GPD, viu o Brasil bastante inserido no contexto mundial. Umas das palestras, de Bernard Savaëte — que mostrou dados de mercados vidreiros de importantes países — teve o Brasil como uma das nações citadas e apresentadas. “Passou o tempo em que éramos o resto do mundo. Tenho muito orgulho de fazer parte disso”, relata Celina.

Depois de ler as impressões gerais de nossa reportagem, veja a seguir o depoimento dos brasileiros que foram ao evento como congressistas. A cobertura completa do GPD 2015 você lerá na edição de julho de O Vidroplano.

DEPOIMENTOS

Cláudio“Estou no GPD pela primeira vez e bastante impressionado com a diversificação dos temas das palestras. Acredito que essa é uma boa oportunidade para haver intercâmbio das informações entre participantes de diversos perfis diferentes. A profundidade com que os temas são tratados me chamou muito a atenção: não imaginamos a quantidade de estudos, muitas vezes feitos ao redor do mundo em situações banais do cotidiano do profissional do vidro. Além disso, podemos ver que, muitas aplicações de vidro, que pareciam um sonho, já são realidade em algum lugar do mundo, o que é consequência desses estudos aprofundados.”
Claudio Bremm
Diretor da Glax Vidros, Guarapuava (PR)

Daniel“Venho ao GPD pela segunda vez. Estar aqui dá acesso a estudos técnicos e tendências que indicarão o rumo do vidro nos próximos anos. Entre os destaques de conteúdo, está o vidro estrutural, que tem ganhado espaço, substituindo vigas e colunas metálicas e de concreto pela grande característica e vantagem do vidro: a transparência. Acredito que, assim como na Europa, essas aplicações estruturais devem ganhar bastante espaço no Brasil. Outra tendência é a digitalização das informações produtivas da indústria de processamento de vidro: agora, é possível mapear as informações das máquinas, e isso é uma referência muito importante para a melhoria da qualidade dos produtos. Outro ponto importante é que a indústria de maquinário para processamento de vidro está bastante desenvolvida, o que é consequência do próprio desenvolvimento de novos vidros. Uma coisa é consequência da outra e isso favorece o desenvolvimento do mercado. Também chamou minha atenção a influência da Internet nos equipamentos de processamento de vidro: já existe tecnologia disponível para controlar os maquinários a partir do celular, acessando os dados de produtividade e de performance da máquina, os históricos etc. Trata-se de uma ferramenta que encurta distâncias e melhora muito a integração entre todos. Vale destacar também uma palestra a que assisti que falava sobre a importância de refletir sobre a colocação dos equipamentos certos na empresa. Você tem de decidir se vai investir de acordo com o perfil de mercado que já atende ou se irá atrás de aparelhos que proporcionem novas oportunidades de negócios.”
Daniel Scarpato
Diretor-industrial da GlassecViracon, Nazaré Paulista (SP)Eloi

“Estou no GPD pela segunda vez e, nessa edição, verifiquei que os temas das palestras trouxeram teorias possíveis de colocar em prática na empresa com mais agilidade no dia seguinte ao evento. Destaco também o aumento da indústria de energia solar. Ela exigiu os vidros ultrafinos de 2 mm e tem ganhado espaço no setor. Vejo como diferencial dessa edição a idade dos participantes: muitas pessoas jovens trouxeram inovação para o mercado do vidro e se integraram às gerações que já participavam do GPD.”
Eloi Bottura
Gerente-geral de Serviços da Glaston South America

20150626_042849“Esta é a primeira vez que venho ao GPD e a Tampere. Achei o evento bastante organizado, pela quantidade de palestras e pelo nível técnico das apresentações. O que chamou minha atenção foram as palestras sobre laminação, um mercado que tem crescido muito no Brasil e uma área em que atuo bastante. Destaco a ampliação dos usos de PVBs especiais, o que é uma tendência que também deve crescer no Brasil. Com essa diversificação do vidro laminado, o produto pode adquirir novas aplicações em lugares e formatos muito diferentes do que a gente normalmente usa no Brasil.”
Fernando Ferreira
Projetista elétrico da Glaston South America

Marcio_Sato“Pela primeira vez no evento, achei-o muitíssimo organizado, com temas técnicos cujo conteúdo não chega ao Brasil. Essa é uma chance que tenho de levar o conhecimento técnico que aprendi aqui para nosso país. Lamento muito a pouca participação dos brasileiros, pois é uma oportunidade única de se adquirir conhecimento. Entre os destaques, está a questão do vidro ultrafino, cujo processamento ainda tem sido feito por poucas empresas no Brasil, mas cuja tecnologia a Glaston já desenvolveu: acredito que essa será uma tendência para os próximos anos. Outra coisa que chamou minha atenção é que o trabalho com vidro que é feito aqui na Europa é baseado em estudos e vão sendo utilizados como referência por cada um que for reproduzir novamente essa mesma aplicação, esse mesmo trabalho. No Brasil, as aplicações são feitas com base não em estudos, mas em práticas que deram certo e que vão sendo reproduzidas.”
Marcio Sato
Supervisor de Pesquisa e Desenvolvimento da Glaston South America

moreno1 (2)“Nessa edição, o GPD está mais interativo, buscando maior compartilhamento das informações com os participantes. Isso é uma motivação da busca pela excelência na organização do evento, uma vez que mais de 50% dos participantes estão aqui pela primeira vez. Percebo, assim, a renovação das lideranças internacionais do vidro. Observo também que o vidro está atrás de outros segmentos em relação à inovação. Logo, a participação desses jovens é um estímulo para a criação de novos serviços e para a formação de novos negócios. Estou muito satisfeito e feliz com o envolvimento desses jovens. Isso gera uma boa perspectiva para o futuro do mercado vidreiro no mundo inteiro e também do GPD.”
Moreno Magon
 Vice-presidente da Glaston South America

Raimundo1“Esta é a sexta vez que participo e acho que, a cada vez, adquiro um conhecimento diferente. Fico admirado quando as pessoas vão para a Glasstec ou para o GPD e falam que não viram novidades: é preciso ter um olhar um pouco mais aprofundado em relação ao que está sendo apresentado. Percebi uma grande renovação tanto por parte dos participantes como por parte dos palestrantes, o que acredito ser extremamente positivo. O mercado é diverso e essa diversificação dos participantes também enriquece. Acredito ter tido boas surpresas com essa renovação de palestrantes e também no workshop de que participei, antes do início do evento, cujo tema foi Aplicações de vidros laminados em estruturas. Em relação ao conteúdo, quero enfatizar que já verifico uma sinalização de mudança nos projetos mundiais de arquitetura. Percebo que as novas tecnologias estão influenciando o atendimento às exigências de sustentabilidade das edificações: somente depois de atendida essa premissa é que se busca o melhor resultado estético. Em relação às impressões 3D, que já aparecem de forma indireta no conteúdo das palestras, essa nova tecnologia permite o estudo de novas formas das edificações. Outro ponto que destaco é a apresentação das pesquisas que estão sendo feitas por grandes universidades do mundo: costumo ler muitos papers acadêmicos entre uma edição e outra do GPD, mas enfatizo: ver esses estudiosos aqui apresentando pessoalmente seus estudos é uma oportunidade única. Há várias universidades importantes presentes, mas destaco a de Graz (Graz University), da Áustria.”
Raimundo Calixto Melo,
Responsável técnico pela RCM Engenharia de Estruturas, Fortaleza



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