Vidroplano
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Caleidoscópio – abril 2020

23/04/2020 - 09h53

DADOS & FATOS

Acesso ao crédito
Uma pesquisa do Sebrae aponta que 60% dos proprietários de pequenos negócios que buscaram empréstimos nos bancos após o estouro da pandemia da Covid-19 tiveram o pedido negado. Há também desconhecimento dos empresários sobre as linhas de crédito disponibilizadas para evitar demissões: 29% não conhecem as medidas oficiais e 57% apenas ouviram falar a respeito.

Todos no mesmo barco
Agentes dos principais mercados consumidores de vidro manifestaram preocupação. Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) – representante de 38 incorporadoras que erguem mais de 60 mil imóveis por ano –, disse que os bancos põem obstáculos para financiamentos de capital de giro. Luiz Carlos Moraes, dirigente da associação das montadoras de automóveis, a Anfavea, foi enfático: os bancos estão “asfixiando o setor produtivo” com “custos absurdos” de empréstimos. Ele defende que o governo crie mecanismos para que o sistema bancário se sinta obrigado a emprestar a juros razoáveis.

Outro lado
Veio de um banco a maior doação filantrópica da história do País. O Itaú Unibanco anunciou o oferecimento de R$ 1 bilhão para o combate ao novo coronavírus. De acordo com o Monitor de Doações da Covid-19, o montante doado até 15 de abril por empresas, famílias e pessoas físicas alcançou R$ 2,2 bilhões.

Mercados desenvolvidos
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) analisou: já em março, o banco central norte-americano baixou a taxa básica de juros e injetou US$ 3 trilhões na economia. Já o banco central europeu incentivou o mercado com €3 trilhões, além de estimular empréstimos e ampliar a compra de ativos. “Celeridade e expressividade dos recursos mobilizados têm sido a marca na maioria dos casos”, afirma o órgão.

US$ 8 trilhões
Esse foi o valor já disponibilizado em medidas fiscais para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus por governos de todo o mundo, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI). “É realmente impressionante como os países conseguiram disponibilizar o montante em tão curto espaço de tempo”, disse a diretora-gerente do órgão, a búlgara Kristaliana Georgieva.

Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que as medidas do governo federal para enfrentar a crise estão no caminho certo, como o adiamento do pagamento de tributos federais e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, pede mais efetividade em alguns pontos, dentre eles, claro, o acesso a crédito com custos menores.

Preservação de empregos
O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, por meio da Medida Provisória 936, também ganhou elogios da CNI: “Contribui para que empresas permaneçam em atividade ao longo do período agudo da crise”, afirma a confederação. Em suma, com acordos individuais ou coletivos com empregados, as empresas podem reduzir a jornada de trabalho e salário por até 90 dias ou suspender contrato de trabalho por até 60 dias. Nessa modalidade, os empregados afetados têm parte da renda restituída pela União. Até 14 de abril, o governo registrava mais de 1 milhão de acordos entre empregadores e colaboradores.

 

FIQUE POR DENTRO

O que muda depois da pandemia?
Praticar a “ciência” da futurologia é algo que todos (ou quase todos) estão fazendo na quarentena. Mas você já parou para pensar nas mudanças que esse fato histórico pode causar nos negócios? Empresas e players do mercado estão refletindo sobre isso. Reunimos algumas opiniões.

MUNDO MAIS REMOTO: as reuniões digitais, muitas vezes chamadas de calls, serão cada vez mais comuns. Segundo um estudo da White Rabbit, consultoria internacional de tendências, a cultura do trabalho remoto já existe, mas agora ganha forma em diferentes áreas – afinal, as empresas viram na prática que trabalhadores administrativos também rendem atuando de casa. O professor André Miceli, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima um crescimento de 30% do home office no Brasil após o fim da pandemia.

DIGITALIZAÇÃO: a transformação digital era um processo em permanente evolução e o caos provocado pelo novo coronavírus a acelerou, constatam pesquisadores da Unctad e da Duke University (EUA).

MODERAÇÃO: em entrevista à revista Exame, o publicitário Nizan Guanaes prevê um mundo de consumo mais consciente. Na mesma reportagem, Carlos Ferreirinha, da consultoria MCF, especializada em mercados de luxo, avalia: o varejo precisará tornar seus espaços atrativos, transformando-os em ambientes de socialização e entretenimento. Os consumidores estarão ressabiados, com novas prioridades, e precisarão ter a emoção despertada para comprar.

 

RETROVISOR

O Vidroplano é história
Uma das grandes contribuições de O Vidroplano para o mercado nacional vidreiro é registrar a história do setor: há mais de sessenta anos, tudo de relevante que acontece no segmento é eternizado nas páginas da revista.

Em abril de 2000, resolvemos ir além: usando como gancho as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, voltamos para bem antes da fundação da revista e contamos a história do vidro no País, desde seus primórdios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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