Caleidoscópio – julho 2023

03/08/2023 - 12h37

DADOS & FATOS

Análise da indústria de transformação
No estudo Carta de Conjuntura nº59, referente ao segundo trimestre deste ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) comenta que a indústria de transformação nacional enfrenta um quadro de estagnação: de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE, o índice da produção industrial de maio estava praticamente no mesmo patamar do de fevereiro de 2020.

Estoques altos
Mesmo com a demanda interna por bens industriais ensaiando um movimento de recuperação, os produtores de alguns ramos do setor podem priorizar a redução de estoques acumulados antes de aumentar o ritmo de produção. Para 2023, a estimativa do Ipea é um crescimento de apenas 0,5% no valor adicionado bruto da indústria em geral.

Histórico de baixa
A perda de dinamismo desse segmento não é novidade: remonta ao processo de desindustrialização ocorrido na década de 1990. Atualmente, o processo pode ser caracterizado pela perda de capacidade produtiva ao longo dos anos, com investimentos insuficientes para cobrir a depreciação da capacidade instalada.

Esperança de crescimento
Apesar disso tudo, a indústria da construção crê numa melhora neste segundo semestre. Para Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a nova versão do programa de moradia Minha Casa, Minha Vida e, principalmente, a queda da Selic (taxa básica de juros da economia) deverão estimular a volta da compra de imóveis – e, como sabemos, uma construção pujante é tudo que o setor vidreiro quer para aumentar a demanda por nosso material.

 

FIQUE POR DENTRO

Rugido sustentável
Não são apenas as usinas de vidro pelo mundo que buscam formas menos danosas ao meio ambiente para produzir nosso material. Cientistas também entraram nessa tarefa: um time de pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, desenvolveu o LionGlass, novo tipo de vidro que promete reduzir pela metade o total de emissões de gases causadores do efeito estufa durante sua fabricação. Para isso ser possível, a temperatura de fusão das matérias-primas (sem elementos que contenham carbono) foi diminuída em cerca de 300 a 400 ºC – o que reduz em até 30% o consumo de energia. Testes mostram que o LionGlass pode ser dez vezes mais resistente a rachaduras que o vidro comum. Porém, não se sabe qual seu limite de esforço mecânico. Por enquanto, o produto segue sendo trabalhado em laboratório.

 

RETROVISOR

Segurança aprovada
Há 23 anos, na edição de julho de 2000, O Vidroplano anunciava o convênio da Abravidro com o Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) para o processo de certificação do vidro temperado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 607 (julho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.