Vidroplano
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Caleidoscópio – junho 2020

24/06/2020 - 11h44

DADOS & FATOS

Sintomas do vírus
A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio a produção industrial, levando-a a despencar 18,8% em abril, na comparação com março. É a maior queda registrada desde 2002, quando o índice começou a ser monitorado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se somados os números de março e abril, a indústria brasileira cortou mais de 1/4 de sua produção: -26,1%.

Efeito dominó
Não poderia ser diferente, diante de tantos estragos: em abril, se comparado a março, a indústria atingiu ociosidade recorde, com queda de 19,4% nas horas trabalhadas; redução de 2,3 % no número de empregados (atingindo o menor patamar desde 2004) e recuo de 23,3% no faturamento real.

Poderia ser pior
A queda foi menor do que a estimada por economistas ouvidos pela agência de notícias internacional Bloomberg, especializada no setor financeiro. Os profissionais apontavam uma queda de cerca de 28%.

Perdendo espaço
A fatia do setor industrial no Produto Interno Brasileiro (PIB) diminui desde 2004, quando chegou a 17,8%. No primeiro trimestre deste ano, o setor correspondeu a apenas 10,1%. São quase duas décadas de perda gradativa de espaço.

Cartilhas para o crédito
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou cartilhas que orientam empresários a aderirem ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com R$ 15,9 bilhões disponíveis, além de outros fundos de empréstimo para o período de pandemia. Para acessar o material, use o QR code ao lado.

Problema global
Dados da Unido, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para o segmento industrial, apontam para uma queda de 6,9% da produção apenas no primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia estava concentrada na China e em alguns países europeus.

Na Europa, freio na queda
O respeitado índice PMI da IHS Markit, que mede novos pedidos, produção, emprego, prazos de entrega dos fornecedores e estoques de compras na zona do Euro, foi de 39,4 pontos em maio, mês em que vários países do velho continente começaram a relaxar o confinamento. A produção e os pedidos continuaram caindo, mas em níveis menos intensos que em abril (PMI de 33,4), o que dá alguma esperança de que o setor industrial da Europa ao menos se estabilize no terceiro trimestre deste ano.

 

FIQUE POR DENTRO

Gestão durante e depois da Covid-19
Não há precedentes para a crise que a Covid-19 causa, ainda mais depois que o mundo se tornou tão global, com economias interdependentes. Mas consultorias multinacionais estão desenvolvendo estudos para auxiliar as empresas e aconselham resiliência no presente para aproveitar melhor as oportunidades no futuro. Como? Veja os “5 Rs” sugeridos pela McKinsey e compilados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi):

Resolva — Enfrente os desafios imediatos que a Covid-19 representa para a força de trabalho, clientes, tecnologias e parceiros de negócios da sua instituição;

Resiliência — Encare os problemas de curtíssimo prazo, como o fluxo de caixa;

Retorno — Elabore um plano detalhado para os negócios voltarem à sua escala o mais rápido possível;

Reimaginação — “Reimagine” o novo normal após a ruptura à qual todos fomos submetidos e quais são as implicações para que a sua instituição se reinvente;

Reforma — Tenha clareza de como será o ambiente competitivo e regulatório do mercado em que atua.

 

RETROVISOR

Época de expansão
A edição de O Vidroplano publicada em junho de 2010 mostrava um setor pujante: a Guardian acabava de inaugurar sua planta em Tatuí (SP) e o coater de Porto Real (RJ), com cobertura da revista, enquanto a Cebrace confirmava Jacareí (SP) como a sede do C5, forno aceso em março de 2012.

Este texto foi originalmente publicado na edição 570 (junho de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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