Vidroplano
Vidroplano

Caleidoscópio – setembro 2020

21/09/2020 - 14h07

DADOS & FATOS

Reação da indústria
Em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria brasileira chegou ao terceiro mês seguido de recuperação do impacto causado pela Covid-19. A reação foi sentida em quase todos os Estados e nos diversos ramos de atuação. “Isso traz uma boa sinalização para o setor industrial, embora não esteja claro o perfil de crescimento daqui para frente. Certos aspectos desta crise podem demorar para serem mitigados, como o maior endividamento dos agentes e o alto nível de desemprego”, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

No azul e no vermelho
80% dos parques industriais acompanhados pelo IBGE conseguiram aumentar a produção em julho, com destaque para o Ceará (34,5%), Espírito Santo (28,3%) e Amazonas (14,6%). Ficaram no vermelho apenas Mato Grosso (-4,2), Goiás e Paraná (ambos com -0,3%). No total, a produção industrial brasileira evoluiu 8%.

Otimismo entre transformadores
A indústria de transformação fechou agosto com 57,5 pontos no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A produção extrativa registra 57,2 pontos, seguida da indústria da construção, com 54 pontos. O Icei varia de 0 a 100 pontos — quanto mais acima de 50, maior e mais disseminada é a confiança. A pesquisa foi feita com base em amostra de 2.328 empresas, de 3 a 13 de agosto.

Região e porte
A confiança é maior nas empresas das regiões Norte (59 pontos) e Sul (58). Logo atrás aparecem o Nordeste (56,5), Centro-Oeste (56,4) e Sudeste (55,3). No recorte por porte, o índice é maior entre as grandes indústrias (57,8). Em seguida aparecem as médias (56,8) e, por último, as pequenas (55,1).

16ª indústria do mundo
A participação do Brasil na produção industrial mundial caiu de 1,24%, em 2018, para 1,19%, em 2019. O dado é do Desempenho da Indústria no Mundo, da CNI. A participação do País está em trajetória de queda desde 2009 e, agora, ocupamos a 16ª posição no ranking. Até 2014, o Brasil estava entre os dez maiores produtores mundiais. Entre 2015 e 2019, o País perdeu sua posição para as indústrias do México, Indonésia, Rússia, Taiwan, Turquia e Espanha.

Exportações e competitividade
O desempenho das exportações da indústria de transformação brasileira também retrata perda de competitividade. Segundo estimativa da CNI, a participação nacional deve ficar em 0,82% em 2019 (contra 0,88% em 2018), igual ao menor patamar da série histórica registrado em 1999. “O cenário torna ainda mais urgente a aprovação de reformas e legislações que destravem a economia e aumentem a competitividade. São os casos da reforma tributária, nova lei do gás e reforço em investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

FIQUE POR DENTRO

Pontes de vidro chinesas
Conforme mostrado pelo Blog da Abravidro, foi inaugurada na China a maior ponte de vidro do mundo. Localizada no condado de Lianzhou, a estrutura tem impressionantes 526,14 m de comprimento e está suspensa a 200 m de altura. Foram utilizados vidros temperados laminados na composição da passarela.

A notícia parece repetida e a explicação é simples. Se você confere nossos múltiplos canais de comunicação, sabe que essa não é a primeira ponte envidraçada desenvolvida pelos asiáticos. O recurso é febre por lá, sobretudo para aquecer o turismo interno — e antes da construção da ponte de Lianzhou, a então maior estrutura do tipo também estava no país. Erguida em 2017 e com 488 m de extensão, a ponte da província de Hebei, suspensa a 218 m, é formada por 1.077 placas de vidro com 40 mm de espessura, as quais ficam penduradas em uma estrutura reforçada por 12 cabos. Não causa surpresa o fato de a 3ª maior ponte estar no gigante asiático: com 430 m e fincada no Parque Natural de Zhangjiajie, ela é considerada a passarela de vidro mais alta do planeta, com 300 m de altura. Uma curiosidade: a estrutura inspirou as Montanhas Aleluia do filme Avatar.

 

RETROVISOR

Fornos novos — e um renovado
Em diferentes momentos, setembro foi um mês marcado por notícias envolvendo fornos de float no Brasil. O da Guardian, em Porto Real (RJ), foi aceso em 1998, o primeiro da multinacional americana no País; e o da AGC, em Guaratinguetá (SP), em 2013 — também foi o pioneiro da empresa por aqui. Em 2010, a Saint-Gobain Glass promoveu evento para celebrar a retomada de sua produção em São Vicente (SP), com renovação em toda a sua planta, incluindo o forno.

Este texto foi originalmente publicado na edição 573 (setembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



Newsletter

Cadastre-se aqui para receber nossas newsletters