Vidroplano
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Conheça a 2ª etapa de ensaio de classificação de segurança para laminados

22/06/2023 - 22h05

Conforme prometido na edição de abril de O Vidroplano, este mês a seção “Por dentro das normas” dá sequência à explicação sobre as atualizações no texto revisado da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicado no final de fevereiro pela ABNT.

Desta vez, abordaremos com detalhes as metodologias aplicadas na 2ª etapa de classificação de segurança do vidro laminado — uma novidade na nova versão da norma. Esse ensaio também utiliza dispositivos de impacto para avaliar as características de quebra dos vidros, buscando conferir se são seguros e capazes de reduzir lesões causadas por acidentes.

Diferença entre as etapas
A 1ª etapa dessa avaliação (Método A), explicada com detalhes nesta seção na edição de abril, refere-se ao ensaio de impacto de pêndulo — método empregado para comprovar que o vidro laminado atende a classificação de segurança necessária ao projeto.

A 2ª etapa (Método B) é um ensaio complementar, chamado de impacto por queda de esfera, utilizado quando nenhuma das lâminas da composição do laminado sofreu dano (quebra, trinca ou fissura) durante o ensaio de impacto por pêndulo, feito na 1ª etapa.

Requisitos
Ao serem ensaiados conforme a metodologia descrita na norma para a classe de segurança desejada, os corpos de prova devem atender a uma das seguintes condições após o impacto da esfera:

A) Não pode quebrar;

B) O vidro quebrou, mas não há ruptura da camada intermediária;

C) O vidro quebrou e ocorre ruptura da camada intermediária, mas a esfera (com 2,3 kg de massa e 83 mm de diâmetro) não passa livremente pela camada intermediária em até 10 segundos;

D) Caso ocorra o desprendimento de partículas do corpo de prova após 3 minutos, o volume total não pode ser superior à massa equivalente de uma área de 10.000 mm² — e o maior fragmento deve ter massa inferior ao equivalente de uma área de 4.400 mm² do corpo de prova.

Atenção: para determinar o peso total dos fragmentos desprendidos, deve-se pesar o corpo de prova antes e depois do ensaio e avaliar se a diferença de massa atende os requisitos citados acima.

Sobre os corpos de prova
Devem ser selecionados três corpos de prova quadrados, com dimensões de 300 mm. Eles devem ser representativos de uma produção normal do laminado submetido ao ensaio e da mesma produção dos corpos de prova do ensaio da 1ª etapa, além de identificados com as seguintes informações:

  • Fabricante;
  • Data de fabricação;
  • Lote do vidro e da camada intermediária;
  • Composição (tipo de vidro, tipo de camada intermediária e espessura nominal de cada componente).

Quantidade
O número de corpos de prova necessário para a realização dos ensaios deve ser definido de acordo com o especificado a seguir:

A) O ensaio deve ser conduzido para cada diferencial de altura em três estruturas idênticas e mesma espessura nominal:

  • Para a classe A de segurança: diferencial de altura de 3.660 a 3.673 mm;
  • Para a classe B de segurança: diferencial de altura de 750 a 763 mm.

B) Se os materiais forem laminados assimétricos, o número deve ser dobrado, a não ser que a aplicação prevista para o laminado seja em situação de risco de impacto em apenas um de seus lados. Nesse caso, o solicitante precisa indicar a face de impacto.

Preparação do ensaio
A preparação dos corpos de prova deve seguir alguns critérios:

A) Todo material destinado à proteção, identificação ou embalagem do laminado deve ser removido;

B) As peças devem ser acondicionadas à temperatura de 19 °C a 29 °C, durante um período mínimo de quatro horas.

Equipamento
O dispositivo principal (utilizado para acomodar o corpo de prova) é composto pelas seguintes partes:

  • Esfera de aço maciço liso com 83 mm de diâmetro e massa de 2,3 kg;
  • Mecanismo que, após liberação, permita que a esfera atinja o corpo de prova dentro de um raio de 25 mm do seu centro;
  • Sistema de apoio da amostra (para a queda da esfera) construído em aço, capaz de suportar o corpo de prova pelas bordas, formando um quadro vazado.

Procedimento
Para garantir a legitimidade de todo o processo, o ensaio precisa ser realizado seguindo esta ordem:

A) Identificar o corpo de prova;

B) Registrar a composição do laminado, temperatura ambiente, data, altura da queda e superfície a ser impactada;

C) Pesar e registrar o peso do corpo de prova antes do impacto;

D) Colocar a amostra na estrutura de suporte com a face a ser impactada voltada para cima;

E) Elevar a esfera de aço até a altura selecionada, de acordo com o especificado para a classe de segurança (A ou B), e assegurar que, após a liberação, ocorra a queda de forma livre até o impacto com o centro da amostra. Detalhe: a medição da altura deve ser feita do fundo da esfera até a superfície do vidro;

F) Verificar as características de resistência do corpo de prova, em um intervalo de 10 segundos após o impacto;

G) Pesar e registrar o peso do corpo de prova após o impacto;

H) Registrar o resultado obtido pela amostra;

I) Repetir o ensaio nas duas amostras adicionais com a mesma configuração de impacto e lote de produção.

Avaliação dos resultados
Após ser submetido aos processos, o laminado é considerado aprovado na classificação de segurança se todos os corpos de prova ensaiados atenderem os requisitos do ensaio. É importante destacar que o parecer do ensaio determina exclusivamente a classificação da peça como vidro de segurança, não interferindo com os resultados e a avaliação de durabilidade do vidro.

Crédito: Magnetu/stock.adobe.com

Crédito: Magnetu/stock.adobe.com

 

Relatório de ensaio
Além das informações referentes ao corpo de prova, no relatório devem constar os resultados obtidos nos ensaios da 1ª etapa e, quando executados, os da 2ª etapa, declarando a classificação de segurança final dos corpos de prova. Exemplo: “O corpo de prova passou nos ensaios de impacto com pêndulo (Método A) na Classe 1 e passou no ensaio de queda de esfera (Método B) na Classe A”.

Saiba mais
Para outras informações relacionadas a esse ensaio, como especificação do equipamento para a realização do impacto de esfera, preparação dos corpos de prova e o procedimento, consulte a ABNT NBR 14697:2023. Importante: as empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outros documentos relacionados ao nosso material. Associe-se já!

Este texto foi originalmente publicado na edição 606 (junho de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Benjamin Salazar/stock.adobe.com



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