Vidroplano
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Conheça mais sobre o trabalho com vidros jumbo

31/08/2023 - 13h13

Quem acompanha a arquitetura mundial já deve ter percebido a tendência do uso de vidros jumbo ou de grandes dimensões nas obras: ao que tudo indica, no que diz respeito à aplicação do nosso material em grandes projetos, tamanho é documento. Afinal, esse tipo de vidro permite mais transparência com menor interferência de ferragens e outros elementos de fixação.

O Brasil não é exceção nesse cenário. Diversas processadoras nacionais já trabalham com o beneficiamento dos jumbos. Esse trabalho envolve cuidados especiais e maquinários específicos para as dimensões do produto. Nesta reportagem você conhecerá mais sobre as peças de grandes dimensões, as vantagens que elas oferecem – tanto para as obras como para as próprias processadoras – e o modo como elas devem ser manuseadas.

Atrativos
Segundo Luiz Cláudio Ribeiro Rezende, consultor técnico da Viminas Vidros Especiais, de Serra (ES), a arquitetura contemporânea busca proporcionar espaços cada vez maiores, mais transparentes e iluminados. “Isso exigiu uma adequação do mercado vidreiro para atender os projetos. Como as dimensões dos vidros tradicionais já não atendiam essas necessidades, as chapas jumbo foram a solução”, comenta Rezende, conhecido no setor como Juca.

Ao conhecer as vantagens dos vidros jumbo, fica fácil entender o aumento da procura por esse item. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros (com unidades em São Paulo e Belo Horizonte), lista as principais delas:

  • Redução de desperdício: ao trabalhar com vidros maiores, é possível diminuir o número de emendas e cortes, reduzindo o desperdício de material;
  • Maior área envidraçada: as chapas jumbo permitem criar fachadas e janelas mais amplas, trazendo maior luminosidade e sensação de amplitude aos espaços;
  • Menor quantidade de interrupções visuais: como há menos emendas, o vidro proporciona uma aparência mais uniforme e contínua nas aplicações;
  • Possibilidade de projetos mais audaciosos: painéis de grandes dimensões possibilitam criar e explorar projetos arquitetônicos mais ousados e modernos.

Marcio Caraça, coordenador de Produção da GlassecViracon, de Nazaré Paulista (SP), ressalta que, além de abrir todas essas oportunidades com sua aplicação no tamanho completo, as chapas jumbo também podem ser cortadas em peças menores – e elas também são vantajosas nesse aspecto. “Quando o plano de corte da processadora é bem-feito, o vidro jumbo traz ganho de produtividade e também de otimização, permitindo um melhor aproveitamento da chapa.”

 

Crédito: brianwhittaker/stock.adobe.com

Crédito: brianwhittaker/stock.adobe.com

 

Qual o tamanho de um vidro jumbo?
A chapa jumbo tem 6 m x 3,21 m. As usinas nacionais fabricam também um padrão um pouco menor, conhecido como “minijumbo”, de 4,4 m x 3,21 m. Muitas vezes essas peças chegam a pesar mais de 250 ou 300 kg – e sua área pode ultrapassar os 13 m².

Estrutura robusta
Frente a todos esses atrativos, o trabalho com jumbo mostra-se promissor. Mas, para que isso seja possível, é necessário que sua empresa esteja devidamente preparada – a começar pelo chão de fábrica. “O processamento desse vidro requer maquinário e equipamentos em tamanho diferenciado para a manipulação das peças de grandes dimensões”, aponta Élcio Santos, gerente-comercial técnico da Brazilglass, de Guararema (SP).

Lucas André Baranoski, gerente-administrativo da Temperline, de Cascavel (PR), destaca que a processadora precisa contar com estrutura de ponte rolante, mesa de corte, pórticos para a lapidação e lavadora que suportem o tamanho, dimensão e peso das chapas. Além disso, o forno de têmpera precisa estar preparado para receber essas peças.

Cuidados no deslocamento
De acordo com Marcio Caraça, da GlassecViracon, o processo de movimentação de vidros jumbo dentro da processadora é mais lento, para evitar riscos de acidentes. “Há um cuidado especial para levar as chapas de um lugar ao outro, com o uso de pinças e ventosas com maior capacidade de peso, bem como carrinhos adaptados para atender tanto a altura como o comprimento desses produtos.”

Bruno Bordão, sócio-diretor do Grupo RV Vidros, de São Paulo, reforça a necessidade de garantir a integridade dos colaboradores: “Temos sinalizadores da ponte rolante em funcionamento, além de impedir o acesso de pessoas ao setor de carga/descarga e de corte, a não ser os profissionais de içamento treinados, conforme as Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança”.

Gonçalves conta que a Divinal Vidros adota uma série de medidas para garantir a segurança – dos funcionários e das próprias chapas – durante a movimentação:

  • Uso de equipamentos adequados, como pontes rolantes, ventosas automáticas ou outros dispositivos especiais para manejar as chapas com segurança;
  • Treinamento dos funcionários para realizar o manuseio correto do vidro jumbo, sempre seguindo as normas de segurança e utilizando todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários;
  • Armazenamento dos vidros em local apropriado, evitando empilhamento excessivo e minimizando o risco de quebras ou avarias;
  • Realização de inspeções periódicas nas peças e equipamentos da empresa para garantir que tudo esteja em boas condições.

Como é o processamento?
Os processos não diferem dos outros tipos de peça. “Os vidros jumbo são cortados e processados juntos com os tradicionais. A diferença começa no acabamento e na movimentação até a chegada para a etapa da têmpera”, relata Baranoski, da Temperline.

Juca, da Viminas, chama a atenção para a importância de garantir a segurança dos colaboradores envolvidos nas operações. “Temos uma área reservada, para o processamento e para a manipulação dessas chapas, que conta com equipamentos específicos. Os profissionais são devidamente treinados, de modo a evitar a interação manual. Para os equipamentos e maquinários, nossa prioridade é a utilização da automação.”

 

Crédito: Andrey/stock.adobe.com

Crédito: Andrey/stock.adobe.com

 

Onde o vidro jumbo é mais utilizado?

  • Portas de correr, especialmente em ambientes com pé-direito alto;
  • Vitrines;
  • Divisórias internas;
  • Fachadas, principalmente as com sistema pele de vidro ou estrutural.

Este texto foi originalmente publicado na edição 608 (agosto de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: KONSTANTIN SHISHKIN/stock.adobe.com



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