Vidroplano
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Construtora Laguna aposta nos vidros de valor agregado

21/12/2021 - 09h38

Em uma reportagem sobre insulados na edição de maio deste ano de O Vidroplano, comentamos a respeito de os motivos de vidros de valor agregado não serem usados de forma maciça na construção. Entre as possíveis justificativas, as fontes consultadas para a matéria apontaram o funcionamento do mercado imobiliário, o qual consideraria que desempenhos térmicos e acústicos acima da média não seriam necessários em residências.

Pois existem empresas que vão contra esse senso comum, como é o caso da Construtora Laguna. Atuando há 25 anos na cidade de Curitiba, ela tem como foco o desenvolvimento de edifícios residenciais de alto padrão – e, para isso, utiliza vidros com alta tecnologia. Nas próximas páginas, conheça por que esse tipo de material foi escolhido e veja também exemplos de obras, finalizadas ou ainda em construção, da companhia.

 

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Edifício: Almáa Cabral
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Ainda em construção, o prédio é inspirado na beleza do Umm-al-Maa, oásis localizado na Líbia, e na arquitetura das residências do condomínio Ashjar at Al Barari, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Seu conceito é criar um oásis urbano, unindo conforto ao contato com a natureza. As fachadas do Almáa Cabral vão receber insulados (incluindo uma especificação com câmara interna de 20 mm de espessura) e laminados com vidro de controle solar ClimaGuard Sunlight On Clear (Guardian). A finalização da obra é esperada para o primeiro semestre de 2022

Atenção à especificação
Fabio Siqueira comenta o processo de especificação dos vidros usado pela Laguna: sempre se levam em conta o local em que o edifício será erguido e como isso pode influenciar o bem-estar do usuário.

Simulação energética: a primeira coisa a se fazer é uma simulação energética do projeto, para se chegar ao tipo de envoltória necessário. Com o resultado, são especificados todos os elementos da fachada de acordo com seu objetivo;

Condições climáticas: como Curitiba é uma cidade fria, o insulado surge como barreira contra baixas temperaturas. Mas esse tipo de vidro não precisa ser instalado em todos os locais: segundo Siqueira, geralmente a parte Sul dos empreendimentos leva insulados, enquanto a Norte, que recebe mais luz natural durante o dia, ganha laminados de controle solar;

Tipologias diversas: diferentes partes de uma obra podem estar suscetíveis a diferentes fatores (clima, como citado no tópico anterior; vento; barulho; etc.). Por isso, vale refletir se diferentes especificações não seriam importantes para um mesmo projeto. “Tem concorrente nosso que usa monolítico comum, ou no máximo um laminado incolor 3+3 mm, no prédio inteiro. A gente chega a ter mais de 15, 20 especificações de vidro em um projeto. Sai do laminado, vai pro insulado, muda o tamanho da câmara de ar… É um trabalho complexo de engenharia”, revela Siqueira.

Diferenciais
O vidro é um material de destaque para os projetos da empresa justamente pela forma com que ela pensa a construção civil. “Nosso perfil envolve empreendimentos marcados por uma arquitetura autoral, por conceitos como minimalismo e alto desempenho”, explica o diretor de Engenharia, Fabio Siqueira Giamundo. “Você nunca verá a Laguna com um projeto de fachada colonial. Por isso mesmo, a gente usa muito vidro.” Essa aposta se confirma visualmente: algumas de suas obras chegam a ter fachadas compostas por 85% de nosso material.

O segredo da Laguna está em diminuir ao máximo o desconforto dos usuários. É isso mesmo que você leu: em qualquer construção, existe um nível de desconforto inevitável – é praticamente impossível uma edificação oferecer bem-estar o tempo todo. Materiais de valor agregado fazem com que esse incômodo (relacionado a calor, barulho etc.) seja consideravelmente menor, podendo ficar até mesmo imperceptível.

Segundo a Laguna, seus projetos alcançam um percentual de desconforto mais baixo do que o da concorrência, cerca de 10% a 15% do total de horas em um ano – e isso sem precisar acionar ar-condicionado em dias quentes ou aquecimento de piso no frio, por exemplo. Dessa forma, vidros de alta performance se transformam no diferencial para que os edifícios entreguem aos moradores aquilo prometido na hora da compra. “Quando projetamos, pensamos no bem-estar do usuário, colocando o cliente no centro do negócio”, relata Siqueira.

 

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Edifício: ROC Batel – Residence Open Concept
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
No coração do renomado bairro curitibano do Batel, o ROC Batel – Residence Open Concept propõe um estilo de vida urbano, localizado em meio a parques, restaurantes, galerias de arte e shopping centers. Sua fachada mistura vidros com painéis metálicos, oferecendo estilo contemporâneo ao projeto. Nessa estrutura, estão instalados insulados com o vidro de controle solar SunGuard Light Blue 52 (Guardian) usando três especificações diferentes – cada uma delas com um objetivo próprio para o conforto térmico interno. Os guarda-corpos das sacadas receberam temperados de laminados 10+10 mm, com o interlayer SentryGlas, da Kuraray

Levar conhecimento
Uma “batalha” que ainda precisa ser vencida pelo setor vidreiro é a falta de conhecimento, por parte dos consumidores, sobre as possibilidades de nosso material. “Quem busca edifícios corporativos ou comerciais sabe que os custos operacionais podem ser menores e já conhece as certificações para prédios sustentáveis e os benefícios dos materiais”, afirma Siqueira. “Mas os clientes do ramo residencial são praticamente leigos nesse assunto. Quando chegam num estande de vendas, eles já viram outros empreendimentos e têm na cabeça somente a comparação do preço por m2”.

Por isso, o trabalho de divulgar para os consumidores os diferenciais da construção, incluindo os dos vidros aplicados, não deve parar. “Sempre faço uma brincadeira com nossos clientes e corretores: se você for a uma concessionária da Volkswagen e entrar em um modelo Jetta, vai achar que é um baita carro bacana. Mas se sair dali e for para a Mercedes, encontrará veículos com o mesmo tamanho e preços maiores, porque tem muito mais tecnologia envolvida”, exemplifica.

Para auxiliar nesse processo de convencimento, podem ser usados os relatórios de simulação energética ou cálculos que demonstrem a economia gerada pelo menor uso de eletricidade. “Para o cliente residencial, é preciso apresentar o benefício de forma palpável, pois só falar que ele vai se sentir melhor fica muito vago. Se você conseguir mostrar que tal vidro vai diminuir pela metade a utilização do ar-condicionado, aí o cliente passa a buscar essas vantagens.”

 

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Edifício: Soul Batel Soho
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Localizado entre o centro de Curitiba e o bairro Batel, o Soul Batel Soho é marcado por um design arrojado que inclui uma fachada envidraçada curva. Insulados ajudam no conforto térmico da edificação, enquanto laminados aplicados em salas e quartos contribuem para o isolamento acústico do espaço

 

 

Nova mentalidade
Como O Vidroplano tem alertado desde o ano passado, a pandemia trouxe novas tendências para a arquitetura. Uma delas é justamente a maior busca por qualidade de vida – o que nosso material oferece de várias formas. Segundo Siqueira, houve o desenvolvimento de alguns aspectos do mercado imobiliário. “Aconteceu uma mudança no tipo de edificação, pois as pessoas não queriam mais estar dentro de elevadores fechados. Passaram a apreciar quintais e espaços diferenciados.” Nesse sentido, certificações de sustentabilidade, como a Leed, GBC Brasil e Well, se tornam bons argumentos de venda, desde que se explique para o comprador quais as vantagens em se adquirir um apartamento num prédio certificado.

 

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Edifício: Pinah
Projeto: Baggio Schiavon Arquitetura
Em plena Alameda Presidente Taunay, uma das ruas mais charmosas da capital paranaense, o Pinah é o primeiro prédio residencial brasileiro a buscar a certificação Well, focada exclusivamente na saúde e bem-estar humano. Sua fachada também receberá insulados e laminados com os vidros de controle solar ClimaGuard Sunlight e SunGuard Neutral 70 (Guardian). A conclusão da obra está prevista para o segundo semestre de 2023

Este texto foi originalmente publicado na edição 588 (dezembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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