Vidroplano
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Despedida

20/06/2017 - 10h29

Querida O Vidroplano, como nasci em berço de vidro, você faz parte da minha vida há muito mais de catorze anos. No começo éramos bem distantes. Depois, fiz uma colaboração internacional (com o texto enviado via fax!) e, mais à frente, fui fonte numa de suas reportagens. Mas nos aproximamos de verdade quando olhei em você profundamente e acreditei que poderia ir muito além.

E então, em setembro de 2003, assinei esta coluna pela primeira vez. Juntas, celebramos seus cinquenta anos, suas quinhentas edições, dois novos projetos gráficos, versão digital, outra pra celular… E várias histórias — algumas deliciosas, outras nem tanto. Muita gente importante já brigou comigo por sua causa e, nesses momentos, confirmei que você tinha alcançado aquele patamar maior que eu tinha sonhado. No entanto, confesso que a melhor parte de nossa parceria é saber que milhares de leitores tiveram suas vidas profissionais melhoradas graças a você.

Nossa relação já precisou de uma revisão, há uns quatro anos. Naquela época, foi difícil compreender que eu não poderia mais cuidar de cada detalhe seu, era preciso dividi-la com outras pessoas que também têm por você um carinho enorme. O destino nos reservou uma temporada no hospital justamente em seu fechamento, provando que a mudança era possível e necessária.

E chegamos aqui, novamente num momento de revisão. Meu coração pede que eu siga novos caminhos, onde não poderei tê-la sob minhas asas. Deixo-a em excelentes mãos, cheia de gratidão a todos que nos acompanharam até aqui. Despeço-me muito orgulhosa de nossa história, com a certeza de que vai dar tudo certo — para mim e para você!

Com todo o meu amor,

Celina-Celina Araujo
A sua editora pela última edição

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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