Vidroplano
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Como funcionam as janelas anti-furacão?

11/10/2024 - 17h50

Estamos vivendo a época de furacões, tornados e tempestades intensas na região Sudeste dos Estados Unidos e no Caribe. O mais recente foi o furacão Milton, que, apesar de ter perdido força, surgiu no Atlântico Norte como uma das tempestades mais poderosas já registradas.

Em meio às chuvas torrenciais e ventos intensos, há a preocupação com as inundações, a destruição de imóveis e a preservação de vidas. Nesse cenário, também surge a dúvida: como funcionam as janelas anti-furacão?

A proteção das janelas é estratégica
Durante um furacão, eventuais fragilidades das janelas podem ser as principais responsáveis por danos estruturais e pessoais. A força do vento pode projetar cacos de vidro com grande velocidade, causando ferimentos graves. Além disso, a entrada de água e vento por janelas quebradas pode danificar os interiores das construções. Mais do que isso, a pressão exercida pelo vento no interior do imóvel pode ocasionar a derrubada de paredes ou a elevação de telhados.

Legislação que preza pela segurança
Como consequência do Furacão Andrew, que varreu o Estado em 1992, a Flórida desenvolveu uma legislação para construção civil bastante rigorosa e que tem ajudado a manter edificações erguidas diante do caos climático.

Segundo um artigo publicado pela organização Building a Safer Florida e pelo Programa de Comunidades com Eficiência de Recursos da Universidade da Flórida, a legislação local exige que as janelas de imóveis sejam resistentes a impactos, sobretudo as que estão em construções localizadas a menos de 1 milha (cerca de 1,6 km) da costa, onde os ventos podem alcançar cerca de 200 km/h. Existem exigências específicas para cada região, a depender da carga de vento a que as janelas possam ser expostas, e os sistemas são testados e recebem certificações de que estão aptos a serem usados em determinado local.

Laminado de temperados encaixilhados
Para serem resistentes aos impactos, os vidros utilizados devem ser laminados de temperados, que podem ser insulados ou não, e as espessuras dos temperados que compõem os laminados podem ser mais espessas (dependendo da região em que será instalado).

Os laminados são vidros de segurança compostos por duas ou mais chapas de vidro fortemente interligadas por uma ou mais camadas intermediárias, também chamada de interlayer, que pode ser o PVB (polivinil butiral), o EVA (Etil Vinil Acetato), a resina e até filmes estruturais. Existem empresas que produzem interlayers específicos para aplicação em vidros aplicados em regiões suscetíveis a furacões.

Já o temperado é um vidro de segurança produzido a partir de um tratamento térmico que o torna até cinco vezes mais resistente que o vidro comum. Em caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços pouco cortantes, o que diminui o risco de ferimentos.

Quando utilizado, o laminado de temperados garante que, mesmo em caso de quebra, os fragmentos do vidro permaneçam aderidos ao interlayer, evitando a dispersão de estilhaços, mantendo o vão fechado e protegendo a integridade da construção.

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Também é importante ressaltar que há requisitos específicos para a fixação nas paredes das janelas encaixilhadas. Na Flórida, é exigido o uso de concreto em paredes e estruturas (nos Estados Unidos, muitas residências têm estrutura de madeira) e alguns prédios na região contam com um exoesqueleto de concreto.

Mesmo com toda essa proteção, em eventos severos, é comum que tapumes sejam aplicados à frente de janelas e portas, a fim de reforçar a proteção nos momentos críticos da tormenta.

E no Brasil?
Em 2020, um ciclone bomba causou ventos de cerca de 100 km/h no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, gerando estragos inclusive em vidros aplicados em janelas e fachadas. Na época, a revista O Vidroplano trouxe uma reportagem sobre o tema, explicando as normas que regem esse tipo de aplicação e os ensaios para a determinação dos tipos de vidro e espessura a serem utilizados. Vale a pena a leitura (clique aqui para acessar)!

Crédito das imagens: Adobe.Stock.com

 



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