Erguidos com segurança
17/04/2019 - 17h10
Entenda quando o içamento de vidros é necessário e quais são os cuidados indispensáveis
Quando uma instalação é feita em alturas muito elevadas, o tamanho ou o peso dos painéis podem impedir que eles sejam levados até o espaço em que serão aplicados por escada ou elevador — esta última opção nem mesmo existe em edifícios mais antigos. Nesses casos, as peças precisam ser erguidas pela parte externa da obra, serviço conhecido como içamento.
Por ser uma atividade complexa, ela só pode ser realizada se o profissional tiver o conhecimento e os equipamentos necessários para subir o vidro com segurança, avaliando sempre o melhor modo de fazê-la. Será que sua vidraçaria está preparada para isso? Descubra a seguir!
Com grandes alturas, vêm grandes responsabilidades
Giovane Moreira, diretor-proprietário da paulistana Vidro Jumbo, explica: “O içamento sempre se faz necessário quando as peças a serem instaladas não entram pelas portas e janelas, como em condomínios verticais, além de casos em que a aplicação é feita em alturas que dificultam seu transporte de forma manual.” De acordo com Sandro Rensi, diretor-executivo da Steinglass, de São José (SC), essa não é uma atividade normal do dia a dia de uma vidraçaria. “Como o custo é alto e a responsabilidade é muito grande, o vidraceiro deve avaliar bem essa opção. Porém, como há casos em que o içamento é inevitável, é preciso estar preparado para essa possibilidade”, afirma.
Por haver uma série de riscos, como o da queda da carga, os critérios para autorização desse serviço são bastante rígidos. “Nos içamentos em edifícios, a grande maioria exige documentação completa”, comenta Moreira. Segundo ele, a empresa precisa apresentar:
– Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para a operação, emitida pelo engenheiro civil ou técnico em edificações responsável pela obra;
– ART ou termo de responsabilidade atestando a segurança dos equipamentos usados para o trabalho;
– Certificados de treinamento para serviços contemplados pela Norma Regulamentadora Nº 35 — Trabalho em altura (NR-35) e de Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) para os profissionais envolvidos na ação;
– Certificado de manutenção técnica obrigatória de acordo com a Norma Regulamentadora Nº 12 — Máquinas e equipamentos (NR-12).
Além disso, o colaborador responsável por controlar os equipamentos deve ter habilitação para operá-los, obtida após aprovação em treinamento.
Máquinas para o içamento
O esforço para erguer os vidros é executado por guinchos elétricos acoplados a guindastes ou a caminhões munck (que contam com grua em sua carroceria para elevação e movimentação de cargas pesadas). Embora esses equipamentos costumem ser grandes, opções mais compactas já estão disponíveis no mercado, como os miniguindastes aranhas, que são menores e alcançam qualquer espaço confinado e de difícil acesso. Contudo, independente do tamanho da máquina a ser usada, Jefferson Candeo, diretor da Guindaste Aranha, alerta: “Sejam elas adquiridas ou somente alugadas pelo vidraceiro ou instalador, precisam antes ter passado pela manutenção técnica obrigatória exigida pelo plano de manutenção de sua fabricante, conforme determina a NR-12.”
EPIs: não saia da vidraçaria sem eles!
Como em toda atividade realizada pelos vidraceiros, o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) é indispensável. Para o içamento de vidro, não deixe de usar:
– Capacete;
– Luvas;
– Mangotes;
– Óculos de proteção;
– Botas;
– Cinto de segurança conectado a dispositivo de ancoragem (para os profissionais descarregando e instalando os painéis no patamar superior)
Como prender o vidro ao guincho?
Rensi, da Steinglass, explica que há três formas mais comuns:
– Com corda-guia ou cintas de reboque;
– Com ventosas hidráulicas;
– Içando o cavalete inteiro em que se encontram as chapas de vidro.
Para Moreira, da Vidro Jumbo, a amarração dos vidros é o item em que o vidraceiro deve ter maior cuidado. “É preciso estar atento à incidência de ventos, possibilidade de chuva, condição geral dos equipamentos e qualquer outro fator que possa impactar a segurança do trabalho”, ressalta.
A carga somente é desatada quando já estiver devidamente baixada no patamar em que será instalada. Para isso, Rensi aconselha que, antes de descarregar as peças, sejam colocadas proteções em suas bordas e o local esteja limpo e preparado para o armazenamento delas.
Preparo jumbo para vidros jumbo
Moreira alerta que o trabalho com peças de grandes dimensões tem diferenças em relação às de tamanhos convencionais. “As medidas maiores requerem uma preparação para viabilizar sua chegada à obra. Além disso, o número de colaboradores é maior e os equipamentos utilizados precisam ser capazes de suportar cargas que podem chegar a 1.200 kg”, enfatiza.
Checklist para o içamento
Sandro Rensi, da Steinglass, lista alguns itens essenciais:
– Avaliar a real necessidade desse tipo de trabalho;
– Ter autorização tanto dos proprietários, síndicos e gerentes como dos órgãos públicos;
– Ter as licenças e pessoal treinado e preparado para o serviço;
– Verificar de antemão a carga limite suportada por cada equipamento;
– Informar-se sobre as condições meteorológicas no dia da instalação;
– Realizar o serviço sempre com calma e cuidado.
Candeo, da Aranha, acrescenta a importância de operar sempre com máquinas de qualidade certificada: “Assim, o vidraceiro ganha tempo, segurança e eficiência na obra e evita retrabalhos, acidentes e excesso de mão de obra improdutiva, além de passar ao contratante do serviço uma imagem de desenvolvimento e tecnologia.”
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