Vidroplano
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Obra icônica ganha janelas de vidros com baixo teor de ferro

15/12/2020 - 10h42

Em 1937, quando a construção da Fallingwater (Casa da Cascata) terminou, Frank Lloyd Wright não só entregava uma icônica obra da arquitetura moderna: também iniciava um movimento que tomou o mundo, o da arquitetura orgânica. Esse conceito visa a integrar as construções à natureza, fazendo delas um organismo vivo, muitas vezes até imitando formas encontradas no meio ambiente – O Vidroplano já publicou uma reportagem de capa sobre o tema, na edição de setembro de 2014 (acesse-a no link bit.ly/VPset14). E nada poderia representar mais essa ideia que uma casa em cima de uma cachoeira, no meio das florestas de Mill Run, na Pensilvânia, Estados Unidos. Este ano, a residência passou por retrofit em suas janelas, ganhando novos laminados com baixo teor de ferro, mais conhecidos como extra clear.

 

Restauração contínua
O envidraçamento foi planejado por Wright como elemento fundamental para se morar numa casa assim: ele queria apagar as barreiras entre os interiores e a natureza, oferecendo uma experiência visual e também acústica, já que o suave barulho das águas em movimento entra no espaço quando as portas estão abertas. À época, instalou-se um dos primeiros extra clear existentes para grandes projetos, desenvolvido pela Vitro Architectural Glass (então chamada PPG Glass).

No entanto, pela proximidade das janelas à cachoeira e pelos produtos de menos tecnologia de antigamente, essas estruturas ficaram suscetíveis à corrosão e a outros problemas causados pela alta umidade do local. Em 1988, por exemplo, os vidros laminados receberam PVBs especiais, mas cerca de 20 anos depois começaram a delaminar, ganhando certa opacidade, o que ia de encontro à vontade de Wright em relação à interação com o exterior. “A partir daí, os sistemas passaram a ser substituídos em uma rotina regular, geralmente em conjunto com os perfis de aço, para evitar qualquer problema que possa surgir”, explica Scott Perkins, diretor de Preservação da obra.

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Especificação
Vidros: laminados de extra clear da linha Starphire Ultra-Clear
Fabricante: Vitro Architectural Glass
Processadora: Dlubak Speciality Glass

Contra os raios UV
A mais recente restauração começou em setembro do ano passado, terminando agora em 2020. Ao todo, 69 janelas e portas foram reparadas; 16 janelas tiveram as chapas de nosso material totalmente trocadas – elas variam de 0,2 x 0,2 a 0,7 x 1,9 m. O vidro escolhido, mais uma vez, veio da Vitro Architectural Glass: a fabricante doou uma carga de Starphire Ultra-Clear, material que garante transmitância de luz de até 91%. Ou seja, a transparência é quase total.

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A maior parte dos móveis da Fallingwater é original da época de sua inauguração. E pelo fato de as janelas não terem cortinas ou brises para gerar sombras, esses objetos podem se desgastar pelo contato direto com a luz do Sol. Mas isso também foi pensado: os novos laminados contam com interlayers SentryGlas, da Kuraray, os quais filtram a radiação ultravioleta, impedindo assim que madeiras e demais materiais aplicados internamente sofram desgaste.

Outros retrofits já estão marcados para os próximos anos – e a lendária casa pode contar com os vidros para se manter como imaginada por seu criador.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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