Vidroplano
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Guarda-corpos: o que não falta são soluções!

21/01/2016 - 19h52

Este texto foi originalmente publicado na edição 517 (janeiro de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

 

Elementos constantes na arquitetura, os guarda-corpos têm como principal objetivo garantir a segurança tanto das pessoas que se encontram em sua proximidade, contra o risco de queda acidental, como de quem está no patamar abaixo, contra o risco de ser atingido pela queda de objetos.

A edição 505 de O Vidroplano (fevereiro de 2015) trouxe uma reportagem apontando as determinações presentes na norma ABNT NBR 14718:2008 — Guarda-corpos para edificação e orientações de especialistas quanto aos cuidados gerais para sua instalação. Porém, há uma considerável variedade de tipos de sistemas para guarda-corpos de vidro disponíveis no mercado, cada qual com suas próprias características quanto ao aspecto estético e ao método de instalação.

Por isso, procuramos especialistas para apresentar as principais soluções para guarda-corpos, seus diferenciais e como instalá-los.

 

Sistema de perfis
Nesse sistema, o vidro é colocado sobre perfis embutidos na própria laje ou fixado sobre o piso.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

  • Monise Carvalho, consultora-técnica da Vidratto (processadora de vidros e instaladora de guarda-corpos), explica que esse sistema apresenta a sensação de continuidade entre ambientes sem interferir na decoração e arquitetura do espaço;
  • Não requer a furação do vidro (este deve ser laminado ou aramado);
  • Godofredo Morelli, supervisor-comercial da Di Vero (que comercializa e instala sistemas de guarda-corpos), lembra que uma canaleta precisa ser feita no piso para o encaixe do perfil.

ETAPAS DE INSTALAÇÃO

  1. Marcação e corte do substrato (área que receberá a instalação), para o caso de perfis embutidos;
  2. Marcação e furação do substrato (dentro do espaço cortado, no caso de perfis embutidos);
  3. Colocação do perfil;
  4. Fixação do perfil com parabolts ou chumbamento químico no substrato;
  5. Colocação de calços para evitar contato entre o vidro e os parafusos;
  6. Inserção do vidro;
  7. Colocação das cunhas e guarnições para acabamento e estanquidade do conjunto.

 

Sistema de torres
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

  • São os sistemas mais robustos;
  • Podem ser fixados tanto na lateral como em cima da laje;
  • Claudemir Cirilo, diretor da Funisa, aponta que a instalação desse tipo de sistema demanda maior capacitação profissional e ferramentas específicas para evitar trincas ou quebras no piso, cuja furação muitas vezes é necessária;
  • A maioria dos modelos de torre requer a furação do vidro — nesse caso, ele deve ser temperado laminado. Contudo, segundo João Rett, responsável pelo Departamento Técnico da Glass Vetro, há modelos em que os vidros são encaixados nas torres e fixados por pressão, não precisando de furação.

ETAPAS DE INSTALAÇÃO

  1. Marcação e furação do substrato;
  2. Conferência do furo em relação à peça a ser fixada;
  3. Colocação dos parabolts ou chumbamento químico;
  4. Fixação da base da torre;
  5. Encaixe do vidro na torre com proteção de material flexível e não abrasivo (como cortiça ou cunha de náilon);
  6. Aperto e regulagem dos vidros para alinhamento do sistema.

 

Sistema de botões
Consiste na fixação de botões na lateral do patamar em que o sistema será instalado.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

  • Monise, da Vidratto, destaca que esse sistema conta com diferentes acabamentos (em formatos redondo e quadrado, entre outros) e possibilidade de revestimento com materiais que já compõem o ambiente;
  • Claudemir, da Funisa, também destaca o preço mais acessível dos botões e a maior valorização do vidro;
  • Requer a furação do vidro — por isso, as placas devem ser temperadas laminadas.

ETAPAS DE INSTALAÇÃO

  1. Marcação e furação do substrato;
  2. Fixação do parabolt e do berço do botão no substrato;
  3. Rosqueamento da base do vidro;
  4. Colocação de arruela de material não metálico (para evitar contato do vidro com o botão);
  5. Apoio do vidro sobre as bases do sistema;
  6. Colocação de mais uma arruela;
  7. Fixação da tampa do sistema;
  8. Fixação dos conectores entre as folhas de vidro.

 

Cuidados gerais
ANTES DA INSTALAÇÃO

  • Segundo Willmerson Ramos, diretor da WR Glass, todo projeto deve ter a consultoria e acompanhamento técnico de um engenheiro ou arquiteto especializado;
  • O protótipo do sistema a ser instalado (incluindo o vidro) precisa ser testado nos ensaios de esforços estáticos horizontal e vertical e resistência a impactos (previstos na NBR 14718) antes da instalação dos guarda-corpos;
  • Segundo Martin Mittelstaedt, diretor-geral da Q-Railing para a América Latina, deve-se estar sempre atento às cargas máximas recomendadas pelas fabricantes para cada tipo de sistema.

DURANTE A INSTALAÇÃO

  • Mittelstaedt lembra que o substrato ideal para a instalação é o composto por concreto de qualidade e o mais plano possível;
  • Alex Cardoso, técnico da Glasspeças, alerta que o primeiro passo é verificar se o vão em que o guarda-corpos será instalado está pronto para a medição que definirá as dimensões das peças e o posicionamento dos furos;
  • Os instaladores devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs), como óculos de segurança, protetores auriculares, luvas (de aramida ou similar), botas com biqueira de aço e — para instalações em áreas com risco de queda — cinto de segurança;
  • Deve-se ter atenção especial para garantir que o vidro esteja devidamente fixado e a ancoragem das ferragens dimensionada e instalada da forma correta.

CHUMBAMENTO QUÍMICO

  • Para a fixação química das peças metálicas do sistema, a profundidade mínima da ancoragem no substrato deverá ser de 70 mm — Alex Cardoso, da Glasspeças, alerta ainda que é necessário aguardar a cura do produto antes da colocação do vidro;
  • Morelli, da Di Vero, lembra que é importante limpar os furos antes do chumbamento químico, para que o adesivo possa aderir ao substrato.

 

Segurança adicional
O mercado também disponibiliza selantes e silicones, alguns para a fixação estrutural do vidro, outros para a vedação do guarda-corpos (evitando ocorrências como vibração, deslocamento e passagem de água). Mas, atenção:

  • Willmerson Ramos, da WR Glass, observa que o uso desses produtos não é recomendável sem a análise técnica de um consultor adequado;
  • O produto deve passar primeiro por testes de compatibilidade e adesão com o vidro e os substratos, feitos diretamente na fábrica;
  • Segundo Valney Cavalcante, gerente-comercial da Terzian, os substratos em que o silicone será aplicado devem estar secos e isentos de sujeira;
  • Não confunda a função de cada produto: Larissa Andrade, gestora da linha de Químicos da Wurth, alerta que adesivos para vedação nunca devem ser usados para colagem estrutural do vidro — eles não possuem as características técnicas para a aderência e o suporte de seu peso.

 

Fale com eles!
Di Vero — acoinoxdivero.com.br
Funisa — www.funisa.com.br
Glasspeças — www.glasspecas.com.br
Glass Vetro — www.glassvetro.com.br
Q-Railing — www.q-railing.com.br
Terzian — www.terzian.com.br
Vidratto — www.vidratto.com
Wurth — www.wurth.com.br
WR Glass — www.wrglass.com.br



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