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Máquinas de furação e recorte a jato d’água são destaque na Indústria 4.0

24/02/2023 - 17h45

A indústria 4.0 já é realidade no Brasil e no mundo – e aqueles que insistem em não se adequar aos novos tempos correm sério risco de ficar pelo caminho. Os avanços prometidos e vistos no campo da inovação seguem promovendo mudanças significativas dentro e fora das organizações. Não à toa, essa renovação das tecnologias digitais é considerada por muitos como uma “quarta Revolução Industrial”. E por falar em revolução, vamos viajar no tempo para abordar a origem e o aprimoramento de um equipamento que espelha bem o significado de avanço: as máquinas de furação e recorte a jato d’água.

O pai da criança
Como acontece com todas as grandes invenções da humanidade, quase sempre existem divergências na hora de determinar a origem verdadeira na linha histórica. Foi assim com a aviação, com o automóvel – e com as máquinas de corte a jato d´água não é diferente. É consenso, porém, que quando se fala na aplicação moderna dessa tecnologia o principal nome que surge é o do engenheiro florestal Norman C. Franz. Na busca por novas maneiras de fazer cortes em madeiras, Norman teve a ideia de estudar qual seria a ação da água em alta pressão como ferramenta para tal fim.

“A tecnologia de jato d’água surgiu na década de 1970 e foi se aprimorando para o corte de metais. Logo depois, já foi introduzido o abrasivo juntamente com a água. Isso trouxe a tecnologia de novas bombas de alta pressão, melhorando a qualidade, precisão e controle do recorte e da furação”, explica Braz Andrioli Júnior, gerente técnico da Sglass. Desde então, os estudos voltados para esse tipo de recorte e furação seguiram em gradativo crescimento, o que, com os avanços na ciência dos materiais e da indústria, estimulou novas ideias para seu aperfeiçoamento.

Foto: Kadmy/stock.adobe.com

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Água mole em superfície dura
Com o advento da evolução, refinamentos fizeram com que a tecnologia voltada à furação e recorte a jato d’água se tornasse versátil e com excelente custo benefício. Além da economia na mão de obra, a precisão dos resultados é garantida devido ao aumento na eficiência. Uma das razões do sucesso no processo é explicada pelo diretor da GR Gusmão, Yveraldo Gusmão. “Basicamente, existe uma bomba intensificadora que pressuriza a água até 4000 Bar. Essa água pressurizada passa por um orifício bem pequeno, de 0,25 mm, e com isso você consegue acelerá-la até três vezes a velocidade do som, trabalhando em Mach3 (cerca de 3700 km/h)”, explica.

Como é possível notar, a velocidade se configura como forte aliada da tecnologia no funcionamento do equipamento. Porém, a divisão no protagonismo para atingir a fluidez nas operações não para por aí. “O recorte a jato de água utiliza a velocidade da água somado a um abrasivo para cortar o material desejado.”, esclarece Andrioli, da Sglass.

Como resultado, o que se alcança é um recorte perfeito e preciso, não sendo necessário, em muitas das vezes, acabamento adicional. Outro detalhe é que o processo não origina distorções no material (mecânica ou térmica).

Benefícios da boa escolha
Uma das razões pela qual a Indústria 4.0 é nascente de uma nova revolução na indústria reside no entendimento de a otimização ser um importante meio para potencializar processos e dinamizar os lucros. De acordo com Andrioli, o uso das máquinas a jato d’água:

  • Não agride o meio ambiente;
  • Elimina operações secundárias (como as de acabamento);
  • Efetua recorte com pouca ou nenhuma rebarba;
  • Não oferece estresse de ordem mecânica;
  • É extremamente rápido e versátil;
  • Permite trabalhar com material empilhado.

E a manutenção?
Por ser submetido a intensos ritmos de produção, como é fazer a manutenção desses maquinários? A variável está no tipo de problema, porém nessas horas é possível seguir por dois caminhos: o primeiro seria buscar a ajuda de empresas especializadas, como determina a direção da GR Gusmão em relação aos seus equipamentos que são da linha Dardi; o segundo seria a própria empresa investir recursos na preparação (ou contratação) de um profissional para esse fim.

Aos que optam pelo segundo caminho, Rocky Shi, diretor de vendas da Singip, orienta a adoção dos seguintes processos nos equipamentos que carregam o selo Avant Glass, representante brasileira da marca: “Existem duas partes principais na máquina: uma é o sistema de transmissão, a outra é a bomba de jato de água de alta pressão”, explica. “Todos os dias, antes de iniciar as atividades, o trabalhador deve verificar se há água suficiente no tanque e se o sistema de refrigeração da bomba de alta pressão está em boas condições, além de a cada semana ter de limpar o abrasivo no tanque”, completa.

Lembrando que, seja para manutenção preditiva, preventiva ou corretiva, além dos cuidados gerais comuns a toda operação e verificação de máquinas; o uso de EPI, de EPC, manter todos os componentes de controle e inspeção em funcionamento e identificar o local em manutenção são vitais, assim como sempre ter em mãos uma análise de risco antes de dar início aos processos.

Foto: Seventyfour/stock.adobe.com

Foto: Seventyfour/stock.adobe.com

 

Algumas soluções do mercado

Alpha Jet Dual Head (Sglass)

  • Equipamento patenteado;
  • Software dedicado totalmente desenvolvido no Brasil;
  • Assistência técnica remota;
  • Medidas especiais (conforme a necessidade do cliente);
  • Pode compor linha de produção automática ou manual;
  • Estrutura com aproximadamente 93% de alumínio e aço inox;
  • Executa furos e recortes em peças de até 2,5 x 4,4 m;
  • Executa furos simultaneamente em peças de até 1,25 m com comprimento de até 4,4 m (duplo cabeçote).

 

Water Jet (Avantglass/Singip)

  • Instalação, treinamento, garantia, assistência técnica e peças no Brasil;
  • Velocidade de processamento: 0.05~3.5 m/min (depende do material a ser cortado);
  • Potência instalada: 40 KW;
  • Pressão de entrada de água: 0.2 ~ 0.4 Mpa;
  • Taxa máxima de descarga de água: 3.7 L/min;
  • Taxa de compressão da água: 20:1.

 

Dardi DWJ 3020 BB X5 (GR Gusmão)

  • Dimensões do tanque: 3170 x 2130;
  • Área útil de corte: 3000 x 2000;
  • Eixo Z: 300 mm;
  • Precisão de posicionamento X,Y,Z: +/- 0,1mm;
  • Precisão eixo A e C: +/- 0,1°;
  • Vel. Máxima de rotação (eixo C): 360°/seg.

Este texto foi originalmente publicado na edição 602 (fevereiro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Fotolia RAW/stock.adobe.com



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