Vidroplano
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O sucesso dos prédios envidraçados só depende de nós

21/11/2017 - 18h38

Edifícios envidraçados são cada vez mais comuns na paisagem urbana nacional — o que não impede que sempre apareça uma nova obra que surpreenda pela originalidade do uso do nosso material. Pensando nisso, a empresa de consultoria de vidro Ci & Lab realizou o Glass Façades Day. Realizado na CasaE Basf (construída como um espaço sustentável e ecoeficiente), em São Paulo, no dia 31 de outubro, o evento reuniu profissionais especializados em projetos e construções de fachadas de vidro para promover um debate sobre sua especificação correta e eficiente, além de apresentar tendências e soluções inovadoras nesse mercado.

O Glass Façades Day teve como co-realizadora a revista Projeto e patrocínio das empresas Eastman e Guardian, além da Abravidro entre seus apoiadores. O encontro teve, literalmente, a “casa lotada”, preenchendo as 42 vagas disponibilizadas.

Normas: as principais aliadas para uma boa fachada
O primeiro passo para garantir o bom uso do vidro nessas estruturas é seguir atentamente as determinações presentes nas normas técnicas. Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, mostrou o quanto isso é importante: no caso de guarda-corpos, por exemplo, os participantes ficaram impressionados com osvídeos mostrados por ela em que a fixação do vidro e a ancoragem do sistema não foram feitas adequadamente.

A principal norma para esse trabalho, indicou Clélia, é a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Para projetar a esquadria correta para cada edificação, a engenheira Fabíola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame de Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), enfatizou que é indispensável conhecer a NBR 10821 — Esquadrias para edificações.

Betania Danelon, gerente técnico-industrial da Guardian, explicou que a especificação dos vidros para um projeto também precisa considerar o clima da região, os efeitos da obra sobre seus arredores e deles sobre ela (como um prédio em uma área urbana com ruído intenso), entre outros fatores, lembrando que cada trabalho requer uma solução específica.

Beleza e conforto em um só produto!
Outras palestras do evento apresentaram diferentes casos para mostrar que o Brasil não fica atrás do resto do mundo quando falamos de fachadas de vidro impressionantes. Dois destaques, os edifícios Vitra e Jatobá, estão na capital paulista: o primeiro é todo revestido com laminados cuja face externa leva o vidro low-e SunGuard Royal Blue 40, da Guardian, ganhando um visual azulado uniforme e ganhos no bloqueio de calor e eficiência acústica, enquanto as aberturas mais projetadas nas fachadas do segundo levam peças laminadas com uma combinação de películas coloridas de PVB da Eastman conferindo uma cor final próxima do mogno, a ponto de fazer quem as vê pensar que a estrutura é de madeira.

Falando de fachadas de vidro marcantes, uma justa homenagem foi feita no Glass Façades Day ao arquiteto Carlos Bratke, falecido no começo do ano: ele é responsável por diversos edifícios envidraçados que conferem identidade visual à Zona Sul paulistana.

Ao final do evento, a mensagem que ficou para todos é que uma boa fachada não pode ser apenas bonita, é preciso que siga todos os procedimentos corretos na sua especificação e instalação e traga bom desempenho energético, térmico e acústico. Afinal, como apontou Júlio Lanza, responsável pelo desenvolvimento de mercado de arquitetura de Películas de Alta Performance da Eastman na América do Sul, “um edifício ineficiente logo se torna desinteressante para seus potenciais ocupantes”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 539 (novembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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