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Panorama Abravidro 2022 é publicado

26/05/2022 - 17h13

A edição 2022 do principal estudo econômico sobre a produção vidreira nacional está disponível para leitura, seja encartada na edição impressa de O Vidroplano ou em seu formato online. Por isso, chegou a hora de se debruçar sobre os números do mercado. A seguir, confira a análise a respeito dos principais indicadores do Panorama, numa tentativa de se aprofundar no que os dados mostram.

A importância do estudo
O Panorama Abravidro apresenta números essenciais do setor, os quais podem ser usados pelas empresas para definir suas ações ao longo do ano, inclusive permitindo comparar os resultados individuais com o desempenho do mercado como um todo. O levantamento também proporciona uma visão geral de oportunidades e pontos de melhoria do mercado vidreiro nacional e de quais são os principais problemas comerciais do Brasil, incluindo as medidas necessárias para resolvê-los.

Altas e baixas
Sérgio Goldbaum, economista da GPM Consultoria Econômica, empresa responsável por apurar e consolidar os dados do Panorama, indica possíveis motivos para o fato de, mesmo com uma pequena queda na produção em relação a 2020, o faturamento das empresas ter crescido: “Isso se deveu ao aumento dos preços praticados pela indústria de processamento, reflexo do aumento dos custos dos insumos. Exemplo disso foi o aumento do valor da energia elétrica, que trouxe mais custos de produção”.

E a tendência de queda na produção deverá ser ainda mais acentuada este ano, conforme já apontam as quatro edições da pesquisa mensal Termômetro Abravidro. “No início de 2022, alertamos para a alta dos juros, cujos efeitos começariam a ser sentidos ao longo do ano. Por conta de atenuantes como o fim da pandemia e as eleições, acreditávamos que esses efeitos seriam sentidos de maneira gradual”, explica Goldbaum. Infelizmente, não é o que se vê no momento: “É possível vislumbrar um freio de arrumação após o período atípico da pandemia, mas ainda é cedo para arriscar a intensidade desse ajuste”.

Este ano, para tentar entender ainda mais o que os números revelam, reunimos Goldbaum com Alexandre Pestana (segundo-vice-presidente da Abravidro) e Iara Bentes (superintendente da entidade) para um bate-papo sobre o resultado do estudo. O debate está disponível em versão vídeo e podcast.

Sobre a edição deste ano
– Dados referentes ao exercício de 2021;
– Perfil da amostra: 34 empresas;
– Período da coleta de dados: janeiro a abril de 2022.

FATURAMENTO (R$ milhões/ano)
- Houve um salto no faturamento das processadoras de 2020 para 2021: aumento de 21,5%, chegando à marca de quase R$ 7 bilhões no ano passado
– O laminado cresceu 34,2%: desde 2010, o faturamento desse produto não aumentava tanto

PRODUÇÃO (m²)
– O grande destaque em 2021 foi o laminado: cresceu 11,6%, atingindo a marca de 7,6 milhões de m², melhor nível desde 2015
– Espelhos tiveram queda significativa de 16,2%. São 2,7 milhões de m² de espelho a menos que em 2020. E os tampos seguem o movimento de queda que começou em 2016: 22,6% a menos do que em 2020. “Houve uma queda significativa no desempenho dos setores que consomem esses produtos, o que, obviamente, se reflete na produção deles”, explica Pestana

PARTICIPAÇÃO POR PRODUTO
- O temperado segue absoluto na liderança: 59%, perto dos 2/3 de todo o vidro processado nacional
– A queda na produção de espelhos fez a participação do produto cair de 27% para 23,7%
– O insulado se manteve com 0,5% do mercado. “Aumentar o uso do insulado é um bom desafio para o setor, pois é um vidro que oferece um somatório de desempenhos, entregando uma melhor condição de envidraçamento no aspecto térmico”, analisa Pestana

PREÇO MÉDIO
- Tanto o temperado como o laminado estão custando mais – em relação aos últimos anos e a 2012, base para o indicador
– Uma explicação é o custo cada vez maior para a fabricação do vidro. “Esse resultado vem da pressão do aumento brutal de praticamente todos os insumos da cadeia produtiva – da indústria de base de transformação”, comenta Pestana

MÃO DE OBRA EMPREGADA
- Desde 2016, o número de funcionários das empresas vidreiras vem crescendo aos poucos: ano passado, o aumento foi de 3,5% em relação a 2020
– É o maior nível desde 2014

PRODUTIVIDADE
- 2021 mostrou 161,1 m² processados por funcionário ao mês
– Com a queda de 7,7% desse índice na comparação com 2020, ele só não é menor que 2019 e 2013 na série histórica

Crédito da imagem de abertura: brianwhittaker/stock.adobe.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 593 (maio de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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