Vidroplano
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14º Simpovidro: Sol Camacho explica como vidro pode fazer cidades melhores

09/11/2019 - 10h10

A arquiteta mexicana Sol Camacho tem grande experiência internacional: já atuou com renomados profissionais no Brasil, Estados Unidos, França e México. Diretora cultural do Instituto Bardi/Casa de Vidro, em São Paulo, ela também é fundadora do escritório Raddar. Em sua palestra no 14º Simpovidro, Sol comentou como nosso material pode melhorar a vida das pessoas em grandes metrópoles.


Influência
O trabalho da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi tem enorme influência na atual tendência de transparência em residências. A Casa de Vidro foi construída nos anos 1950, ao mesmo tempo em que outros projetos semelhantes pelo mundo. O histórico prédio do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), também em São Paulo, foi outro a inspirar inúmeros profissionais internacionais.


O vidro e as cidades
Segundo estudo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) feito em 2017, cerca de 85% das cidades brasileiras são construídas sem a participação de arquitetos ou engenheiros. “Isso significa que a tipologia de residências nacionais é pautada pelas características da população”, explica Sol. Dessa forma, são deixadas de lado as características dos terrenos, criando-se espaços sem uniformidade e sem objetivos de ocupação. E não só o Brasil é assim: outras cidades da América Latina seguem esse formato, como Cidade do México e Lima.


Falta de estrutura
Isso gera consequências graves, como a ocorrência de favelas. Sol comentou sobre um projeto do qual participou, em parceria com o Hospital Albert Einstein e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT): mapear a favela de Paraisópolis, uma das maiores de São Paulo, para facilitar a chegada de serviços públicos no local.


Consequências
Foi descoberto nesse estudo que as condições de vida ali estão ligadas a problemas de saúde, principalmente respiratórios, causadas pela falta de ventilação e luz natural – coisas que o vidro pode oferecer. Empresas de concreto já criaram campanhas para melhorar as moradias desses espaços. Para a arquiteta, o setor vidreiro também precisa olhar para esse tipo de iniciativa.


Como melhorar
No Brasil, existem quase quinhentos cursos de Arquitetura e Urbanismo. Apesar disso, precisamos seguir exemplos europeus e norte-americanos: lá, existem parcerias acadêmicas com empresas vidreiras para a construção de grandes obras (comerciais ou residenciais). “O status quo da arquitetura brasileira é o aço e o concreto. Os estudantes daqui fazem experiências em laboratório com esses materiais. A partir de agora, a própria indústria do vidro precisa investir nisso”, comenta.


As três verdadeiras tendências para a arquitetura
-Desenvolver iniciativas de melhoria habitacional;

-Criar parcerias com escolas e universidades;

-Investir em colaboração com o setor criativo.



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