Vidroplano
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Brasileiros explicam porque vale a pena ir ao GPD

21/02/2019 - 13h00

De 26 a 28 de junho, todos os olhos dos vidreiros estarão em Tampere, na Finlândia. A cidade receberá a edição 2019 do Glass Performance Days (GPD). A programação é composta por workshops, a serem realizados antes da abertura oficial, além de apresentações técnicas e atividades voltadas ao networking entre profissionais interessados em estar na vanguarda do setor.

Para entender melhor a relevância do evento, leia a seguir os comentários dos brasileiros entrevistados durante a última edição do congresso, em junho de 2017. Chama atenção o fato de muitos dos pontos citados pelos entrevistados há dois anos já terem se tornado bastante rotineiros no dia a dia do vidreiro! Ou seja, quem esteve no GPD 2017, teve mais facilidade para lidar com essas questões. Mantivemos neste texto os cargos que os profissionais ocupavam na época em que deram a entrevista.

DEPOIMENTOS

“Esta é a primeira vez que participo do GPD; o evento superou minhas expectativas com todo o conteúdo que vi por aqui. O que mais chamou a minha atenção são as experiências que os palestrantes têm sobre o vidro, com cada dado, cada especificação do produto. Alguns a gente até já conhecia, mas eles estão trazendo mais informações para testarmos na fábrica, evoluir o nosso processo e entregar um produto da melhor qualidade. O networking aqui é impressionante. Já tenho algumas reuniões marcadas com empresas que querem vender maquinários e equipamentos ou mesmo ser nossos parceiros.”
Charlie Ang, gerente de Compras e Planejamento da PKO do Brasil, Mogi das Cruzes (SP)

“Minha impressão é que, desde minha primeira visita ao GPD, em 2011, as palestras estão muito mais relacionadas à parte prática e de inovação, enquanto antigamente o foco era maior na teoria e nos cálculos. Hoje o evento é muito mais atual. O que mais me impressionou foi a questão das automatizações que os equipamentos vão sofrer com relação à Internet das Coisas. Também me impressionaram as startups: a gente tem aqui uma série de empresas inovadoras apresentando novos produtos e trazendo mais velocidade nessa integração, nesse desenvolvimento tecnológico que vai realmente ajudar toda a cadeia vidreira daqui a muito pouco tempo. A evolução vai chegar muito rápido ao nosso mercado com os vidros inteligentes e, assim como foi com a Internet, vai acontecer com a Internet das Coisas: ninguém vai escapar dela e quem não se preparar vai ficar para trás.”
Eloi Bottura, gerente de Serviços na América Latina da Glaston Brasil

“Essa é a terceira vez que venho ao GPD. Vim com o objetivo de me atualizar mais, de ver quais são as novidades que estão sendo desenvolvidas ou projetadas para os próximos anos. Alguns assuntos dessa edição já tinham sido tratados antes, mas agora estão sendo apresentados de forma mais objetiva, como a anisotropia, que este ano estamos vendo aqui de forma bastante expressiva: o assunto ficou mais relevante e tem algumas soluções que, mesmo ainda não sendo 100% definitivas, são inovações principalmente na parte de inspeção. Há também algumas novidades, principalmente na área de engenharia de fachadas, para a qual estamos vendo alguns novos produtos, aplicações e tendências.”
Franklin Marques, diretor-industrial da Brazilglass, Guararema (SP)

“Pela primeira vez, temos a presença das startups. Isso é revolucionário para o nosso segmento, pois traz vida nova para os negócios. Da mesma forma, tenho alguns amigos aqui que trouxeram seus filhos. Essa sucessão ou reorganização dos modelos de negócios das empresas são fundamentais para continuar e sobreviver nesse momento difícil, criar algo novo, de valor agregado ou realmente inovador, que possa se destacar de outro competidor e até gerar um mercado novo que hoje não existe. Isso é essencial para os vidreiros latino-americanos e especialmente para os brasileiros.”
Moreno Magon, vice-presidente de Vendas e Serviços da Glaston para a América do Sul

“De todas as edições do GPD das quais eu participei, esta é a que mais teve pessoas da América do Sul, o que mostra que o mercado está passando por uma série de transformações. Fora isso, o evento é sempre muito importante, porque nele se discute tudo: tendências, normas técnicas, processos. É onde de fato se debate em âmbito mundial os rumos para onde caminha o mercado. O GPD me surpreende cada vez mais positivamente. O que levo daqui para o Brasil é a importância de melhorar a qualidade do vidro no nosso país. Nós temos de sair da mesmice e ir para o valor agregado, buscar mercados em que a tecnologia chegou, porque essa talvez seja a grande alternativa nesse momento. Como nosso mercado já passou da fase do ‘arroz-com-feijão’, aquele que continuar fazendo isso vai ficar para trás. É importante que os empresários brasileiros saibam o quanto todos os empresários mundiais do vidro estão preocupados com qualidade.”
José Carlos Jeronymo, diretor-comercial da Glaston Brasil

“Vim este ano ao GPD pela primeira vez para adquirir mais conhecimentos técnicos dos processos — e aqui é uma grande oportunidade para conseguir isso. É também o primeiro evento vidreiro do qual participo fora do Brasil, e tem atendido minhas expectativas. Nas apresentações sobre vidros temperados, consegui entender a parte teórica do processo — até então, só conhecia a prática da têmpera. Chamou minha atenção principalmente a palestra sobre o surgimento de manchas na têmpera. O contato com outras pessoas aqui tem sido muito bom: tenho conversado com profissionais de outros países e, pelo jeito, eles têm enfrentado os mesmos problemas que nós no Brasil. Esse contato com outras empresas, tecnologias e conhecimentos é enriquecedor. Volto agora, sem dúvida, mais informado ao Brasil e, se tiver oportunidade, pretendo voltar nas próximas edições do GPD.”
Osvaldo Hiroshi Fukunaga, gerente-industrial da PKO do Brasil, Mogi das Cruzes (SP)

“Contando este ano, já estive sete vezes no GPD e sou sempre um grande entusiasta do evento: como estamos aqui em um país extremamente desenvolvido, com empresas de maior tecnologia, tudo que é mostrado deve ser observado com a maior atenção. Para esta edição, vim com o foco muito dirigido à questão de energia, pelo fato de estar desenvolvendo um projeto em que as edificações estão procurando eficiência energética. Assisti a duas apresentações muito interessantes sobre fachadas inteligentes, nas quais foram mostradas a evolução dessas estruturas nos últimos 25 anos. O meu papel, dentro de tudo que foi mostrado, é tentar retirar o básico do básico, porque considero que, em muitas ocasiões no nosso país, esse tratamento é feito de forma muito pouco aprofundada. Os componentes da edificação são empregados de maneira isolada, cada um demonstrando o melhor do seu componente, mas não havendo preocupação com a eficiência do conjunto — ou seja, que a soma do conjunto é muito maior do que a soma das qualidades individuais de cada componente. Destaco também as apresentações de novas tecnologias desenvolvidas por centros acadêmicos, escritórios de estruturas e outras entidades. Aqui se tem um ganho profissional tremendo.”
Raimundo Calixto de Melo Neto, diretor da RCM Engenharia de Estruturas, Fortaleza



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