Coleta de dados e Indústria 4.0 no último dia do GPD 2019
28/06/2019 - 16h56
As palestras realizadas no último dia do Glass Performance Days (GPD), o mais importante congresso vidreiro do mundo, deixaram claro que as tecnologias cada vez mais inteligentes e integradas vieram para ficar no setor vidreiro. Iara Bentes, editora de O Vidroplano, acompanhou as apresentações e debates na cidade de Tampere, na Finlândia, e relata em primeira mão o conteúdo abordado por especialistas de todas as partes do mundo.
Novidades sobre têmpera
Mesmo a têmpera, processo bastante conhecido e difundido no Brasil, deve passar por grandes mudanças. Riku Färm, da Glaston, e Tarun Bhatia, da Viridian Glass, falaram sobre o uso de análise de dados e mensuração automática da qualidade nessa atividade. Eles ressaltaram como a qualidade deve estar associada à expectativa do cliente e discorreram sobre os custos envolvidos no processamento de vidros. Nesse sentido, as soluções de digitalização hoje já permitem o controle detalhado de tudo que acontece na fábrica. Mas não basta coletar dados: é preciso que o gestor vidreiro se dedique a interpretá-los para tomar as melhores decisões.
Assunto semelhante foi abordado por Kai Vogel, da Viprotron. Ele discutiu a otimização de ajustes no forno com o auxílio de novos métodos para mensurar anisotropia e haze (tipo de mancha esbranquiçada que pode aparecer em vidros laminados devido a falhas no processo de autoclave). Vogel comentou as melhorias que podem ser feitas nos fornos, novos e mesmo nos antigos, a partir dessa análise dos produtos por meio de scanners in-line: segundo o conferencista, os resultados podem aparecer em três a quatro semanas.
4.0
A Indústria 4.0 também não ficou de fora do debate. AJ Piscitelli, da FeneTech, discutiu a necessidade de preparar uma fábrica digital em que haja o uso inteligente dos dados coletados pelos equipamentos. Esse ambiente, ele explica, deve ser interconectado para que os dados fluam facilmente entre máquinas, funcionários e sistemas, gerando decisões mais embasadas e automatizadas.
Philippe Thiel, da Siemens, enfatizou que não basta ter acesso às novas tecnologias, é preciso saber usá-las: de acordo com uma pesquisa recente, 70% das iniciativas de Internet das Coisas fracassam. Dessa forma, uma transformação digital de sucesso passa por pré-requisitos como o planejamento detalhado, a disposição para investir nesse planejamento, a formação de equipes qualificadas e a adoção de uma cultura corporativa mais colaborativa, entre outros.
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